Vocês se lembram da crise dos anos 80 e 90 quando o céu quase desaba sobre nossas cabeças? Pois é, naquele tempo quem pensaria que os Estados Unidos estivessem ,como agora,á beira da insolvência? Navegando em águas turbulentas o presidente Obama chegou a alertar que o Mercado,o novo “deus et machina”,poderia subir bastante os juros por não considerar confiável a outrora poderosa nação do Norte,prestes a dar um calote. Seria um absurdo considerarmos isto no passado ,não seria? Ver o presidente se enrolar todo frente aos jornalistas que o assediavam com perguntas que seriam impensáveis anos atrás. Mas, verdade é que nossos aliados atingiram o limite máximo de endividamento permitido.Por conta disso passaram a gastar as reservas,igualzinho a mim e a você quando nos atrapalhamos com o cartão de crédito ou os juros do cheque especial. Só que as nossas reservas e as americanas são finitas; e,no caso deles,acabam no dia 2 de agosto. Será os “idos de agosto” para Obama como foram os “idos de março” para César? Enquanto isso, acossados pelos republicanos,Obama luta para obter um acordo.No Brasil seria fácil,somos especialistas em “acórdãos”,mas,lá o buraco é mais embaixo. A proximidade da campanha eleitoral tem impedido que os congressistas votem um plano de ajuste fiscal que permita a aprovação de um novo teto para a dívida,dizem os economistas. E agora,Joseph? Como ficaremos? Obama quer cortar gastos, aumentar impostos e cobrar dos ricos,tarefas tantâlicas.Suicídio assistido num ano pré-eleitoral. Os republicanos, baluartes do capitalismo, não aceitam aumento de impostos; querem cortar os benefícios na área da saúde,o Medicare,principal plataforma de governo do Obama.Por trás de tudo isso está a preservação dos interesses dos ricos e um ataque ás plataformas políticas do presidente para enfraquecê-lo nas disputas eleitorais. Os democratas querem cortar subsídios ás empresas petrolíferas e grandes indústrias do etanol do milho e dos jatos executivos. As agências de risco parecem cego em tiroteio; deveriam rebaixar os States,mas,não se atrevem,tão corajosas e apressadas que eram quando se tratava de algum pais terceiromundista. Devemos nos preparar para uma queda dramática; o fim do capitalismo como o conhecemos , talvez? Ninguém se atreve a apostar nada; os economistas e “homens do mercado”,cujo blá-blá-blá costumo ouvir atenciosamente na TV a cabo, mostram-se reticentes e levemente apavorados. Há anos os Estados Unidos são o porto seguro dos capitais internacionais.O dólar,moeda de referência no mundo.É para o Tesouro americano que migram capitais do mundo inteiro para abrigar-se das crises.Cair agora para a classificação D seria o maior do caos.Não admira que esses homens estejam tão reticentes. Especula-se que os republicanos não vencerão as eleições de 2012;como a tucanada daqui estarão alijados do poder por um bom tempo. A extrema direita americana pode querer mergulhar o país e o mundo numa crise sem precedentes; a política do quanto pior,melhor,não os assusta desde quando seus interesses sejam preservados.Esperemos que ,como pediu a China ,os Estados Unidos tomem juízo e comportem-se direitinho,cortando gastos,aumentando as receitas e eliminando benefícios que só favorecem os mais ricos.Ou... Os fundos de pensão,os maiores investidores do mundo,terão que migrar dos títulos americanos,porque,para isso são obrigados por lei a só investir com segurança. As empresas e bancos americanos seriam rebaixados. A China seria muito prejudicada porque é detentora da dívida americana.O Brasil é o quarto maior detentor.Como vocês podem ver,é o demo no meio do redemoinho,como diria Guimarães Rosa. Teremos apenas esse final de semana para eles concluírem um acordo.Acho melhor convocarem o Capitão América,o Super Homem e” a varinha de todas as varinhas” em poder de Harry Potter. Senão teremos de sair correndo a procurar uma escola para aprender mandarim.
Miriam de Sales Oliveira
Enviado por Miriam de Sales Oliveira em 18/07/2011
Código do texto: T3102377
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