"Fora de mim"
" Eu sabia que era uma viagem sem destino, sabia desde o início e não sabia, não sabia que doeria tanto”. ( do livro: Fora de Mim de Martha Medeiros)
Acabei de ler mais um livro de Martha Medeiros.Já faz um tempinho que entrei para o fã-clube dessa maravilhosa escritora gaúcha.Gosto de seu estilo despojado,de fácil assimilação,sem rebuscamentos.A linguagem de Martha é ágil,versátil e simples.Mas a simplicidade é,a meu ver,fruto do seu amadurecimento como pessoa e como autora (acho que não dá pra separar).
Sempre apreciei os autores que falam como a gente,que não nos fazem recorrer ao dicionário a cada minuto.E aprecio mais ainda quem tem na empatia a matéria mais importante em sua construção literária.Sempre percebi isso nos livros dessa grande autora: Ela se põe no lugar de cada personagem,quando não é ela mesma a protagonista.
Foi assim que me deparei com o livro “Fora de mim”.Não sei se é pelo momento que vivo,mas senti que a autora escreveu o livro para mim.É como se fôssemos melhores amigas,aquelas que confidenciam tudo e,de repente,ela resolvesse publicar a minha história.Essa foi a minha sensação inicial,a que me fez devorar o livro em poucas horas.
Mas essa impressão inicial foi se desfazendo ao longo da leitura.E se desfez por completo quando cheguei ao final.Martha não escreveu o livro para mim (afinal a narrativa é em primeira pessoa).A autora é a protagonista.E aí reside,a meu ver, o valor incontestável do mesmo.
Na minha opinião, a autora foi de uma coragem absurda ( mesmo sabendo que o livro não é totalmente autobiográfico e que a parte ficcional está lá,bem forte).Ao falar de si,do seu descompasso,do seu desvario,do seu vazio dolorido,por todo o deserto afetivo a que foi lançada com o fim de seu relacionamento,Martha incluiu praticamente TODAS as mulheres.E quando digo TODAS,sem ressalvas,eu me refiro ao contingente feminino que, pelo menos uma vez na vida, se entregou totalmente a uma paixão,ou a um amor de forma completa e definitiva.Refiro-me às mulheres que mesmo tendo seus medos,suas neuras, não abriram mão de viver a sua história amorosa.E ao perceberem que todo o encantamento jamais vivido anteriormente,estava se desmanchando como “espumas ao vento”, que o sentimento estava escapando pelos dedos,mas continuava incrustado no coração, sentiram uma dor tamanha,tão...inexplicável!
Mas a autora consegue nos passar o seu “surto”, sua dor.Ela se desnuda de tal forma,que não há como a gente não se colocar na história e sofrer junto,e chorar até que as lágrimas copiosas e os soluços vão dando lugar ao alívio,à paz que vem chegando de mansinho. A literatura tem esse poder.Ela é redentora.
Aproveitando o trecho do livro que me serve de título,quero acrescentar que: A gente sempre sabe quando a viagem amorosa é sem destino.A gente sabe e não sabe.Uma vozinha raquítica dentro de nós nos avisa.A luzinha vermelha acende em sinal de alerta.Mas....E todos os outros nossos variados sentidos?E a comichão que nos faz refém de carícias infinitas e que nos provoca a sede insaciável de ternura e amor? Quem não confunde ou nunca confundiu o código amoroso que atire a primeira ou a décima pedra.Amor e razão não andam na mesma estrada.A gente vai tentando aprender a racionalizar o afeto,mas,quase sempre, e emenda é bem pior do que o soneto.
Sei que ao ler o maravilhoso livro da Martha eu também fiquei “fora de mim”.Mas talvez era o que me faltava para encontrar o meu prumo.Como é bom a gente se re-conhecer no outro.Como é bom a gente perceber o quão humano um (a) autor(a) pode ser.
A verdade contida no livro da Martha,a coragem de se despojar de qualquer pudor, a verossimilhança da história só me fez ficar ainda mais fã dessa escritora gaúcha.
E pra quem já viveu um grande amor e,apesar de tudo,não se arrependeu;se já se conciliou com o seu passado e fez de suas experiências afetivas uma forma de continuar apostando no amor,eu recomendo “Fora de mim”.Mesmo que a sua identificação não seja tão intensa como que se apossou de mim.
