Escola de assassinos

Observemos a imagem.

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=iugprDMh0Uo

O homem chuta a mulher covardemente, por duas vezes. Ele está obviamente descontrolado; outros policiais impedem que ele continue a selvageria.

Trata-se de um homem forte, portando armas de fogo, contra uma moça frágil, indefesa.

Esse desequilibrado, a mim parece óbvio, não pode ter porte de arma. Imaginem o risco de uma pessoa como essa rondando, armado, um parque onde brincam crianças. Deve ser examinado por psiquiatra. Merece, provavelmente, aposentadoria.

As constatações acima me parecem bastante óbvias, outras são mais sutis, intrigantes.

O policial é, na verdade, um trabalhador em serviço. Ele não precisava se envolver com o serviço a ponto de perder o controle, mas assim é a natureza humana. (De fato, em uma instituição digna, os policiais receberiam instrução e treinamento para saber se comportar em situações de tensão. A polícia carioca, obviamente, não é uma instituição digna).

Chamará atenção, no entanto, a “torcida” de alguns expectadores do vídeo. Nesses tempos de polarização ideológica, posso apostar que um contingente considerável da população aprovou a covardia do policial a ponto de torcer pelo prosseguimento da brutalidade. Imagino inúmeras pessoas, contagiadas pela selvageria, torcendo para que o policial prossiga no aviltamento da moça, comprazendo-se animalescamente com o vilipêndio covarde da jovem. Somos uns bichos estranhos.

Individualmente, somos passíveis desses arroubos inconfessáveis; as instituições não podem ser.

Eventualmente, pessoas malévolas cometem assassinatos (fenômeno frequente em nossas terras, e não em outras, aliás). Nem essas são perdoadas.

Muito mais do que pessoas individuais, instituições assassinas não podem ser toleradas! Não se pode tolerar que uma instituição assassine pessoas sistematicamente!

A polícia militar do Rio de Janeiro é uma quadrilha armada responsável por violento genocídio, por dezenas de milhares de assassinatos. Exceto, talvez, o tom da denúncia, isso é fato notório. Entre outras milhares de atrocidades, a polícia do Rio tem assassinado, sistematicamente, milhares de pessoas! Uma instituição pública não pode continuar perseguindo, torturando e assassinando pessoas.

A polícia do Rio é uma escola de assassinos.