ITINERÁRIO PARA OURO PRETO

ITINERÁRIO PARA OURO PRETO

Francisco Rodrigues Júnior•

RESUMO: este estudo é uma análise do poema “Minha Gente, salvemos Ouro Preto”, de Manuel Bandeira, visando obter informações sobre a importância da literatura no desenvolvimento social histórico, qual caráter está na construção de algo novo capaz de despertar nas pessoas o interesse e a importância de se preservar o patrimônio histórico cultural brasileiro. Bandeira consegue nos provar que a poesia não se restringe apenas no campo da arte subjetiva, mas também no campo da publicidade e da informação pragmática.

Palavras-chave: Bandeira, Ouro Preto, Mário de Andrade

ABSTRACT: this study is an analysis of the poem "My People, let us save Ouro Preto” by Manuel Bandeira, to obtain information about the importance of literature in social history, which character is in building something new can awaken in people's interest and the importance of preserving the cultural heritage of Brazil. Bandeira can prove to us that poetry is not only restricted in the field of subjective art, but also in the field of advertising and pragmatic information.

Keywords: Bandeira, Ouro Preto, Mário de Andrade

Neste estudo apresentamos uma análise sobre o poema “Minha gente, salvemos Ouro Preto”, configurado no livro “Opus 10”, de Manuel Bandeira, publicado em 1952.

Em algumas das biografias de Manuel Bandeira há registro de que ele esteve em Minas Gerais duas vezes. A primeira vez, em 1926, em Pouso Alto, Sul de Minas, quando na casa de Ribeiro Souto conheceu o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade; pela segunda vez, em 1928, em Belo Horizonte, passando pelas cidades históricas de Minas Gerais, entre elas Ouro Preto, qual lhe despertará a curiosidade em estudar e descrevê-la, a fim de corroborar a sua importância na preservação da memória nacional. Portanto, essa idéia somente se concretizará em 1938, quando ele se torna membro do Conselho Consultivo do Departamento Histórico e Artístico Nacional, qual idealizador foi o escritor paulistano Mário de Andrade. Bandeira, todavia, passa a perquirir museus e bibliotecas para adquirir preciosos informes sobre a história da cidade, desde a sua fundação pelo bandeirante Antônio Dias, até os fatos mais marcantes, elucidando Vila Rica (no passado) e, consequentemente, Ouro Preto (no presente), não somente as suas histórias, mas também as suas belezas naturais, fornecendo dicas aos turistas sobre serviços de hotéis, restaurantes, principais monumentos e mapas dos arredores da região. Esse estudo do poeta resultou-se em um pequeno opúsculo denominado “Guia de Ouro Preto”, ainda em permanente edição por algumas editoras brasileiras.

Valendo-se do movimento modernista, em que o ensaísta e poeta Paes (1988) afirma os autores não mais se posicionarem em copiar as modas européias, mas em descobrir a identidade brasileira por um processo de retomada cultural, em 1937, o ministro de Educação e Cultura, o mineiro Gustavo Capanema apresentou ao presidente da República, Getúlio Vargas, o famoso Decreto-Lei 25, resultante de estudo propositivo do escritor paulistano Mário de Andrade, qual o entregou a um outro mineiro, Rodrigo Melo Franco de Andrade. A partir da aprovação desse Decreto-Lei, arquitetos, historiadores e toda uma equipe técnica dedicaram-se a preparar os tombamentos - principal instrumento de proteção de monumentos previsto na nova legislação. Em 1938, ano em que Bandeira lança o seu opúsculo, foram tombados os primeiros conjuntos urbanos abrangendo os conjuntos arquitetônico, urbanístico e paisagístico dos sítios históricos, incluindo entre eles, Ouro Preto.

Ouro Preto, oportunamente, foi construída no auge do ouro por artistas e escravos, que, embora baseada em modelos de construções européias acabou obtendo o seu estilo próprio (uma arquitetura barroca do Brasil). Com o declínio do ouro, no século XVIII a cidade perdeu o seu potencial econômico e social, principalmente no final do século XIX, quando a capital de Minas Gerais foi transferida para Belo Horizonte. Uma vez que Ouro Preto e demais cidades históricas se encontravam quase em estado de abandono, na década de 1920, surge um movimento nacional de proteção à memória cultural, qual início se deve aos modernistas. Os ouropretenses registram na memória coletiva esses acontecimentos da seguinte forma.

