Cinco anos sem Michael Jackson

Nunca fui fã do Michael, porém não dá pra negar a genialidade do cara. O cara sempre foi genial em tudo que fez, desde sempre o cara era muito bom. Em "This is it Michael", no documentário em vídeo, que mostra o preparativo do grande show que ele faria em Londres, se vê bem isso. Veja que aí ele tá longe, mas muito longe mesmo de ser pelo menos 10 % do que ele era, por exemplo, a 10, 15 anos atrás. Contudo, por força de sua genialidade, a falta de vigor da juventude, a eletricidade dos movimentos de sua dança, a força de expressão de suas coreografias e, sobretudo, àquela energia com que ele costumava subir aos palcos de tempo anteriores, não se viam durante esses ensaios que antecederam a sua morte. Porém, gênio é gênio e tem o dom de nos surpreender. Aquilo que perde em energia compensa com leveza e suavidade dos movimentos artístico de sua dança. A voz se não consegue sustentar as frequência mais altas em decibéis, por stress das cordas vocais, acomoda-se em um determinado nível onde consegue encorporar, ao timbre, maior volume de harmônicos, dando ao mesmo mais densidade, ou seja, a voz fica mais aveludada, ganhando muito mais aquilo que muita gente diz ser a cor do som. Por isso e por tudo que o cara fez, é que ele se transformou nesse gingante que ele é ainda hoje dentro do mundo pop.

Tem um determinado momento mágico, nesse documentário, em que ele dançando solo em "Billie Jean", no qual se ver todos os bailarinos de sua companhia de boca aberta vendo o cara dançar, a música entra por dentro do seu copro e escapa em forma de dança, e olha que ali só tem gente fera, escolhidos a dedos entre os melhores do gênero, os caras não param de gritar, aplaudir e ovacionar o Michael, a ponto que o manager, após o show particular do Michael, entra no palco e se dirigindo a ele diz: "você é a igreja do pop music". Engraçado... vendo o cara dançar a gente pensa logo que é coisa mais simples do mundo, dançar. Como ele faz a coisa se tornar fácil, pra não dizer simplória!

Então, pra quem não vai fazer nada nessas próximas horas, vale apena perder esse tempo 1h e 56 min assistindo o cara, mesmo para aquelas pessoas que não são muito fã do cara como eu, vale a penar assistir. A morte de desse cara foi e ainda é uma perda lastimável pra mundo artístico. Ainda mais em tempos de "Anitas" e do Bon Jovi quase estourando a veia do pescoço, depois dos cinquenta, pra sustentar as notas mais altas no fim de sua apresentação no Rock in Rio, caras assim como Michael Jackson, faz ainda muita falta dentro dessa mediocridade que impera dentro da música pop.

Espero, de coração, que esse documentário seja um bom entretimento para esses dias chuvosos...

Pra quem assistiu...

-- Era disso que eu estava falando... A genialidade consiste em fazer adaptações. Veja que nos seus dias atuais ele não tentava reproduzir que fora antes, pois correria o risco de reproduzir apenas uma caricatura do que um dia já foi. Perdia em movimento, mas ganha em leveza e suavidade, não alcança as notas mais altas, mas aveluda ainda mais a voz. Se o cara se mostrou cansado, todavia ele encontra os atalhos perfeitos sem quebrar o ritmo. Faz parecer tudo muito mais fácil. A verdade é que a Música gostava do cara. Fazer o que? Tem gente que nasceu pra ser amante "dela".

Pois, galera, Agora chupa essa manga... Já faz cinco anos que o cara morreu. O tempo é implacável, passa rápido demais.

(Fábio Omena)

Ohhdin
Enviado por Ohhdin em 20/10/2013
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