É Verdade
 
         Ao acompanhar o emprego de palavras em frases que substanciam respostas afirmando questionamentos, pode-se notar nitidamente que em quase todas as ocasiões é usado o termo “é verdade”, quer seja para concordar ou para finalizar um diálogo. Dependendo do levantamento feito, adicionar o emprego da palavra em conversações, entrevistas e na troca de cumprimentos é notório alguém responder e até interrogar, conforme for o caso.
         Na verdade, com tantas repetições o significado ou mesmo a concordância, sustentam a posição de vício de linguagem, caso comum no dia-a-dia de qualquer pessoa. Certa vez, ao acompanhar os comentários de dois categorizados operadores da comunicação no rádio, Carlos Ferreira  e Ivo Amaral, pude perceber que a repetição do “é verdade”, surgia como alternativa para eles discutirem os lances da partida e ao mesmo tempo concordarem mutuamente com o que estava acontecendo no gramado. Estou usando os dois como parâmetro, mas são inúmeros os integrantes da imprensa que usam a expressão para iniciarem ou encerrarem suas falas.
         Como o uso da pequena frase não torna incorreto o seu emprego, tenho a certeza de que muitas repetições serão introduzidas, e assim proporcionarem singularidade a vários pontos que formem alternâncias, seja qual for a opção e o termo empregado. É melhor completar a frase dessa maneira do que repetir a terceira pessoa do verbo ser e não conseguir responder ou afirmar o que for preciso. Por sinal, isso é comum nas reportagens em tempo real, quando faltam palavras e somente soa o “é” de  forma aguda na tentativa do complemento.
         É verdade que nós brasileiros temos certa dificuldade de assimilar o uso das palavras de nossa própria gramática e ganhamos a fama de sermos repetitivos. Uma das provas é a dificuldade de aprovação em exames de vestibulares, quando a redação amedronta os candidatos que não conseguem assimilar o tema e desenvolvê-lo através da escrita de próprio punho. Como sabemos que a diversidade gramatical é extensa, precisamos ter convicção de que os vícios de linguagem podem ajudar, mas na maioria dos casos surgem para atrapalhar o desempenho de quem precisa dialogar, sobretudo no que diz respeito à comunicação social. Como o texto não transmite questionamentos da ordem gramatical, ressalto apenas que a frase pode ser usada em qualquer termo, principalmente se estiver em conformidade com aquilo que é real e verdadeiro.
 
Artigo escrito no mês  fevereiro de 2010 e publicado em meu blog.  
Paulo Vasconcellos
Enviado por Paulo Vasconcellos em 17/09/2014
Código do texto: T4965337
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.