Serra, o combate às drogas, Evo Morales e seu "companheiro" do Brasil.

Serra, o combate às drogas, Evo Morales e seu "companheiro" do Brasil.

Hoje, o candidato José Serra deu uma entrevista à "Rádio globo" do Rio de Janeiro e, a certa altura, declarou que o governo da Bolívia é "cúmplice" do tráfico de cocaína para o Brasil e mais, que entre 80% e 90% da droga que atualmente entra por nossas fronteiras tem origem boliviana. está colocando o dedo na cara de quem é preciso colocar - Evo “cocalero” Morales.

Depois da tal entrevista, declarou aos jornalistas que fazem cobertura de sua campanha, o tucano foi mais longe, afirmando que o governo boliviano faz "corpo mole", no combate ao tráficio de drogas no país e, que só o volume de drogas que entram no Brasil estão diretamente vinculadas a tal prática.

Considero tais declarações um ato de coragem (pois ele disse o que muita gente gostaria de dizer) e é lamentável que sejam ditas por um candidato à presidência da república e, não, pelo mandatário da nação.

O nosso Presidente da República, pelo contrário, foi até a Bolívia recentemente, e se confraternizou com o presidente boliviano durante um evento em que ele usou um colar de coca (e olha!, coca "da boa!") e onde o seu companheiro anunciou a criação de um campo de cultivo de coca na distrito de Pando, que se localiza - adivinhem! - na fronteira com o Brasil.

Nesse sentido, Serra, aparentemente, até que pegou leve - embora suas declarações tenham endereço evidente - , pois, muito mais que "cúmplice" eventual, o atual governo boliviano é um fomentador da cultura de coca para fins ilícitos. Tanto que, na Constituição "indigenista" promulgada durante o primeiro governo de Evo Morales (cuja carreira política começou justamente num sindicato de "cocaleros") deu ao cultivo de coca um tratamento espantoso, declarando a planta maldita como “recurso natural renovável da biodiversidade da Bolívia e fator de coesão social”.

Quer dizer: somando o que foi escrito na Constituição boliviana sobre o cultivo de coca com a ação governamental que se seguiu, instituindo uma nova área de cultivo no distrito de Pando - responda ou não o governo boliviano por tal iniciativa e barbaridade -, não deixa dúvidas: na Bolívia, o cultivo da coca e, o que de tal cultivo decorre, é questão de Estado.

E é bom lembrar: em quatro anos, a produção de pasta-base de coca e de cocaína na Bolívia aumentou 41%. O grosso dessa produção entrou em território brasileiro, alimentando uma imensa rede criminosa, estabelecida a partir do incentivo ao vício na cocaína e, especialmente, o crack, produto mais barato e deletério.

Para mim, a prova definitiva da ligação do governo de Evo Morales com o narcotráfico é autorização de criação de uma nova área de cultivo próxima da fronteira com o Brasil, pois quer dizer exatamente que os narcotraficantes, organizados em termos dantescos e empresariais, querem encurtar o caminho com o centro consumidor, com o fim explícito de diminuir custos e riscos.

Como equilibrar o jogo e proteger o Brasil do flagelo da indústria criminosa estabelecida em torno do tráfico de drogas e, proteger as famílias brasileiras (e brasileirinhos) da desgraça do consumo e vício da cocaína e do crack? Simplesmente pressionando o governo do Estado vizinho para que faça sua parte e, combata internamente o tráfico de cocaína e derivados e, restabeleça a ordem e o controle nas fronteiras com o país em questão, combatendo o narcotráfico e, impedindo que a droga ingresse em território pátrio.

Qual o quê?

No governo brasileiro não existe atualmente quem se importe com o círculo de crime, miséria e terror que o narcotráfico vai promovendo no país, com a sua distribuição de drogas, cada vez mais folgada, eficiente e barata…

Por isto, Lula também será julgado pela história. E quero estar vivo e de pé, para assistir.

