Ah, a Petrobras!

Hoje quero falar um pouco sobre a maior empresa do Brasil e uma das maiores do mundo no ramo petrolífero e seus derivados.O que me leva a tentar escrever um artigo sobre essa empresa é a avalanche de notícias que dominou toda a mídia nacional e também teve grande repercussão lá fora.Não vou entrar em detalhes técnicos,pois não tenho conhecimento para isso .Quero apenas destacar a explosão de amor que boa parte dos brasileiros passou a sentir e a declarar em todos os lugares, principalmente na internet.Salvo em antigos filmes de guerra,principalmente os americanos,quando a população se unia em nome de uma causa e defendia o seu país e seus soldados,numa apaixonada e dolorida manifestação de amor,não me lembro de situações de amor escancarado como vejo agora com a Petrobras.


A empresa Petróleo Brasileiro S,A, ou Petrobras é uma empresa estatal de capital aberto,de economia mista, que tem o Brasil como acionista majoritário.Por ser uma estatal, o ingresso no seu quadro de funcionários se dá por concurso público.Além disso,a Petrobras tornou-se referência mundial na exploração de petróleo em águas profundas,desenvolvendo uma tecnologoa de ponta e se tornando vanguarda no assunto.

Foi no ano de 1953,que a Lei número 2004,sancionada pelo Presidente Getúlio Vargas possibilitou a criação dessa empresa.De lá para cá,gradativamente, foi se tornando uma das empresas petrolíferas mais produtivas e cobiçadas do mundo.

Além disso, a Petrobras tornou-se a maior referência em exploração de petróleo em águas profundas,com tecnologia própria e avançada.Com isso,o pré-sal também se tornou alvo da cobiça de vários países que não são autossuficientes em petróleo e seus derivados.

No entanto, o meu objetivo já supracitado,não é discorrer sobre a grandiosidade da Petrobras.Quero mais é falar desse amor tresloucado que tomou conta dos noticiários e do Congresso Nacional.

Até pouco tempo atrás,a maioria sabia pouco dessa importante empresa nacional.Muitos achavam que Petrobras era apenas um nome de vários postos de gasolina.Os mais bem informados sabiam do seu valor,mas desconheciam tantos detalhes que agora sabem de cor.Isso seria muito bom,seria patriótico,se não houvesse algo de maléfico no ar.Vou tentar explicar.

Estamos em ano eleitoral.E a briga pelo poder vai se tornando cada vez mais insana.A oposição está tresloucada,desvairada,pois sabe que não tem sequer um nome de consenso.A poucos meses da eleição,Dilma esta´na frente em todas as pesquisas.E olha que a artilharia contra ela e contra o governo em geral tem sido da mais ignóbil.Mas a guerreira presidenta tem resistido.A turma do contra e do ódio incontido fez de tudo nas manifestações de junho.Milhares foram às ruas para protestar legitimamente,de forma pacífica e democrática.E outros tantos milhares foram para tentar o golpe.Isso ficou claríssimo com a onda de depredação e de violência que assolou o país de ponta a ponta.Mas a oposição não logrou êxito.E precisava arranjar algo mais forte,mais contundente.Então lembraram da Petrobras.

E aí vem o falso amor a que me refiro.A oposição se apegou à empresa como tábua de salvação.E partiram para “o tudo ou nada”.Os oposicionistas passaram a falar da Petrobras com tal paixão,como se fora a mulher amada que ficou no passado e que nunca saíra do coração.Repetiram à exaustão “que o que fizeram com a maior empresa do país era imperdoável”.De repente todos viraram doutores em Petrobras,Pasadena,Astra.Os nomes das refinarias, antes totalmente desconhecidas viraram assunto de mesa de bar,de conversa na hora de almoço e jantar.Creio que até na hora de dormir,os oposicionistas deviam e ainda devem falar da Petrobras.

Mas se acho esse amor falso,hipócrita e oportunista,ou até mesmo um amor bandido,é que ele é descolado do Brasil.Essa turma que assumiu todas as dores pelos “ainda não comprovados” rombos na estatal é a mesma turma que sempre repete as frase destituídas de qualquer sentimento pátrio:Tenho vergonha de ser brasileiro;O povo brasileiro é burro e preguiçoso;Pobre tem muitos filhos pra receber a Bolsa-esmola; O Brasil não é um país sério;Queremos uma educação como a do Japão;Queremos políticos como os da suíça... e vai por aí.Nenhuma identidade com o Brasil.Total desconhecimento de nossa história,um desamor completo.

Mas não mexam com a Petrobras!

Como podem amar tanto uma empresa e desdenhar tanto o seu maior acionista e o povo que a construiu?Como fazer a dicotomia?Os milhares de trabalhadores que contribuem com seu suor,com sua inteligência,com sua dedicação para a grandeza da Petrobrás não fazem parte do povo?

A Petrobras merece todo o respeito, assim como o Brasil merece.Como o povo merece.Declarar amor só à Petrobras nada mais é do que uma atitude desesperada de quem nunca conseguiu enxergar a grandeza e as idiossincrasias de uma nação pujante,com uma beleza miscigenada sem igual e com um potencial de crescimento invejável.Afinal temos pouco mais de 500 anos e uma prática democrática ainda bem frágil.

Como tenho repetido em vários artigos,temos que nos comparar a nós mesmos como nação.Temos que construir a nossa própria identidade.Enquanto ficarmos nos diminuindo enquanto povo estaremos nos condenando ao ostracismo moral e humano.

Ainda é tempo de a oposição deixar de fazer tão triste papel.E os que a apóiam também.Defendam a Petrobras com toda a força,mas façam o mesmo pelo Brasil inteiro.

Ah,vale também atacar menos a Dilma.Por que não tentam defender um nome verdadeiramente? Não será sinônimo de covardia não assumir uma posição?Não tomar partido?Cada um defende o/a candidato/a em que acredita e ponto final.

Estou ansiosa para ler um bom artigo com um título mais ou menos assim:”Por que votarei no Aécio Neves “ ou “ Por que defendo a chapa Eduardo Campos/Marina Silva”.

Enquanto isso a gente vai defendendo a Dilma
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amarilia
Enviado por amarilia em 24/04/2014
Reeditado em 25/04/2014
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