" Eu sabia que era uma viagem sem destino, sabia desde o início e não sabia, não sabia que doeria tanto”. ( do livro: Fora de Mim de Martha Medeiros)
Acabei de ler mais um livro de Martha Medeiros.Já faz um tempinho que entrei para o fã-clube dessa maravilhosa escritora gaúcha.Gosto de seu estilo despojado,de fácil assimilação,sem rebuscamentos.A linguagem de Martha é ágil,versátil e simples.Mas a simplicidade é,a meu ver,fruto do seu amadurecimento como pessoa e como autora (acho que não dá pra separar).
Sempre apreciei os autores que falam como a gente,que não nos fazem recorrer ao dicionário a cada minuto.E aprecio mais ainda quem tem na empatia a matéria mais importante em sua construção literária.Sempre percebi isso nos livros dessa grande autora: Ela se põe no lugar de cada personagem,quando não é ela mesma a protagonista.
Foi assim que me deparei com o livro “Fora de mim”.Não sei se é pelo momento que vivo,mas senti que a autora escreveu o livro para mim.É como se fôssemos melhores amigas,aquelas que confidenciam tudo e,de repente,ela resolvesse publicar a minha história.Essa foi a minha sensação inicial,a que me fez devorar o livro em poucas horas.
Mas essa impressão inicial foi se desfazendo ao longo da leitura.E se desfez por completo quando cheguei ao final.Martha não escreveu o livro para mim (afinal a narrativa é em primeira pessoa).A autora é a protagonista.E aí reside,a meu ver, o valor incontestável do mesmo.
Na minha opinião, a autora foi de uma coragem absurda ( mesmo sabendo que o livro não é totalmente autobiográfico e que a parte ficcional está lá,bem forte).Ao falar de si,do seu descompasso,do seu desvario,do seu vazio dolorido,por todo o deserto afetivo a que foi lançada com o fim de seu relacionamento,Martha incluiu praticamente TODAS as mulheres.E quando digo TODAS,sem ressalvas,eu me refiro ao contingente feminino que, pelo menos uma vez na vida, se entregou totalmente a uma paixão,ou a um amor de forma completa e definitiva.Refiro-me às mulheres que mesmo tendo seus medos,suas neuras, não abriram mão de viver a sua história amorosa.E ao perceberem que todo o encantamento jamais vivido anteriormente,estava se desmanchando como “espumas ao vento”, que o sentimento estava escapando pelos dedos,mas continuava incrustado no coração, sentiram uma dor tamanha,tão...inexplicável!
Mas a autora consegue nos passar o seu “surto”, sua dor.Ela se desnuda de tal forma,que não há como a gente não se colocar na história e sofrer junto,e chorar até que as lágrimas copiosas e os soluços vão dando lugar ao alívio,à paz que vem chegando de mansinho. A literatura tem esse poder.Ela é redentora.
Aproveitando o trecho do livro que me serve de título,quero acrescentar que: A gente sempre sabe quando a viagem amorosa é sem destino.A gente sabe e não sabe.Uma vozinha raquítica dentro de nós nos avisa.A luzinha vermelha acende em sinal de alerta.Mas....E todos os outros nossos variados sentidos?E a comichão que nos faz refém de carícias infinitas e que nos provoca a sede insaciável de ternura e amor? Quem não confunde ou nunca confundiu o código amoroso que atire a primeira ou a décima pedra.Amor e razão não andam na mesma estrada.A gente vai tentando aprender a racionalizar o afeto,mas,quase sempre, e emenda é bem pior do que o soneto.
Sei que ao ler o maravilhoso livro da Martha eu também fiquei “fora de mim”.Mas talvez era o que me faltava para encontrar o meu prumo.Como é bom a gente se re-conhecer no outro.Como é bom a gente perceber o quão humano um (a) autor(a) pode ser.
A verdade contida no livro da Martha,a coragem de se despojar de qualquer pudor, a verossimilhança da história só me fez ficar ainda mais fã dessa escritora gaúcha.
E pra quem já viveu um grande amor e,apesar de tudo,não se arrependeu;se já se conciliou com o seu passado e fez de suas experiências afetivas uma forma de continuar apostando no amor,eu recomendo “Fora de mim”.Mesmo que a sua identificação não seja tão intensa como que se apossou de mim.