Se para a economia do município estas perdas foram enormes, seu patrimônio histórico agradece a distância da modernização a que a cidade ficou relegada. Em 1938, o poeta Manuel Bandeira escreveu: "Não se pode dizer de Ouro Preto que seja uma cidade morta. (...) Ouro Preto é a cidade que não mudou, e nisso reside seu incomparável encanto". Nesse mesmo ano a cidade foi tombada como Patrimônio Nacional, num movimento nacional de proteção à memória cultural que começara com os modernistas, ainda na década de 1920, e culminara com a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 1937. Em 1933, Ouro Preto fora considerada "Monumento Nacional" e, em 1980, veio o reconhecimento internacional: a cidade foi declarada pela Unesco Patrimônio Cultural da Humanidade. (Patrimônio.<http://www.ouropreto.com.br/acidade/patrimonio.php>>. Acesso em 17 de agosto de 2009.

A idéia explicita no poema parte de um fazer poético exclusivo de Bandeira, que, ao utilizar-se de uma temática social, coloca a sua poesia a serviço da utilidade pública, fazendo uso de uma linguagem simples, centralizada em três funções: a referencial, privilegiando a preservação de Ouro Preto; a conativa, impondo aos seus destinatários sobre como ajudar a preservar a cidade, levando-os a adotar um comportamento patriótico, e, finalmente, a poética, qual elaboração do poema dá-se de forma inovadora e imprevista, com combinações sonoras e jogos de imagem capazes de despertar no destinatário prazer estético e surpresa. O poema alcança em sua totalidade um valor acrônico expresso através do verbo no modo do imperativo afirmativo, dando continuidade ao processo de preservação do patrimônio nacional, qual problema não incidirá apenas durante uma passagem de estio, mas também de outros fenômenos ou ocorrências. O título do poema alcança a mesma dimensão de um outdoor, tornando-se notável, capaz de despertar a atenção imediata dos destinatários.

Minha gente, salvemos Ouro Preto

“Minha gente” é uma forma de tratamento amigável que Bandeira utiliza para chamar a atenção aos brasileiros sobre a sua solicitação. A esses brasileiros, ele não faz distinção, podem ser seus “amigos” e / ou “inimigos”. O termo pluralizado, “inimigos”, talvez sirva para designar às pessoas adversárias ao Partido Comunista Brasileiro, a que Bandeira era partidário. O fato de as pessoas serem ou não amigas de Bandeira, isso a ele não importa, a questão posta em jogo, entretanto, seria a busca de soluções coletivas em prol à preservação do patrimônio cultural mineiro.

Bandeira tece o poema numa espécie de prosa, pregando o uso do verso livre desobrigado das regras de rima e métrica, apoiando-se somente no ritmo. No poema, todavia, há presença de um dístico ou refrão, cujo valor denota em rotular a ideia do seu objetivo principal para reforçar a mensagem.

Meus amigos, meus inimigos,

Salvemos Ouro Preto.

Suas palavras são perenes, sua linguagem é simples, direta e cotidiana trazendo a sua marca da contingência moderna, conforme foi observado por Arrigucci (2000), da seguinte forma.

No quadro de irradiação da arte moderna no Brasil, e em especial no momento modernista dos livros em questão, Bandeira revela desde logo as antenas sutis que possuía e fora afinando para captar uma poesia difusa no mundo das pequenas coisas do dia-a-dia, recolhendo elementos de contextos diversos, que ele aprendeu a considerar, aproximando-se do que até então não era tido por poético. (ARRIGUCCI, 2000, p.17.).

