Lições do golpe no Paraguai

Depois do golpe institucional no Paraguai, algumas lições podemos tomar, a saber:

1) A América Latina ainda não vive, em sua plenitude, a sua plena autodeterminação. O imperialismo norte-americano continua vivo. E quem acha que a visão etapista nacional e democrático-popular é anacrônico e de "direita", está, com certeza, revendo os seus conceitos teóricos.

2) O golpe recorde no Paraguai (prestes a entrar no Guinness Book), de fundo institucional, está associado diretamente aos interesses norte-americanos na parte Centro-Sul da América do Sul. Em jogo, estão a instalação da base norte-americana no Paraguai e a conquista do Aquífero Guarani, a maior fonte de água doce do mundo, pelos EUA.

3) As debilidades pessoais e as visões controvertidas sobre Fernando Lugo, seja de qual ordem for, não justificam por si só qualquer argumento a favor de um golpe, uma vez que Lugo foi legitimado pelo voto do povo paraguaio.

4) Para os setores de esquerda que confundem a missão constitucional das Forças Armadas (FFAA) com a postura de revanchismo histórico sobre o período do Regime Civil-Militar (1964-1985), vale lembrar que, com o golpe no Paraguai, nada mais justo que defender o investimento maior do PIB para as FFAA, no intuito de salvaguardar a soberania nacional e a autodeterminação do povo brasileiro. Estão em jogo o Aquífero Guarani, o pré-sal, a biodiversidade do Pantanal e da Amazônia.

Existem ainda outras lições a serem extraídas. Mas, de início, são estas.