Ficha quase limpa

Um amigo meu, numa conversa de café, contava-me que política é ética, e que, nos partidos políticos devia ser obrigatório existir a chamada reserva moral da democracia que afugentasse todos aqueles que não respeitam a causa pública, a democracia e o bem-estar social. Desta forma, dizia ele, os melhores da sociedade ingressariam na chamada coisa pública, e os jovens especialmente, renovariam a classe política começariam a interessar-se.

“ – Há quantos anos vês as mesmas caras nas Prefeituras, Assembleias, Senado? Há quanto tempo vês as mesmas pessoas na política?”

O poder do voto é algo de superior, algo que transfere, por si só, responsabilidade, principio no que o político defende, cumprimento sempre no que é ético, justo, na defesa das populações, dos seus interesses e anseios.

Várias razões são apresentadas para a baixa avaliação, que a população em geral faz, do político, interesses de grupos, interesses individuais, o que afasta o eleitor do politico, da causa nobre da política, identificando-a como fonte de enriquecimento, bons salários, sem punição em caso de crime.

“ – O mais ingrato é que foi preciso a iniciativa de mais de 2 milhões de pessoas da sociedade civil, para que aparecesse um projeto de Lei, o chamado Ficha Limpa, para que os políticos se mobilizassem em algo que deveria ser uma iniciativa deles mesmos.”

A parte mais interessante, e mais relevante deste processo todo, é a incredulidade com que o cidadão comum ouve os deputados questionarem se esta Lei será válida ou não para as atuais eleições e se tem ou não efeitos retroactivos, pretendendo transformá-la numa Lei Ficha quase limpa.

Nota

Não posso deixar passar em branco a brutal agressão de que foi vitima o jornalista Gilvan Luiz editor do jornal “Sem Nome”. O apuramento dos fatos e a condenação dos agressores é algo que deve ser efetuado, sob pena da Liberdade de Imprensa estar em causa no Brasil.

(in Gazeta de Noticias do Cairiri)