Proclamação da República: Um feito heróico???

No dia 15 de Novembro de 1889 caía a Monarquia e nascia a República em nosso país. Mudou a forma de governo sem revolucionar a sociedade. Foi elaborada uma nova Constituição, trocada a bandeira e a Igreja separada do Estado (graças a Deus!), porém mantendo o povo na pobreza e a elite vivendo da exploração, o que hoje não muda muito.

A República era uma monarquia disfarçada, pois não houve transformações sociais com a mudança de governo, nosso país anoiteceu monarquia e amanheceu república devido ao caráter não revolucionário da dita proclamação.

A Proclamação da República tão celebrada foi um fenômeno militar e não civil, como é de praxe da história positivista, criou-se um mito fundador com o falseamento dos fatos e heróis para criar uma nova versão para ela, como já dizia o reformador João Calvino “a cabeça do homem é uma fábrica de ídolos”.

Os republicanos confabularam um plano simplista para ganhar o apoio de alguns militares, objetivando a deposição de alguns ministros de D. Pedro II, que também não ofereceu a mínima resistência e partiu para a Europa. Sabemos que durante a “epopéia” da “Cavalgada da República” Deodoro da Fonseca estava de repouso em seu leito, tendo saído de casa pela manhã, visitando quartéis e conversando com alguns militares e depois retornou para casa, botou o pijama e foi dormir! Imaginem a cena! Chega a ser cômico...

Marechal Deodoro ao ficar sabendo que um político fora convidado pelo Imperador para formar um novo governo, decide assinar o manifesto proclamando a República que para ele deveria ser militar, para Quintino Bocaiúva, liberal e para Benjamim Constant, sociocrática.

Inspirados nos ideais franceses, fazendo coincidir o movimento do 15 de novembro de 1889 com o centenário da Revolução Francesa de 1789, repleto de disposições positivistas, foi criado um panteão cívico e a heroificação dos envolvidos no movimento.

Já que não existia uma identidade republicana, foi criada a figura de um herói personalizada! (veja só a fábrica de ídolos em ação) quem é ele? Tiradentes!!! Isso mesmo! Um herói em heroísmo, o herói republicano por excelência é contraditório, veja só, ele é o Cristo e o herói cívico, é o mártir e libertador, é o símbolo da pátria e o subversivo, em nossos livros didáticos, o nosso alferes aparece de barba, túnica, longos cabelos e com semblante contristado, isso te lembra alguém? Não seria mera coincidência? Pois é, propositalmente assemelhado a Jesus Cristo, numa espécie de Redentor da República, dando a sua vida para semear os ideais republicanos.

Se você caro leitor observar atentamente na pintura do quadro da Proclamação da República, mostra o Marechal Deodoro em seu cavalo (não é o cavalo branco de Napoleão!) com o boné erguido e com a espada levantada! Isso te lembra alguém? Dom Pedro I no quadro da Proclamação da Independência, não é mera coincidência? Mas me diga uma coisa, cadê o povo nestes quadros? Cadê os cidadãos? Não é data em que honramos os feitos heróicos da nação?

Nosso Marechal em questão tentou dar um golpe na mesma República que ele mesmo “proclamou”, censurou a imprensa, fechou o congresso e por fim renunciou.

Acho que chega por hoje não é mesmo? É muita hipocrisia, muita mentira num acontecimento só! Vamos construir uma nova história, nós que dizemos amar nosso país temos por obrigação rever os fatos e desmascarar estas farsas que até hoje foi nos imposta pelo sistema dominador positivista, abaixo a alienação e vamos nos tornar agentes transformadores de uma nova sociedade mais justa e fraterna para todos!

Adriano Couto
Enviado por Adriano Couto em 12/11/2010
Reeditado em 12/11/2010
Código do texto: T2611311
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