A Urna ( Ainda Pulsa )

E cá estamos uma vez mais diante da urna ( muda ) a nos fitar , a pensar no que fazer e no que virá ...

Em frações de segundos posso ver os rostos , gestos , acenos e fotos, e a distância da qual vivemos em meio a palavras exatas e tecnicamente ditas como um sonho bom ...

O calor aquece a emoção de poder mudar a vontade daqueles que ditam o que devo pensar semana a semana , como se meu cerebro fosse um gráfico regado a champagne ...

E cá estamos diante de uma urna ( surda ) que por vezes nos faz gritar o horror e a tortura daqueles que perderam o mais puro prazer em acreditar para mudar .

O tempo está passando e lentamente nos transformando em meros expectadores do teatro do absurdo .

O espetáculo dos bonecos está pronto e por vezes vejo o povo vestido de fantoches do caos , que como areia é sugado pela máquina do tempo ( a urna ) .

E cá estamos diante de uma urna ( cega ) que finge nos ver , ouvir e falar .

Ela tem nossa atenção . Ela quer o nosso calor . Ela quer a emoção .

Será que estamos definhando vagarosamente ?

Até quando permitiremos morrer de amnesia , no corredor , saindo do trabalho ou na esquina da padaria ?

Até quando me sentirei inválido ?

Até quando serei nulo ?

Até quando irei fazer o meu churrasco com o dinheiro do candidato ?

Sou cego , surdo e mudo .

E o meu prazer é pensar !

Acorda Brasil !

Luciano Moska
Enviado por Luciano Moska em 01/10/2010
Reeditado em 14/10/2010
Código do texto: T2532218
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