…Não me espantará que, em questão de horas, Lula venha a público defender a "livre determinação' e a "cultura" do povo da Bolívia e, ainda, a "soberania" e as "diretrizes" do governo boliviano. Não será surpresa alguma se, em algumas horas, comecem a pipocar na Internet e nos jornais matutinos, a fala sub-reptícia de jornalistas "a favor" e de babaquaras do mundo medonho das diversões, condenando Serra e falando em "políticas públicas" em relação ao combate do vício das drogas. Também não tenho dúvidas de que muitas hienas do mundo político e dos partidos da base governamental venham a público como quintas colunas, apoiando a posição de Lula e do governo brasileiro, na questão e, claro, censurar o candidato tucano.

E tenho certeza também de que nenhum desses tipos virão a público para denunciar o que a desgraça do vício das drogas e do seu efeito destruidor, dentro da família e, em relação a cada pessoa em particular.

Nenhuma dessas almas altivas, justiceiras e gentis falará das mães que passam as noites divididas entre a insônia e a tristeza, na vã espera do filho que não volta mais à casa, porque foi perdido para o vício do crack e, de consequência, para as ruas.

Nenhum desses hipócritas vagabundos dirá sobre o horror e o desespero do pai, que sai à rua em busca do filho amado que perdeu por causa do vício do crack, e encontra um molambo de gente, incapaz de lutar contra a necessidade imposta pelo vício.

Ninguém dessa gente bem intencionada se lembrará de lembrar do que significa ver a promessa viçosa que é um jovem se transformar num traste humano, que é obrigado a mergulhar numa rotina de crime e violência apenas para manter o vicio avassalador, que talvez não o tivesse acometido, se o governo, em vez de se confraternizar com párias e bandidos, os tivesse combatido.

Tem gente que finge que é gente, mas não tem mais humanidade para se compadecer dos outros. Mas, como já disse alguém, essa gente ainda não é gente. É pedra dura, ainda - ou pó!…

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Voltei em 27.05.2010 para confirmar uma tese e divertir o hipotético leitor:

1. Marco Aurélio Garcia (aquele do "top-top" lembram?), ASPONE, digo, Assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República procurou ontem mesmo a imprensa "a favor" para condenar a fala de Serra, dando o "recibo" que se esperava;

2. Sabem como se chama o cabra que exerce o cargo equivalente de Garcia no governo boliviano? Oscar Coca. É isso mesmo - Oscar Coca Montezana! Rapaz, caso José Serra venha a ser eleito, tenho uma sugestão: nomear alguém com um nome mais palatável. Tipo: Fulano de Tal Pepsi!;

Falando nisso: aqui está o link para a foto de Lula, usando o hediondo colar de coca de que falei...:

http://imagem.band.com.br/zoom/CNT_EXT_168937.jpg

Em 28.05.2010: Dilma Russeff e o ideólogo do "mensalão", José Dirceu, vieram a público para comentar a situação. A primeira, alegou que Serra não tem perfil de "estadista". E o outro, andou latindo alguma coisa a respeito, em seu blog.

Estão, evidentemente, tentando disfarçar a omissão criminosa do governo petista em relação à questão, que agora, de um jeito ou de outro, está posta -onde começa e até onde vai a política de combate às drogas?

E eu pergunto: ser "estadista" é prestigiar a golpistas, genocidas e, gente ligada ao narcotráfico (Evo não abriu mão do cargo de secretário do "Movimento Esquerdista Boliviano Cocalero", que evidentemente, não passa de fachada para a atuação do narcotráfico no mundo da política boliviana), ou o contrário?

Na Wikipédia e sites assemelhados, Evo Morales é classificado como um líder fomentador do plantio da coca, para ser mascada pelos bolivianos. Há algo de errado na informação, pois somente 3% por cento da coca produzida é destinada ao consumo dos costumeiros mascadores...