Ele personifica a cidade, vendo-a como uma “avozinha”, velha e cansada de sofrer, passivamente, a tantas explorações ocorridas desde a chegada do bandeirante Antônio Dias, em 1698, até quando o ouro começou a se escassear, em 1750, e não tornar mais possível sustentar a ambição da corte portuguesa. A ela, nada valeu a riqueza, pois, após ser sorrateiramente explorada, agora, reservava-lhe um triste fado: a ameaça de se desabar com a última estação chuvosa do verão e demais outras dali por diante. Se não há mais ouro, ou qualquer outro tipo de recurso capaz de assegurar o conjunto de bens materiais de Ouro Preto, o poeta sugere aos brasileiros que façam as suas doações em prol de sua conservação. A solicitação, porém, parte de uma circunstância de emergência através do verbo de ação no pretérito mais-que-perfeito do indicativo “As chuvas de verão ameaçaram...” ele assinala um fato passado em relação a outro também no passado (o passado do passado) como um acontecimento contínuo. No hemisfério Sul o verão se inicia em 21 de dezembro e termina em 20 de março, portanto, quando Bandeira faz uso do advérbio “urgentemente”, isso implica que a cidade conseguiu se safar de um verão chuvoso, mas que a tornaria, cada vez mais difícil safar-se dos demais verões. A cidade “vacila” e se alguém não tomasse as devidas providências, ela viria a “derruir”. Portanto o tempo em que ele profere o discurso é numa estação após o verão: o outono. Essa estação indicaria o tempo suficiente para que todos fizessem suas doações para preparar a cidade para os próximos verões.

As chuvas de verão ameaçaram derruir Ouro Preto.

Ouro Preto, a avozinha, vacila.

Meus amigos, meus inimigos,

Salvemos Ouro Preto.

Para as pessoas que pensam ser a cidade setecentista constituída apenas pelos grandes monumentos consagrados pela sua história, cujos são venerados e, eventualmente, resguardados de riscos, ameaças e danos, Bandeira, dialogicamente, adianta os pontos positivos da cidade, quais se encontram instaurados na memória coletiva, quer seja através dos romances ou dos feitios heróicos. Ele cita os seguintes acervos de Ouro Preto: o Palácio dos Governadores, a Casa dos Contos, a Casa da Câmara, os templos, os chafarizes e os nobres sobrados da principal rua da cidade. Percebe-se que a grandeza de Bandeira não está em preservar apenas o belo, mas também o feio, implicando a história do Brasil ser constituída também por antíteses.

Bem sei que os monumentos veneráveis

Não correm perigo.

Mas Ouro Preto não é só o Palácio dos Governadores

A Casa dos Contos,

A Casa da Câmara,

Os templos,

Os chafarizes,

Os nobres sobrados da Rua Direita.

Bandeira não se atenta apenas em olhar a beleza de Ouro Preto em sua arquitetura central, que, de uma forma e outra já se encontra resguardada da memória cultural da cidade. Ele a observa amplamente, argumentando que também faz jus preservar as casas das pessoas humildes, quais encontram-se nas escarpas. Ele traça a realidade de Ouro Preto, que, apesar de resguardar a sua beleza colonial, construída a partir do ouro arrancado de suas entranhas, convive também com os contrastes, ou seja, com a pobreza impingida em seus casebres, construídas nas ladeiras. Se elas correm o risco de se desabarem com as chuvas veraneias, o casario do Vira-Saia, que se encontra na rua Santa Efigênia, abaixo da encosta, também corre o mesmo risco devido às enxurradas. Segundo Bandeira, os casebres da ladeira também pertencem ao patrimônio cultural e devem ser, obviamente, preservadas.

Ouro Preto são também os casebres de taipa de sopapo

Agüentando-se uns aos outros ladeira abaixo,

O casario do Vira-Saia,

Que está vira-não-vira enxurro,

E é a isso que precisamos acudir urgentemente!

Meus amigos, meus inimigos,

Salvemos Ouro Preto.

