O Brasil que saiu do primeiro turno das eleições presidenciais...

O Brasil que saiu do primeiro turno das eleições presidenciais...

O Brasil cuja imagem apareceu depois do segundo turno é muito diferente da imagem que aparecia na imprensa, dos mapas das pesquisas eleitorais.

De fato, o Brasil real age e pensa muito diferente do Brasil projetado pelo governo, pela imprensa e, diria, pela gente que diz pensar o país.

Como se sabe, todos os canais de expressão e, organização, desde o sindicato até a imprensa, estava obstruidos ou ocupados, sob o controle ou influência do governo e do PT.

Então, o que deu errado na fórmula cujo resultado era um processo eleitoral que se constituia numa espécie de referendo do governo de Lula, mediante a eleição da candidata oficial?

Muito simples: essa idéia não batia com os anseios de uma parte considerável da população do país - aquela, que se dá ao direito de criticar e escolher, em vez de meter a cabeça no cabresto que o governo tão gentilmente oferece.

Estes brasileiros, diante da ocupação de todos os canais formais de expressão pelo processo hegemônico do PT, souberam constituir os seus próprios canais de discussão sobre a eleição e, os candidatos.

E foi aí, que o toldo do circo de manipulação, foi caindo, na medida em que caiam cada um de seus pilares, enterrado na areia.

E nesse processo de discussão, muitas das teses sagradas da esquerda brasileira e dos petistas começaram a ser objeto de intenso debate. É o caso do aborto. do direito à propriedade, do direito à livre expressão, por exemplo.

E o resultado do segundo turno das eleições presidenciais está intimamente à evolução desse debate, de onde se erige uma sociedade que era escamoteada pela imprensa e governo: organizada, ciosa de seus direitos e garantias constitucionais e, pronta lutar pela manutenção de alguns princípios básicos - como o direito à vida.

Muita gente da imprensa, do mundo intelectual e político ainda não aceita, mas este segundo turno das eleições presidenciais tem um caráter plebiscitário, em relação a certos pontos e teses do programa partidário das esquerdas - tais como, o ataque ao direito à vida dos nascituros, o direito ao livre exercício de propriedade e, o direito de livre expressão.

Além disso, o eleitor não caiu no conto do vigário chamado eleição plebiscitária, nem comparação de governo petista com o governo de FHC (até porque, em sentido moral, não há possibilidade de comparação, em virtude dos chamativos resultados de natureza penal).

Ele preferiu ver o que acontecia no processo eleitoral, e, na medida do possível, longe dos canais oficiais, foi examinando os currículos, história e, qualidades de cada candidato.

E aí, o resultado das eleições do primeiro turno não coincidiu com o decreto do presidente da repúblicva, com as opiniões que predominavam na imprensa, nos meios de comunicação e, na Internet - inclusive nos bloguinhos dos puxa-sacos a soldo.

E depois do primeiro turno, o debate só fez esquentar. E agora, sabemos, que o efeito foi devastador para a candidata chapa-branca, pois, enquanto ela caiu nas pesquisas eleitorais, seu opositor, José Serra, só fez subir.

Agora, o leitor me dê licença para fazer uma previsão - já que muita gente bancou a pitonisa e, errou, acho que também tenho o direito: o segundo turno das eleições presidenciais vai ser plebiscitário, em relação a muitas das queridas teses das esquerdas brasileira, ora capitaneada pelo belicoso PT. Além disso, a discussão em torno de tais teses vai cuntinuar repercutindo e, sendo objeto de discussão, pela sociedade.

Nesse processo, o Brasil e a Constituição sairão fortalecidos. E a vaca sagrada da esquerda vai sair com a sua imagem bastante arranhada, porque, os brasileiros vão tomar uma posição em relação às teses guardadas no seu museu de grandes progressismos.

Prova disso é que, independente do resultado das eleições, o PT ensaia um oportunista meia-volta volver, em relação à defesa do aborto indiscriminado - isto é, até o nomo mês de gravidez -, por exemplo.

Mas, é pouco. E, os petistas sabem disso. Todavia, em relação a certas discussões candentes no meio social, eles nem se atrevem a se posicionar - é o caso do casamento de homossexuais, diante do qual, a sociedade e as confissões religiosas vem se movimentando com rapidez e, franqueza, inclusive com a modificação de seus estatutos…

Muita gente tem perguntado "porquê só agora, tais pontos e teses históricas (e até, afetivas) do PT estão sendo objeto de discussão tão acalarodada neste momento e, nesta eleição?".

E a resposta não é muito difícil. Em primeiro lugar, porque tais propostas foram incluídas no programa da candidata Dilma Russeff, registrada no TSE - e puderam, então, ser vistas pelos eleitores. Em segundo lugar, porque, na hipótese de eleição da candidata em questão - ao contrário do governo de seu antecessor, que tinha manha suficiente para se safar das demandas das bases partidárias por tais propostas, elas têm grande chance de ser incluídas na agenda governamental e ser mplementadas.

- Meu voto? Vou de Serra. O cara tem história limpa, currículo vitorioso, e capacidade de governar e, defende a democracia representativa com convicção. É o quanto me basta...