A dama e o vagabundo na política

Comparo certos eleitores que escolhem o seu candidato a certas moças que escolhem um pretendente para se casar. Esta moça quando encontra um rapaz sério, honesto, trabalhador, estudioso, cumpridor dos seus deveres, geralmente ela o encobre de elogios, porém utiliza estas felicitações como empecilho para não relacionar-se com o mesmo, diminuindo-se, argumentando que não é digna de tal relacionamento, que não merece tanto, tudo isto para dispensá-lo de vez.

No entanto em uma festa, a referida moça encontra outro com características totalmente antagônicas ao primeiro rapaz, com histórico de problemas com a justiça e sem muita aptidão para o trabalho, porém ela apaixona-se perdidamente pelo segundo rapaz, que posteriormente vai espancá-la, terá muitas amantes, jogará dinheiro fora com bebedeiras, farras, irá engravidá-la e abandoná-la com o filhos nos braços à própria sorte.

Assim é o eleitor que deixa de votar em um candidato sério, honesto, íntegro, com trabalho demonstrado, com probidade comprovada e de boa idoneidade para votar nos “figurões” de sempre, com histórico de corrupção e maracutaias que se utilizam de práticas assistencialistas, troca de favores, compra de votos (nas suas mais variadas formas: tijolos, sacos de cimento, brasilit, cesta básica, pagamentos de água e luz, cargos no poder público...) Usando da dificuldade para promover a facilidade, aparecendo com a solução "mágica" para o eleitor acabam tendo o "eterno" agradecimento, numa relação de promiscuidade, institucionalizando a relação assistencialista, de dependência, aprisionando as pessoas mais carentes, em uma relação contínua de "compromisso" com o "benfeitor".

Assim como aquela moça que gosta dos galanteios do segundo rapaz, de ser cortejada por homens deste perfil, é aquele eleitor que gosta daquele velho “tapinha nas costas”, é saudosista, gosta que lhe pisem na cabeça e ao mesmo tempo de lamber os coturnos do opressor, comportando-se como um masoquista, sentindo prazer no sofrimento, passando por todas as necessidades e privações e achando bom porque é o fulano que está governando, ele que é o homem certo para governar!

Não seja como este eleitor faça política libertadora! Reivindique os seus direitos, analise as propostas dos candidatos no período eleitoral, veja se suas propostas são realizáveis e coerentes de acordo coma suas atribuições, não creia em promessas mirabolantes, não seja como uma dama nas mãos de um vagabundo...

Adriano Couto
Enviado por Adriano Couto em 03/10/2011
Código do texto: T3255520
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