Governo, "inveja" e "olho gordo" - um comentário à declaração do Presidente da República...

Nathalia Passarinho escreveu num artigo publicado no porta G1:

"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (17), em Salgueiros (PE), que enfrentou dificuldades em concluir projetos por causa da “inveja” e “olho gordo” dos que não realizaram grandes obras no país.

“Não pense que é fácil fazer as coisas. Você sabe que a inveja é uma doença. Não há nada pior do que o olho gordo de alguém que não conseguiu fazer uma coisa diante de algo que o outro está fazendo”, disse, durante visita ao canteiro industrial da ferrovia Transnordestina.

Lula também criticou a burocracia para a realização de obras, como grandes ferrovias, e a transposição do Rio São Francisco. “A Transnordestina demorou cinco anos para chegar no estágio que chegou hoje. Só eu participei de 31 reuniões”, disse. “Primeiro, teve problema com projeto, depois, licitação, depois, Ministério Público. É um verdadeiro inferno concluir um projeto dessa magnitude”, afirmou.

O presidente afirmou ainda que durante décadas o Nordeste foi ignorado pelos políticos brasileiros. “Havia quase que uma indisposição de uma parte da elite política do país, que já tinha dado de barato que o Nordeste não precisava se desenvolver.” Lula também criticou os discursos de campanha eleitoral, em que os candidatos tentam se aproximar da população pobre. Segundo o presidente, depois de eleitos, os políticos não costumam cumprir as promessas feitas.

“Na época de campanha, muita gente fica falando mal da gente [governo]. Na época de campanha, ninguém fala mal de pobre. Você não sabe como banqueiro é odiado. Mas depois das eleições quem vai almoçar com pobre?”, questionou.

Depois de visitar, a fábrica de dormentes de cimento, construída para dar suporte às obras da ferrovia Transnordestina, Lula visita o Campus Salgueiro, do Instituto Federal do Sertão de Pernambuco. Por volta de 17h30, o presidente embarca para Petrolina, onde participa da inauguração de um campus da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).

Meus comentários:

Inveja? Olho Gordo? Ué - Chamem o PR - digo, chamem a Universal! Não são especialistas nisso? Basta uma "sessão de descarrego"!...

- "...Sai!, sai!, sai! Saaai!, "olho gordo", que este governo não te pertence! Em nome do PR - sai! Sai!..."

...O que o nosso presidente está querendo dizer em caixa alta (e, não, nas entrelinhas) e que os mecanismos de controle da Administração Pública atualmente existentes devem ser eliminados, para que ele tenha "carta branca" para contratar as obras públicas como bem entender - e, enfim, estabelecer um verdadeiro "desvairio", onde a regra será a contratação direta de obras e serviços, pela União - 15% à parte.

Pois bem - sou da opinião de que, se o governo tivesse esta licença, não conseguiria executar nada. Por dois motivos:

1. incompetência no estabelecimento de metas e elaboração de projetos;

2. Por que o dinheiro do contribuinte já está todo comprometido com a folha de pagamentos, gastos com a máquina administrativa, repasses a ONGs e Entidades "companheiras", BNDS, etc.

Resumindo: se o governo da petezada do carvalho quisesse demonstrar competência e realização, ao fim de tudo, teria de ser, de alguma forma...

...Competente!

Imagino do que o Presidente da República tem saudades - prestem atenção: ali pelo final do terceiro ano do primeiro mandato do atual Presidente da República, as estradas federais estavam em estado muito precário.

Mas, o governo não se mexia, até meados do ano, alegando uma série de dificuldades para fazer a sua manutenção - inclusive, os exceços de exigências legais e burocráticas.

Por volta de abril daquele ano, quando a situação era exasperadora, o governo lançou mão de contratações diretas (isto é, sem realizar a devida licitação), com base no Art. 24, IV, da Lei Federal nº 8.666/93, com o objetivo de contratar empresas para realizar o serviço de "recuperação" das rodovias de suas responsabilidade.

O tal serviço não passou de uma operação de tapa-buracos, tão sem-vergonha, que as primeiras chuvas começaram a levar a farinha do asfalto jogado nos burados, além de abrir outros.

Alguém ainda deve se lembrar disso.

Pergunto: o presidente da república para uma outra operação assim?

Cartas para o Tribunal de Contas da União, ok?

Eu manjo esse negócio. Oh, e como. Nesse tipo de coisa sempre rola aquele outro "negócio" 15, 20% à parte!

Na semana passada, o presidente da república chegou às baixuras de referir-se ao nome de um jornalista, para defender sua candidata à sua sucessão.

Agora, para justificar a inércia de seu governo de muita abobrinha e pouca realização, fala de sentimentos baixos e até supostos comportamentos humanos dotados de efeitos sobrenaturais. É evidente que estas falas tem endereço e objetivos claros.

Mas, desta vez, o presidente da república foi fundo - em vez da muleta do inimigo não identificado, preferiu o inimigo das forças ocultas - ou nem tanto. Chegou perto de Jânio Quadros!...

Mas, só chega à baixaria quem sabe de baixezas. Quem fala de inveja, conhece de inveja. Quem refere a "olho gordo", sabe de "olho gordo".

E sei que me entende, leitor!...

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Em 17 de agosto de 2010:

O Presidente da República informou ao país - via imprensa à favor - ontem, que, findo o seu governo, não irá para Havard ou Sorbone. Pelo contrário, vai para o interior do Brasil, ver o que o seu governo fez ou não fez. Fico até espantado (e chego a me divertir) com a felicidade do atual presidente da república, cuja mente parece transitar entre a onipotência, a ignorância e o esforço na propaganda enganosa das realizações que seu governo não teve.

Mas, coloquemos as coisas nos seus devidos lugares.

De fato, findo o governo, a hipótese de ir para Havard ou Sourbone, em seu caso, está completamente descartada, pois, a menos que eu esteja enganado, as duas entidades primam pela qualidade no ensino, o que quer dizer que pessoas do calibre do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Pedro Malan, podem ser perfeitamente aproveitados, ao contrário dele, que não passa de um semi-letrado. A não ser que possam aproveitá-lo no que se chama no Brasil de "serviços gerais"...

Lula, na verdade, está antecipando o seu destino e o destino de seu partido - que, mais cedo ou mais tarde, será mesmo o grotão,- onde tudo é possível, inclusive a constituição de um clã do tipo Sarney, a entronizaçaõ e eternização no poder e, a transformação de um Estado federado em capitania hereditária, já que nas regiões mais urbanizadas, seu partido já não goza mais da mística e do passe livre decorrente - o ABCD paulista (onde seu partido nasceu) que o diga.

Um detalhe importante: no caminho para o grotão, se quiser, ele poderá ver, de fato, o que não fez. Nesse sentido, não há como não reconhecer que… há muito, muito o que não ver.

Por exemplo: daquele um milhão de casa para a população mais pobre, ele conseguiu em oito anos construir, até agora 692 (isto mesmo: seiscentos e noventa e duas). Em compensação, da classe média para cima, não faltou crédito para moradia...

Tanka

juntos e ajustados

Lula, Collor e Sarney

montados num jegue

que a história os julgue

e o diabo os carregue!

Quanto aos pitacos no próximo governo - indepente de quem vença a eleição, sempre soube que ele jamais cumpriria a palavra empenhada em público. E assim, ele os dará, não importa quem vença a eleição. E entendo bem porquê: depois se sentir, julgar e ser tratado como um deus, é difícil a um arrogante que, ao cabo de 8 anos, deixou-se inebriar pelo poder, aceitar a vida de um cidadão - igual a mim e ao leitor.