ANÁLISE DO POEMA DE CECÍLIA MEIRELES - REINVENÇÃO

Eu sinto que quando Cecília Meireles diz que "a vida só é possível reinventada", ela cita os sonhos como reinvenção da realidade. Nesse momento, transcende do real ao imaginário, levando consigo todo o peso da vida.

“Anda o sol pelas campinas/ e passeia a mão dourada/ pelas águas, pelas folhas.../ Ah! tudo bolhas/ que vêm de fundas piscinas.../” ; Nessa citação, ela transmite uma leveza de espírito que se subentende a um imaginário da alma.

Quando diz "a vida, a vida, a vida", isso nos transmite a real situação. O peso do dia a dia. As dificuldades ora vividas. E ela logo soluciona dizendo que " a vida só é possível reinventada", isso é , sonhada. Fazer mais leve o fardo levando a mente a um imaginário e ela diz "Vem a lua, vem, retira/ as algemas dos meus braços./ Projeto-me por espaços/ cheios da tua Figura./". Nesse momento há a elevação dos pensamentos que permite se encher da figura alvo de seus sentimentos e passível de uma ausência.

Quando Cecília Meireles diz em seu poema "Tudo mentira! Mentira/ da lua, da noite escura./ Não te encontro, não te alcança.../ Só – no tempo equilibrada, / desprendo-me do balanço/ que além do tempo me leva...", nesse momento é como se ela recobrasse a razão , ela sai do imaginário de sua mente e volta à realidade. Nessa hora ela percebe que é tudo mentira aquela presença quase que sentida no tato, mas enfim, não verdadeira. Mas ela sabe que no fundo "a vida só é possível reinventada".

Raquel Delvaje
Enviado por Raquel Delvaje em 29/03/2013
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