Festa da democracia


Peço desculpas aos incrédulos, aos que não veem na política nada de bom.Mas estou feliz.Hoje vou votar mais uma vez.Serei mais uma em meio ao povo brasileiro do qual orgulhosamente faço parte.E minha alegria é maior quando percebo que não vou sozinha em meu contentamento.Apesar de tantos escândalos, de tantas nuvens carregadas no céu da democracia, o horizonte é promissor, e o arco-íris ainda guarda consigo o pote de ouro.Nessa metáfora que uso, dirão os descrentes: O ouro vai para os paraísos fiscais, para as contas dos salafrários.O ouro real pode até ser.Mas refiro-me a outro tipo de riqueza.Aquela que integra o sonho, que irmana todos no desejo de uma sociedade mais justa, mais igualitária.Se vou feliz exercer o meu papel de cidadã é porque sinto o mesmo sentido de dever da senhora do estado da Paraíba que chegou ao seu local de votação às cinco da manhã de hoje.Imaginem a hora em que saiu de casa.Assim como essa senhora, milhões de brasileiros, provavelmente os mais humildes, ainda trazem consigo a crença, a vontade de participar de alguma forma da vida do pais.Em contrapartida, tenho amigos cultos, de situação financeira confortável que não votam há anos.Ouvi de uma amiga anteontem que me disse que não votaria, pois não ia deixar de ir ao sítio para votar.Votar pra quê? Indagou. Sempre ouvi de alguns amigos coisas assim..Muitos sempre foram do contra, ou nunca se atreveram a tomar partido, pois isso implica em trabalho, argumentação, exercício do pensamento.Como professora nunca entendi o comportamento acomodado e apolítico de meus colegas.Se o próprio processo educativo é político, como ficar distante do assunto? Como não orientar a garotada nos meandros políticos? Como não incentivar o debate? E se digo debate é porque sem ele nada de bom acontece.É a falta de sua prática que transforma uma conversa numa contenda, num embate, quando não deveria ser assim.Ninguém nasce sabendo trocar ideias.Ninguém nasce entendendo de democracia.É preciso se inteirar dos acontecimentos sócio-políticos nacionais e internacionais; é preciso despertar nos jovens o amor à pátria, o respeito às instituições e os fundamentos da cidadania.Isso tudo é aprendido.Mas como repassar tais ensinamentos se pais e professores INSISTEM em dizer que DETESTAM política? Como preparar os futuros deputados, prefeitos, governadores e presidentes se nada for feito no sentido de promover a importância do fazer político?
Deixo aqui essas considerações.Poderia me estender muito mais, pois tenho dito que, além de ser romântica (ou talvez por ser) e me atrever com freqüência na seara da poesia, adoro falar de política. Acredito que, como habitantes de uma polis, não podemos nos furtar ao entendimento das filigranas que constituem as relações sociais, as instituições políticas.Para se mudar um país para melhor, principalmente o nosso Brasil, é preciso muito trabalho.É tarefa para todos.Principalmente acho que é preciso abrir mão de alguns preconceitos enraizados como de colocar o POVO como algo distante de nós.Como se cada um não fizesse parte, de verdade, desse enorme , rico e diversificado contingente.
Então, pra finalizar ,reafirmo que “Caminhando e cantando “ eu vou às urnas.E que vençam aqueles que o povo referendar.

Bom voto, Brasil!
amarilia
Enviado por amarilia em 03/10/2010
Reeditado em 28/06/2013
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