Em um País que estava a se experimentar de um futurismo marcado por novas experiências que vão desde a industrialização, urbanização, transformações históricas sociais e aspirações de classes, o poeta se demonstra preocupado em manter no plano da cultura a preservação do patrimônio brasileiro, qual está ligado ao passado histórico de sua gente, que, na fase de sua contemporaneidade, se encontrava alheia a outros valores transgredidos pelo mundo capitalista: homens que se preocupavam em comprar cavalos árabes para apostar em hipódromos; mulheres grã-finas que consumiam as marcas e os modelitos de um estilista francês e outros que pagavam meio conto por uma estadia de luxo no hotel “Gardini”, em Mendonza, localizada no oeste da Argentina. Embora Bandeira pareça tecer uma ironia dissimulada sobre homens e mulheres que se dispersavam o útil para atenderem aos seus desejos de consumo, ele, todavia, não se radicaliza, a fim de coibi-los dessa prática, ele afirma “Está certo” / “Está tudo certo”, como uma garantia de que primeiro as pessoas suprissem de suas necessidades e, também, se ativessem à importância de agir como cidadãos em prol de assegurar os bens patrimoniais do País. Como no sistema capitalista a posição que se faz é de um “toma lá, dá cá”, ele ressalta a barganha acrescentada por “Nossa Senhora do Carmo de Ouro Preto” a quem doar dinheiro em prol à conservação do patrimônio. Com o uso do verbo “acrescentar”, transitivo direto, seguido pela reticência, ele prolonga o incentivo a inúmeros desejos (mais dinheiro, saúde, sorte etc.). A santa a que ele faz referência não é a padroeira de Ouro Preto, embora ela possua na cidade uma igreja erigida entre 1766 e 1722, em sua homenagem, qual projeto é de autoria de Manuel Francisco Lisboa, pai do Aleijadinho, que, também, junto a outros artistas famosos, contribuiu em sua ornamentação. A igreja, segundo consta na história ouropretana, foi construída no mesmo local onde havia uma capela erigida pelos devotos de Santa Quitéria. Porém, podemos aludir que Bandeira faz menção a essa santa devido à questão da desapropriação. O mesmo fato poderia acontecer com a cidade, devido à modernização, o antigo cederia lugar ao novo, descaracterizando-na, continuamente.

Homens ricos do Brasil

Que dais quinhentos contos por um puro-sangue de corridas,

Está certo,

Mas dai também dinheiro para Ouro Preto.

Grã-finas cariocas e paulistas

Que pagais dez contos por um modelo de Christian Dior

E meio conto por uma permanente no Baldini,

Está tudo muito certo,

Mas mandai também dez contos para consolidar umas quatro casinhas de Ouro Preto.

(Nossa Senhora do Carmo de Ouro Preto vos acrescentará...)

Após Bandeira fazer a solicitação ás pessoas ricas e consumistas da região Sudeste (São Paulo e Rio de Janeiro), ele passa a incluir toda a gente brasileira em sua campanha. O seu argumento agora parte da frustração dos inconfidentes diante da traição de Joaquim Silvério do Reis, tendo como principal líder Joaquim José da Silva Xavier, cognominado Tiradentes. Segundo Bandeira foram com os inconfidentes que floresceu a iniciativa de os brasileiros adquirirem a aptidão de tornar-se livres em suas decisões. Como se não bastasse, somente à aptidão da autonomia, os brasileiros herdaram também dessa cidade o estilo da arte, o barroco, datado entre o fim do século XVI e meados do século XVIII, caracterizado pela liberdade de formas e profusão de ornamentos, tendo como principal referência o mestre Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

Na literatura, prevaleceu a poesia dando início a uma formação genuína de identidade do povo brasileiro. “Versinhos”, a que ele se refere, foram feitos pelo Desembargador Tomás Antônio Gonzaga, poeta e também inconfidente. Ele se refere às liras arcádicas do poeta, quais foram dedicadas a D. Maria Joaquina Dorotéia de Seixas, “Marília de Dirceu” e as prosas satíricas em versos “Cartas Chilenas”, motivo de sua consagração ao estudar essa obra.

Gentes da minha terra!

Em Ouro Preto alvoreceu nossa vontade de autonomia nos sonhos frustrados dos inconfidentes.

Em Ouro Preto alvoreceu a nossa arte nas igrejas e esculturas do Aleijadinho.

