REVISANDO A HISTÓRIA

Filosofia e religiosidade não me parecem incoerentes ou conflitantes. Não vejo contradição entre elas. Devo admitir que o mapa traçado nas remotas culturas, com seus raios projetores de alcances seculares, tratam a questão como um quadrado sem escape, anulando através da doutrinação a disposição de ousar. Significa dizer que um passo além pode ser considerado contrário a tudo que fora dito nas escrituras. A falta de conhecimento do conjunto da obra, a informação passada tendenciosamente, as traduções de livros e orações pinçadas de regiões inacessíveis, de escritas sem parâmetros de tradução, de milênios antes da lei Mosaica. Há pouca ou nenhuma menção aos, lemurianos, atlantes e árias. São poucos os registros sobre povos, culturas e tradições. Onde está a difusão da literatura aprofundada sobre acadianos e caldaicos, mesmo sobre persas, egípcios e europeus? Só encontramos o “necessário”. A larga escala, só o que “interessa”. Grande parte se perdeu em guerras atrozes cujo único objetivo foi macular a história, deixando um enorme vazio, abrindo um abismo, hoje para a grande maioria intransponível, onde os oportunistas lhes servem de ponte. Estão lá os escritos disfarçados nos textos que não foram tocados, apenas camuflados. A criação, desde os primórdios está lá na alegoria de Adão, no barco de Noé, em mais uma vinda de Numu, Antúlio, Krishna, Moisés, Buda e Jesus, no prenúncio de seus antecessores como, Fo-hi, Zaratustra, Hermes, Orfeu, Pitágoras, Sócrates, Confúcio, João Batista etc. O livro em que se fundamentou, por exemplo, o monoteísmo e a partir daí foi difundido pelo mundo, chama-se Avesta ou Zend-Avesta e é datado de 3.200 anos A.C. lá se encontra uma citação muito especial, “Não queiras o mal a teu irmão, que não desejas a ti”. Os ensinamentos sempre estiveram lá, Kin-Tsé no Tibet, na índia através de uma literatura milenar e riquíssima com destaque para o Barta-Chastran e seus poemas de singular beleza, com referências inclusive a cidade de Sçambelan (Belém em hebraico) que significa “casa de pão”, o Scanda-Pourana, o Angi-Pourana e o Vrihat-Catha

• “Em breve nascerá um Brama, na cidade de Sçambelan, na morada de um pastor, que libertaria o mundo dos daítias (demônios), purgaria a terra dos seus pecados, estabeleceria um reino de justiça e verdade e ofereceria um grande sacrifício”.

• No Poema (Scanda-Pourana) se dizia; Quando três mil e cem anos da Kali-Iuga se esgotarem o Rei da Glória aparecerá e libertará o mundo da miséria e do mal.

• No Poema (Agni-Pourana) se dizia; Que um poderoso espírito de retidão e de justiça apareceria em dado tempo, nascendo de uma virgem

Todos fazem de alguma forma e dentro dos parâmetros da época alusão ao indulto de nossas falhas e a vinda de um Avatar divino. Veja agora a palavra profética de Zaratustra ou Zoroastro, na Pérsia três milênios antes de seu advento:

• “Oh! Vós, meus filhos, que já estais avisados do seu nascimento antes de qualquer outro povo; assim que vides a estrela, tomai-a por guia e ela vos conduzirá ao lugar onde o redentor nasceu”.

Existem registros na Caldéia de Nabucodonosor, na Pérsia no tempo de Cambises, onde o sacerdote Zerdacht anuncia o evento, chegando a falar sobre uma estrela guia e sua localização, enfim, ficaria aqui enumerando pontos desconexos da história apenas para evidenciar que não há quadrado perfeito fora da matemática, sem portas ou opções, sem legendas para as mensagens subliminares. A evolução é uma realidade. Todos os exemplos citados transmutaram ao decorrer dos anos, o entendimento que se faz hoje é o mesmo de antes, porém os fatos mudaram de direção, estão mais explícitos, independentemente das interpretações e ocultações premeditadas. Não se pode dar crédito a tudo que se houve ou lê, mas a livre interpretação, embasada em estudos tocados a personalidade individual, libera o homem de algumas amarras doutrinárias, levando-o a ousar atirando-se no vazio deixado, sem medo de ser tragado pela escuridão, com a certeza que essa profundidade é salutar e que tocará o fundo sem arranhões, embora alarme-se com o que revelará o desconhecido. Essa visão não pode ser ensinada ou imposta no máximo sugerida em forma de mensagens menos emblemáticas e com maior praticidade. O exemplo é tudo. Não preciso saber nada disso que escrevi e que consumi longos anos me aculturando se apenas a benevolência e a caridade me impulsionarem a seguir, também não tem relevância nenhuma o fato de saber ou não que se pode ousar, se da forma que está funciona e traz benefícios. A felicidade é um simples estado de atenção e vigília.

Anderson Du Valle
Enviado por Anderson Du Valle em 29/04/2011
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