PODEMOS TENTAR APRENDER, A EXEMPLO DE BEETHOVEN, QUE PODEMOS NOS FAZER OUVIR, MESMO COM O “BARULHO DO DIA-A-DIA.”

Beethoven foi um músico que enfrentou problemas familiares, de ordem social e por fim de ordem física, este último talvez o tenha deixado mais angustiado e sem ânimo para a vida. Ele fazia suas composições ouvindo as vibrações das notas tocadas ao piano. Sem audição e não mais conseguindo escutar, principalmente suas composições, Beethoven perdeu completamente o gosto de viver, mas a arte continuava dentro de si e o fez entender que ele não apenas ouvia os sons externos, ele conseguia ouvir o que estava dentro de si e este dom de ouvir a si próprio o salvou para viver novamente. E ele testificou: “Foi à arte, e apenas ela que me reteve”.

Acredito que seria uma boa tentativa e uma excelente forma de sabermos lidar com nossos problemas, com as dificuldades que aparecem, as inúmeras novas doenças que se apresentam, mas, infelizmente, vivemos uma realidade “barulhenta”. Não conseguimos parar e ouvir o que o nosso íntimo diz, tão pouco conseguimos ouvir as outras pessoas. E para nos fazer ouvir assim como o outro, precisamos nos silenciar, mas, deixar-se ouvir é tão difícil quanto olhar para dentro de nós mesmos. O medo de ouvir que erramos e de que é preciso darmos um passo atrás nos incomoda. Mas esquecemos de que quando estamos à beira de um precipício, como Beethoven se encontrava, a única maneira de andar para frente é dando um passo atrás, deixando-nos ouvir, sentindo a voz silenciosa do nosso íntimo. E foi isso que Beethoven fez com a ajuda da arte: ouviu o seu íntimo mesmo sem o sentido da audição.

À exemplo deste grande mestre da música, poderíamos aprender que podemos nos fazer ouvir, mas, por vezes, somos covardes, preferimos acumular problemas, doenças, defeitos, erros, que nos fazer ouvir, e o pior, ficamos cansados de viver e tentamos, inutilmente, enterrar essa nossa covardia na bebida ou no tóxico. É a pior desgraça! Há tantas coisas a serem feitas, tantos caminhos a escolher, tantos estudos a fazer e, às vezes, envelhecemos precocemente, aos vinte anos não queremos aprender mais nada, e julgamos saber tudo, quando de fato vivemos encerrados no castelo de nossa própria imaginação, tão vazio quanto irreal.

É importante que façamos a diferença de afirmação, personalidade e autenticidade, pois só assim nos tornaremos ouvintes de nós mesmo, que é o mais importante, para podermos superar todos os obstáculos que se apresentam no nosso caminho e, de cabeça erguida possamos continuar nossa caminhada até que o nosso fôlego de vida seja, ao seu tempo, retirado de nós.

Giselma Maurício
Enviado por Giselma Maurício em 04/08/2010
Reeditado em 22/09/2013
Código do texto: T2417385
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