O INESQUECÍVEL PHILIP ROTH
Quando li  na década de  90, pela primeira vez "COMPLÔ CONTRA A AMÉRICA" ,a impressão de realidade do que estava lendo era tão forte que cheguei a pensar que o Lindbergh havia ,realmente,governado a América ,derrotado Roosevelt e atraído os americanos   para o anti - semitismo e os interesses nazistas.Tão forte e tão poderoso era o poder da pena deste judeu  solitário que evitava jornalistas e só se permitia tirar fotos com cara de mau para confundir seus leitores.
Com o Roth acontecia   você abrir um livro dele,folheá-lo  despreocupadamente ,ler um texto e...nunca mais soltá-lo.Saia procurando outros títulos ,abrindo outros volumes,mergulhando na sua vida real que, como ninguém ,ele sabia retratar ficcionalmente  conhecendo seu alter ego ,Zuckerman , como ele,filho de judeus  dos subúrbios de Nova Jersey,escreveu um livro polêmico narrando uma vida sexual complexa e  sofrido com as pressões do "establishment" que o desaprovava totalmente.A diferença é que os pais de Zuckerman,judeus conservadores ,ficavam envergonhados com o livro escrito ,os pais de Roth sentiam enorme orgulho dele e de sua obra.Assim,entre outros personagens criados permitiu  que fossem testados  as várias facetas da sua personalidade ,seja como autor,filho,marido ,judeu e americano.
Se o Complexo de Portnoy o tornou conhecido,as outras obras todas voltadas para os temas como o fascínio pelo sexo,casos obscenos,as relações entre as famílias judaicas e seus filhos  ,todas tensas e difíceis ao ponto dele dizer que" o homem judeu com pais vivos  continuará tendo 15 anos até eles morrerem."
A sua mãe foi um ídolo sempre lembrado e louvado por ele  para confrontar a sempre tensa relação com o seu pai.
Foi casado com a magnífica atriz inglesa Claire Bloom  que estrelou "Luzes da Ribalta" o clássico de Chaplin que a transformou numa estrela.
Roth escreveu uma trilogia ,nos  anos ,90 onde narrava várias décadas da história americana ,expressando os temores.os preconceitos  e as esperanças de seus habitantes judeus ou goys.*
Para mim,o melhor deles é "Pastoral Americana", que ganhou o Prêmio Pulitzer de ficção  em 1998  , "Casei-me com um comunista" ,logo seguida com "Complô contra a América" , onde narra o que sucederia ,nos anos 1940 ,se um governo fascista  ganhasse a eleição,livro que acabei de re-re-re ler e nunca me canso.E,está cada vez mais atual no Brasil de agora.
*goys,não judeus
 
Miriam de Sales Oliveira
Enviado por Miriam de Sales Oliveira em 28/05/2018
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