Os franceses e a política moderna

O termo política é visto por muitos como sinônimo de corrupção, de enriquecimento particular, e até de desigualdade social, já que os que dizem fazer política não a seguem em seu estrito termo, e sim de uma maneira pessoal a fazem para manutenção de status quo.

O termo política deriva do grego, "politikós" (pertencente aos cidadãos) formulado, debatido e expandido por grandes pensadores como Aristóteles e Platão, seus ideais romperam barreiras helênicas chegando até à língua latina, "politicus", e finalmente se misturando à formação da sociedade europeia, mais precisamente a francesa, alcançando o patamar definido por este idioma de “ciência do governo dos Estados” no ano de 1265.

Contudo devemos grande parte das formulações, concepções e pragmatismo da política atual aos franceses dos séculos XVIII e XIX. Charles de Montesquieu e Alexis de Tocqueville, no campo dos estudos científicos, dos debates, da teoria. A Revolução Francesa, no campo prático desta ciência recém-difundida na Europa Média.

A Revolução Francesa, grande marco para o pensamento político atual, pode ser apresentada em três estágios: O preparatório com Montesquieu; O de acontecimento de fato com os franceses das classes mais pobres revoltando-se com a luxúria da corte do Rei-Sol, Luís XIV de Bourbon; O de resultado com os embasamentos de Tocqueville sobre a revolta e a concepção de uma política para toda a sociedade.

Começamos com Charles de Montesquieu. O político, filósofo e escritor francês viveu em uma época em que reis estavam sedentos por tomar o poder definitivo em seus países. Com isto começaram a pedir o apoio das massas para alcançar o almejado, mas culminou em um acúmulo de riqueza e o desagrado da população frente à luxúria dos monarcas. Em face do caldeirão social francês, Montesquieu formulou a divisão do poder em três faces, as quais conhecemos até hoje, que são: Executivo, Legislativo e o Judiciário. Também desenvolveu teorias das relações da forma de governo e seus princípios: República, Aristocracia, Monarquia e o Despotismo.

O recheio de tudo isto foi a própria revolução com seu lema: "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" (Liberté, Egalité, Fraternité) proclamou os princípios universais e aboliu a servidão e os direitos feudais. Durou cerca de 10 anos (1789–1799) e teve seu principal pilar, a questão econômica, colocado como mote fundamental da revolta. O clérigo e nobres influenciados por conceitos absolutistas, difundidos por Montesquieu, não queriam contribuir dando os “anéis para salvar os dedos”, o que gerou o início da guerra de classes, seguidamente resultando na união das massas, junto às causas sociais, e derrubando por fim a monarquia.

Já Alexis de Tocqueville, um historiador e pensador político pós-revolução, defendia que precisaria haver revoltas quando fossem necessárias. Defendia também a participação popular com vista a derrubar qualquer ensejo destas instituições políticas de deixar o direito de liberdade e igualdade fora do pragmatismo para a sociedade e consequentemente para cada cidadão de bem. Seu grande desejo era mesmo ser político, feito conseguido mais tarde, com o cargo se manteria na câmara até o golpe de estado no ano de 1851.

Atualmente mesmo com a política no estado que se encontra devemos agradecimentos a estes “homens pensadores”, e aos homens de bem que morreram com o intuito de uma sociedade mais justa. Lembro-me de uma frase de um professor de Política que tive em tempos de faculdade. “Política... Ruim com ela, pior sem ela.” A grande questão que fica é... Será que estaríamos em uma pior situação?!

Chronus
Enviado por Chronus em 02/06/2012
Reeditado em 03/06/2012
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