Lei dos Suspeitos e Vigilância em Massa contra o "Inimigo Interno" no Rio

Para quem tinha dúvidas sobre o caráter do governo Cabral, o fascismo mostra a sua cara! Depois de infiltrar inúmeros P2 (policiais disfarçados de manifestantes) para atuarem como provocadores nas mobilizações de junho e de julho e de utilizar de forma sistemática a Tropa de Choque e o BOPE contra os ativistas e contra os pobres nas favelas, promovendo assassinatos e prisões políticas, o governador Sérgio Cabral criou a Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas com poderes para quebrar o sigilo telefônico e de internet de suspeitos no prazo de 24 horas, um claro atentado à Constituição e ao Estado Democrático de Direito. É a versão tupiniquim e integralista das leis antiterrorismo do Estado bonapartista e totalitário americano pós-Bush e 11 de setembro. Essa lei de suspeitos e de vigilância em massa contra o "inimigo interno", que carrega a ideologia fascista da ditadura militar, viola os direitos de todos os cidadãos brasileiros e é o início de um golpe fascista no Brasil. Os compromissos deste governo são bastante claros. Um governo que se mostrou ainda mais violento na defesa dos interesses do imperialismo estadunidense quando da vinda de Obama ao Rio em 2011 e do obscurantismo do Vaticano na vinda do papa ao Rio em 2013 e na repressão às manifestações de junho em defesa dos interesses da FIFA na realização da Copa das Confederações. O PT tem responsabilidade e em todos esses processos houve a atuação da Força de Segurança Nacional, da ABIN e do Exército. O PT sustenta os governos do PMDB no Rio e o vice-prefeito da cidade é do Partido dos Trabalhadores, sendo co-responsável das arbitrariedades do prefeito Eduardo Paes. Por isso, é preciso que o PT se retire imediatamente destes governos. O dia 30 de agosto tem que ser uma verdadeira greve geral e deve ser convocada como tal e não com o nome centrista de Dia Nacional de Paralisação para preservar o governo Dilma. E o Fora Cabral deve ser uma campanha de massas, encaminhada de forma radical, visando a derrubada do governo pela mobilização popular, como no Fora Collor, mas com muita tática e de forma cuidadosa, tendo-se cuidado na exposição dos militantes em atos no Palácio da Guanabara, que já sabemos que serão reprimidos com a ajuda dos infiltrados disfarçados, os verdadeiros vândalos. O Fora Cabral não pode ser uma agitação política inconsequente. Os sindicatos, entidades estudantis, partidos políticos de esquerda, entidades que defendem a democracia e os direitos humanos no país, como a ABI e a OAB devem exigir a renúncia do governador e a realização de novas eleições no estado, bem como a punição dos policiais que reprimiram de forma brutal e sádica nesses protestos, sem ser aceita a desculpa de que só cumpriam ordens, desculpa que entrou para a história pela boca dos nazistas depois da Segunda Guerra Mundial. Fora Cabral! Viva a democracia!

Rafael Rossi