ASSIM SE PASSARAM DEZ ANOS
          Sérgio Martins Pandolfo*     
 
      “Belém, a joia da Guajará”
 

      
Em 2001, havíamos fundado aqui em Belém, junto com um grupo de colegas da maior expressão que também se dedicavam à nem sempre fácil arte de escrever, tais Clodoaldo Beckmann, Monteiro Leite, Danilo Mendonça, Leônidas Dias, Hélio Titan, Mário Rosas, para só citar os que já subiram, a Regional do Pará da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores-Sobrames e logo apresentamos, numa de suas primeiras reuniões literárias, uma tão completa quanto possível biografia de JK, ricamente subsidiada e ilustrada com elementos em datavisão (data show), na qual ressaltávamos não só os aspectos relativos às suas atividades médicas exitosas, como sua inopinada, mas decisiva, guinada para a política, que culminou com a chegada à Presidência da República, obtendo total e uníssona aprovação dos presentes à sessão.
     Entusiasmado com o novel sodalício literário e no aceso das homenagens que em todo o País se prestavam a Juscelino, no bojo da empolgação dos festejos do Centenário de nascimento do grande estadista nacional em 2002, conseguimos sensibilizar o presidente da Câmara de Vereadores, Raimundo Castro, também médico e urologista como JK, a promover uma Sessão Especial da Câmara para homenagear o diamantino Nonô, a qual, diferentemente do que sói ocorrer de habitual, teve opulenta assistência, assim de médicos como da população em geral. Vários colegas inflamadamente se fizeram ouvir, tais Camillo Vianna, Hélio Titan e o próprio presidente Castro, principalmente no tangente às realizações de JK em nosso Estado e em Belém, mostrando que fora ele, efetivamente, o médico que integrou a Amazônia ao restante do Brasil; empolgado, logo fizemos a propositura de se dar o nome do ilustre presidente a um logradouro da cidade, tendo em conta que nenhuma homenagem desse nível ou de outra natureza existia em nossa capital, única exceção, aliás, em todo o País, o que foi, entretempo, efusivamente aplaudido.
     Tão bem acolhida e aceita fora a palestra que, a instâncias de apreciável número de colegas, sobramistas ou não, houvemos por bem repeti-la no esplêndido auditório do Hospital de Clínicas “Gaspar Vianna”, contando inclusive com a anuência e beneplácito da diretoria de então, capitaneada pela Dra. Rosemary Góes, aberta aos médicos e funcionários da instituição, seguida de coquetel ofertado pela casa. O texto da fala que fizéramos veio a ser posteriormente publicado em revista local de grande circulação e posto à consulta pública em nosso site na internet, sendo um dos de maior acesso dos que lá constam.
     Subsidiariamente fizemos publicar, principalmente neste jornal, mas também em revistas, boletins (O Parauara), coletâneas (Sobrames), artigos diversos concitando os representantes do povo, em especial os membros da edilidade citadina, a apresentar o tão ansiado projeto de homenagem ao construtor da Belém-Brasília. Um desses artigos intitulado “JK. Fiat justitia” (O Liberal, 20/02/2006) veio a ser, por requerimento de um dos edis da época “inscrito nos Anais da Câmara Municipal”, o que nos deu certo cunho de alento. Procuramos alguns membros da vereança local tentando motivá-los para essa cristalinamente justa e merecida homenagem de Belém ao seu magno benfeitor, mas... nada além de promessas conseguimos. Há cerca de dois anos convencemos nosso colega vereador Fernando Dourado, que efetivamente fez e apresentou proposição sugerindo o nome honrado do bonançoso Nonô para denominar a prolongação da Av. João Paulo II (que vai somente até ao trevo da av. Dr. Freitas), porém o projeto dorme até hoje à espera de ser levado à votação em sessão plenária.
     Essa tem sido nossa luta nesses dez anos e dela não pensamos desistir, em que pese até aqui somente tenhamos podido samplear a bela música de Rafael Hernandez, gravada originalmente pela notável Emilinha Borba: “Assim se passaram dez anos (...). Foi tão grande a pena /Que sentiu a minha alma (...). E o resto desse romance só sabe Deus”.

Nota: na foto acima, durante o XIX Congresso Brasileiro de Médicos Escritores, em Belo Horizonte (29/5 a 2/6/2002) fizemos uma apresentação sobre a obra de JK na Amazônia, em especial sobre a Belém-Brasília, lamentando que não houvesse em Belém uma  única referência homenageando o grande estadista


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*Médico e escritor. ABRAMES/SOBRAMES
sergio.serpan@gmail.com   -  www.sergiopandolfo.com



 
 
 
 
  

 
 
 
 
 
 
 
Sérgio Pandolfo
Enviado por Sérgio Pandolfo em 31/08/2012
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