NOSSAS ESCOLHAS

O que você é, não fica claro por suas atitudes e habilidades. O que define seu caráter são suas escolhas.

Não precisamos ser nenhum estudioso em assuntos ligados a psique ou um religioso tenaz para retirarmos do interminável livro cotidiano as lições básicas para a condução da eterna gôndola da vida. Eterna sim, pois ao que tudo indica parece ser o único consenso que nos une ao mesmo Deus.

Alguns de nós não precisamos passar pelos agonizes dos pensamentos aprofundados para entender a máxima das máximas: “cuida do outro como de ti mesmo”, e isso, paradoxalmente nos nivela, em detrimento aos intelectuais e especuladores, como eu por exemplo. Mas justamente por exercitar essa impaciência e inconformidade atribuída a nós é que busco complicar um pouquinho minha vida, mergulhando mais fundo, na tentativa de buscar luz, onde só divisamos penumbras, apostando na luminosidade do pensamento livre, na perspectiva de encontrar algo, que se não nos foi revelado a contento é porque nossa mente ainda brutalizada não desenvolveu o discernimento necessário para seu entendimento. Mesmo assim tentei buscar cultura, certamente isso não significa inteligência diferenciada, mas consegui desenvolver dentro da relatividade absoluta, um possivel meio de entender o que me foi passado por cifras, descartando toda e qualquer forma de doutrinação religiosa, muito embora, não defina exatamente se esse é o caminho a ser percorrido de fato ou se encontrei apenas um atenuante a impaciência, para aquietar meu coração.

Quando me refiro incessantemente a doutrinação como forma nociva de condução ao entendimento dos desígnios do universo, leiam-se dogmas, imposições e barganhas meritórias. Isso não significa dizer que toda e qualquer doutrina, no sentido de ensinamento, instrução e princípio traga desde sua raiz tendência ruinosa, ao contrário, os livros nos conduzem a visualizações ímpares para nosso discernimento e posterior escolha, sem os quais, não teríamos um norte, não poderíamos estabelecer parâmetros nem ousaríamos estudá-los a revelia dos sacerdotes, missionários e tradutores de modo geral. Nesta altura da vida, conjeturo a necessidade de seguir uma das nuances expostas nos evangelhos, buscando dentro desse intrincado mundo de informações irregulares, um padrão a me situar e assim contemporizar o efeito da forma como foi passada por esse ou aquele apóstolo. Posso simplesmente argüir a letargia doutrinária e com a celeridade dos meus estudos, aderir a calmaria das verdades absolutas, sim porque num mundo relativo em tempo e espaço a verdade é absoluta, não a minha verdade, nem a sua, tampouco dos doutrinadores, mas a verdade que liberta da matéria e faz com que tudo isso tenha sentido.

Partindo deste princípio devo curvar-me a solidez dos argumentos incontestáveis, aqueles que só uma dose extra de estupidez me faria ignorar, mas que sem ônus algum, também podem ser ignorados pelos inocentes crentes ao temor da descoberta. Aquele salto no vazio não é fácil de ser dado se a certeza do pouso suave não for uma possibilidade real. Asseguro que já pulei. Assim sendo, sigo na direção de elementos espiritualistas, aquelas que divulgam o espírito como indestrutível, imortal, perene e transferem para ele toda sorte de acontecimentos e responsabilidades que o conduzirão em sucessivas idas e vindas rumo a uma propensa evolução. Realmente aí talvez esteja minha grande fraqueza ou meu grande mérito em acreditar que pode ser desta forma

Anderson Du Valle
Enviado por Anderson Du Valle em 09/05/2011
Reeditado em 01/06/2012
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