Sobre Política e políticos

Você sabe o que é “Política”?

Leia o que diz o dicionário:

Substantivo feminino. 1. Ciência dos fenômenos referentes ao Estado; ciência política. 2. Sistema de regras respeitantes à direção dos negócios públicos. 3. Arte de bem governar os povos. 4. Conjunto de objetivos que informam determinado programa de ação governamental e condicionam a sua execução. 5. Princípio doutrinário que caracteriza a estrutura constitucional do Estado. 6. Posição ideológica a respeito dos fins do Estado. 7. Atividade exercida na disputa dos cargos de governo ou no proselitismo partidário. 8. Habilidade no trato das relações humanas, com vista à obtenção dos resultados desejados. 9. Civilidade, cortesia. 10. Astúcia, ardil, artifício, esperteza.

E há a política comercial, conjunto de ações do governo relativas ao comércio e, em especial, ao comércio exterior do país; a política de rendas, conjunto de ações do governo no sentido de influir no processo de fixação de salários e preços, em geral com o propósito de prevenir ou combater a inflação; a política econômica, conjunto de ações do governo destinadas a influir nas decisões dos agentes econômicos visando à consecução de determinados objetivos; a política fiscal, conjunto de ações do governo referentes a seu orçamento e que inclui a fixação de impostos e a do nível dos gastos públicos e a política monetária, conjunto de ações do governo sobre o sistema monetário, que inclui o controle da oferta de moeda e a regulamentação da atividade dos bancos.

Contido nestes significados todos, a palavra “Política” também se refere às relações que estabelecemos para boas vizinhanças, sendo a política da boa vizinhança também base fundamental para nossas relações em família, quando nosso vizinho é o irmão com quem dividimos o quarto, por exemplo. E tal política muda quando interagimos com irmãs que, como nós, desde cedo, demonstram qual ou quais políticas vão adotar para o gerenciamento de suas próprias vidas na(s) sociedade(s). Mais tarde, quando pais ou mães, teremos uma política para nossos relacionamentos entre esposa(s), marido(s), filhos e filhas, quando também nos tornamos cidadãos e cidadãs com direito à participação nas escolhas daqueles ou daquelas que, em altos escalões das relações de poder, podem representar nossos ideais e interesses.

O problema se estabelece exatamente aí: estamos agindo de forma cidadã, atrás de que nossos eleitos satisfaçam as necessidades de outros bem mais pobres e necessitados que nós ou nossos próprios desejos egoístas?

Perguntam-me em quem voto durante eleições. Sou dos que prezam pelo direito ao voto secreto. Também sou contra propaganda eleitoral. A melhor propaganda eleitoral é a realização de boas obras por aqueles de boas vontades políticas que atendam as necessidades coletivas em todas as instâncias da sociedade.

Não posso conceber que aqueles que fazem os governos de um país se digladiem motivados por vaidades e ambições a por um poder (público) contra o outro – o federal contra o estadual e este contra o municipal, sem que a ordem dos poderes altere o produto nefasto que virá deste conjunto desarmônico incompetente, e/ou perverso, e sem que esqueçamos as possibilidades recorrentes do desentendimento entre os membros de um mesmo poder.

O jornalista Jaimaci Andrade, que faz o programa Revista Tabajara junto com a jornalista Edileide Vilaça na rádio Tabajara, na cidade de João Pessoa (PB), fazendo uma crítica as ambições dos políticos profissionais brasileiros, nos deu a informação de que, nos Estados Unidos, como em países europeus, quem ocupa cargos públicos não tem salários.

Claro que, ao ocuparem cargos de Presidente, senadores, deputados, entre outros – principalmente de um país como os Estados Unidos – os ganhos individuais de quem os ocupam não podem ser medidos apenas em termos financeiros, apesar de haverem verbas bilionárias circulando a manter tudo em funcionamento; mas, os que se tornam dirigentes de um país imperialista adquirem conhecimento sobre como se movimenta “nosso” mundo. Mais: sabem como fazê-lo mover-se. Melhor: aprendem como mover-nos às direções que desejarem.

Com nosso consentimento, e com toda “máquina de ilusões” na mão, nossos governantes nos governam mesmo, fazendo de nós muitas vezes apenas o que tem certeza de que somos: massa de manobras. E não adiantam em que níveis se encontram as informações que temos sobre as nuanças da “Ciência Política”: além das dificuldades da comunicação e do entendimento, pobres, abastados, “homens” ou mulheres, inteligentes ou néscios, de uma forma ou de outra, todos são encantados pelo carisma de que se revestem alguns dos mais perigosos vampiros existentes entre nós, representantes do significado ironicamente considerado “10” daquilo que conhecemos como “Política”, dito pelo Dicionário, no fim do primeiro parágrafo deste.

Entre eles, contudo, é milagrosamente possível identificar alguns que falam a verdade sobre suas propostas humanitárias. Em outras situações, eles demonstraram já que, com nossa ajuda, para além da atenção que a maioria política partidária dá a condição de seu próprio umbigo, as tais exceções trabalharam para oferecer o melhor, a melhor qualidade de vida possível para todos os outros que formam sua comunidade – tendo atualmente nossas noções de “comunidade” se ampliado a constatarmos que, de fato, para além dos limites geopolíticos impostos por antigas capitanias hereditárias, nossa comunidade não se resume quando nas relações que mantemos em nossas casas, ruas, bairros, cidades, Estados e países. Porque hoje, mais do que nunca, somos todos habitantes de uma mesma comunidade mundial. E quando em percepções outras das muitas dimensões manifestadas da Vida e de nosso verdadeiro lugar no espaço, de fato descobrimos que somos membros de uma mesma comunidade cósmica, a despeito das prepotentes exclusivistas pretensões políticas dos que idealizaram eleições em geral, tão significativas para deduções e afirmações definitivas sobre a presença de qualidades verdadeiramente humanas num candidato quanto um concurso de Miss Universo define a beleza de todas as fêmeas existentes no planeta Terra ou no cosmos.