IMAGEM BAIXADA DO GOOGLE.

E AGORA MINISTRO?
ARMANDO LEMES.
 
A máscara caiu. Um rosto surgiu, no meio da multidão. Desde o inicio do processo do mensalão, uma coisa me intrigava. Não existe na história da humanidade, nenhum movimento que se inicia por si só, sem a figura central do chefe, ou do mentalizador do fato. O mensalão prometia quebrar esse paradigma. Acusava-se de chefe, um Ministro Subalterno, sem responsabilidade, para decidir em nome do Presidente, questões delicadas, como o apoio à aprovação de projetos na Câmara dos Deputados. Desde o inicio não acreditei nessa premissa. Sempre achei que esse movimento não negaria a regra, e uma chefia maior devia estar camuflada para assumir essa decisão escandalosa de fraudar a nação. Veio o julgamento dos envolvidos até então isentos de quaisquer responsabilidades. Uma coisa deve-se admitir, o Brasil começa a quebrar o tabu de que rico não é condenado, e, quando condenado não vai para a cadeia. O Tribunal Superior da Justiça, expoente máximo da justiça no país, pela primeira vez apurou responsabilidades de tamanha envergadura, onde um grupo de elite formado por políticos e empresários, se uniram para roubar a nação. O maior escândalo de corrupção pública do país já visto sem precedentes. O mensalão foi um dos maiores crimes de formação de quadrilha e gestão fraudulenta, que o Brasil já teve. Denunciado pelo Deputado Roberto Jefferson, na época presidente do partido PTB, sua denúncia tomou vulto, quando o deputado indicou como responsável pelo esquema do mensalão, o então Ministro José Dirceu, homem forte do governo do Presidente Lula. Coube a Procuradoria Geral da União denunciar os envolvidos no mensalão. Aceitada a denúncia pelo Supremo Tribunal Federal de Justiça teve início o processo de julgamento. Várias peças foram defendidas, inclusive um advogado teve a cara de pau de defender sua tese de que nunca houve o mensalão, que o fato não passava de fantasias da cabeça do Procurador Geral da República. Mais de três meses debateram o processo, que culminou com a condenação de mais de vinte pessoas, entre elas três deputados. O resultado do julgamento surpreendeu pela leveza da pena amputada ao Senhor José Dirceu, o mandante do esquema até então julgado. Após a conclusão do processo, o Senhor Marcos Valério, que foi condenado a mais de quarenta anos de prisão resolveu falar. Em depoimento à Procuradoria geral da República disse que o ex-presidente Lula sabia de tudo, e, que inclusive teve suas contas particulares pagas com o dinheiro do mensalão. Uma reviravolta total tenta incriminar o ex-presidente da nação, que sempre negou saber do esquema do mensalão. A Própria Presidente Dilma saiu em defesa de Lula, dizendo serem mentirosas as acusações, e, que o Ex Presidente Lula está livre de qualquer suspeita.
A notícia do depoimento de Marcos Valério alcançou a mídia e chegou ao Supremo Tribunal da Justiça e a Procuradoria Geral da República deixando os ministros em difícil situação. Apurar ou não apurar. O Procurador Geral da República prometeu estudar o caso do depoimento de Marcos Valério, suas provas documentais e tomar uma posição. Por outro lado, o indeferimento de seu pedido de prisão imediata para os condenados do mensalão pelo Presidente do Supremo balançou sua reputação. O Ministro Joaquim Barbosa, que teve uma conduta exemplar durante o Julgamento surpreendeu a todos os brasileiros com sua decisão. O povo brasileiro clama por justiça, e sua negativa colocou um balde de água fria na euforia de ver os ladrões da pátria soltos por aí, e vangloriando de seus prestígios junto ao Ministro. Agora nova notícia desmoraliza o julgamento tão esperado do mensalão. José Genuíno condenado a mais de seis anos de prisão no mensalão voltará á Câmara como deputado no  dia 2 de janeiro de 2013, assumindo a vaga aberta com a Renúncia do deputado do PT Carlinhos Almeida que assume a Prefeitura de São José dos Campos. Como a Justiça determinou que os deputados condenados perdessem o direito ao mandato imediatamente, resta agora a pergunta, José Genuíno condenado assumiu a vaga, a meu entender, desrespeitando a decisão do Supremo, que é o guardião da Constituição Brasileira. Agora como fica a Suprema Corte nesse ato de rebeldia da Câmara dos Deputados, que empossou o réu condenado no mensalão? Com a palavra o Presidente do Supremo Tribunal o Ministro Joaquim Barbosa, o povo brasileiro espera que a Justiça seja feita.  E Agora Ministro Joaquim Barbosa?
 
Santa Rita do Sapucaí, MG, 07 de janeiro de 2013.
 
Texto de responsabilidade do jornalista, Armando Lemes, DRT MG 17692.