JENNIFER KNAPP - DO JEITO QUE EU SOU

Uma das mais proeminentes cantoras gospel do momento assume seu lado homossexual e diversifica público com novo álbum

Jennifer Knapp, uma das maiores cantoras da música cristã da atualidade – ela até já abocanhou quatro Dove Awards, um dos prêmios mais importantes do gospel internacional – considera bizarro o termo “saindo do armário”, expressão comumente usada quando alguém resolve assumir de vez a homossexualidade. Entretanto, é exatamente isso o que ela acabou de fazer ao assumir publicamente seu namoro com uma norte-americana, ao mesmo tempo em que está prestes a lançar seu novo disco, Letting Go, o quarto de uma próspera carreira musical. Em recente entrevista concedida a Reuters, a norte-americana nascida no estado do Kansas e naturalizada australiana, afirmou que está preparada para a reação dos fãs – a maioria, evangélicos –, que, ao longo dos anos, sempre fizeram questão de defender a cantora de rumores e comentários maldosos sobre sua sexualidade. “Ando ganhando muito mais piscadelas de garotas do que ganhava no passado", disse ela, em tom descontraído.

Ainda considerado um tabu gigantesco no meio cristão, a homossexualidade sempre foi um assunto tratado com todo o cuidado pela igreja e, vez por outra, quando surgem boatos de cantores e artistas que seguem essa opção sexual, a repercussão é até maior do que a própria conversão de personalidades ao evangelho. Por isso mesmo que a cantora resolveu adotar uma postura bastante preventiva, procurando não direcionar seu mais recente trabalho somente ao público religioso. "Eu acharia uma falta de respeito dizer que isso é algo que você vai querer colocar na loja ao lado da estatueta de Jesus. Seria uma falsa ingenuidade tentar convencer alguém de que precisa fazer isso”, explica.

Jennifer tratou também de deixar claro que não está dando as costas para a igreja; pelo contrário, ela continua sendo a mesma “pessoa de fé”. “Se existe alguma frustração é por eu tentar romper com cortesia o jugo de ter que ser algo que não consigo”, disse ela, que chegou a ser celibatária por dez anos. Independente do novo caminho sexual trilhado, nada mais parece ter mudado na trajetória da cantora, que continua com a mesma voz e, segundo ela, com a mesma devoção de sempre. E afinal, como sugere a tradução literal de seu álbum The Way I Am, indicando ao Grammy em 2001, esse é o jeito que ela é.

Fonte: Revista Eclésia - Edição 142

COPYRIGHT © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Para a aquisição desse texto para fins de qualquer natureza – inclusive para reprodução, trabalhos profissionais ou acadêmicos –, favor entrar em contato pelo e-mail jdmorbidelli@estadao.com.br.

Agradeço se puder deixar um comentário.

JDM

twitter.com/jdmorbidelli

José Donizetti Morbidelli
Enviado por José Donizetti Morbidelli em 17/05/2010
Reeditado em 12/03/2012
Código do texto: T2262314
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.