Em Ouro Preto alvoreceu a nossa poesia nos versinhos do Desembargador.

Ao findar o poema, Bandeira reforça o seu caráter lírico como agente responsável por uma causa nobre a que não somente pertence a ele, mas também a todos os brasileiros. Ajudar a cidade implica não somente doar dinheiro, mas também elegê-la como ponto de turismo nas listas de desejos de consumo. Dessa forma todos poderiam conhecer Ouro Preto, desfrutar de sua história, de seus pontos turísticos (um eldorado constituído de doze distritos) e de sua tradição gastronômica. Ele reforça a ideia de seu objetivo principal na construção do último refrão, criando a possibilidade de mobilizar as pessoas, formando um exército ou um mutirão em prol de salvação da cidade ouropretana. Ele convoca ou intima a todos os brasileiros para desviarem as suas atenções a um itinerário importante, o de Ouro Preto, Minas Gerais.

Minha gente,

Salvemos Ouro Preto.

Meus amigos, meus inimigos,

Salvemos Ouro Preto.

O itinerário de Manuel Bandeira, dessa vez não foi Parsárgada, onde ele afirma que “a existência é uma aventura” , mas Ouro Preto, a cidade a quem ele dedica a sua inquietação nacional, fazendo nos compreender que a modernidade está também a serviço do social, pronto para perscrutar o velho e acrescentar o novo, cujo objetivo seria em dar continuidade à evocação da memória nacional. Ele, como membro do Conselho Consultivo do Departamento Histórico e Artístico, funda em seu poema um conceito de eterno presente a partir de um “agora”, mobilizando a sociedade brasileira a entrar em conjunção com a cultura.

Essa preocupação com o acervo cultural brasileiro deve-se aos cuidados da vanguarda modernista, que, embora num primeiro instante parecesse agressiva, quanto ao radicalismo exacerbado de se fazer uma ruptura drástica, substituindo o velho pelo novo; ela, portanto se dignificou em resguardar as velhas tradições, adaptando-as às novas, dando um processo de continuidade, uma égide.

Tomando como exemplo disso, encontramos o escritor e poeta Mário de Andrade, que ao ver o patrimônio arquitetônico de Ouro Preto abandonado, correndo o risco de ruir, desprovida de quaisquer recursos públicos ou privados, se preocupou em tomar partido organizando um movimento sério em prol da conservação dessa cidade e demais outras da região. Através dessa organização, ele almejou e conseguiu através do amigo Rodrigo Melo Franco de Andrade a aprovação do decreto, dando a Ouro Preto e toda a região aluvial o prestígio de viverem hoje o ápice cultural do turismo nacional e internacional e o caráter de se obter a cada dia, através de novos projetos, modelos de desenvolvimentos que buscam conciliar as suas necessidades.

Manuel Bandeira, poeta consagrado e batizado por Mário de Andrade de o “João Batista do Modernismo”, mais uma vez larga a frente de todos os seus contemporâneos para inaugurar uma nova retórica poética a que se faz de jornalista ou publicitário para demonstrar e fazer valer o seu marketing cultural imperecível. Isso se dá ao fato de ele criar a sua própria forma de se poetizar, perquirindo a sensibilidade da alma brasileira. Através desse poema, denotamos que a sua busca de identidade não se dá de forma particularizada, mas coletiva, retratada nos pormenores do cotidiano brasileiro. Ele é o poeta da sensibilidade, da paixão, da inquietação, da experiência e do senso de observação, qual sua intenção nunca foi de se fazer poeta exclusivamente para uma elite privilegiada, mas sim a todas as camadas sociais. A sua busca foi sempre de coisas que atendessem e agradassem a todos, desde as criancinhas até aos idosos. Os seus ritmos, suas imagens, suas palavras e sua sintaxe, sempre se adaptaram perfeitamente à forma, combinando com sua multiciplicidade de conteúdos folclóricos e humanos, fazendo-o um dos melhores cultores do verso livre da Literatura Brasileira.

Referência bibliográfica

ARRIGUCCI, Davi Jr.O Cacto e as ruínas. 2.ed. São Paulo: Duas Cidades, 2000

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