BRASIL DO MENSALÃO E DA CORRUPÇÃO, PARAÍSO DAS IMPUNIDADES!

Há muito deixou de ser estranha aos olhos do brasileiro a falta de justiça que sombreia este País. A corrupção se tornou uma ferramenta tão comum ao ponto de se tornar o principal instrumento de trabalho de todos aqueles de caráter maligno que ocupam cargos públicos, seja no judiciário, na política ou em qualquer outro aparelho público. Ao que nos parece é que fazem por ter certeza de não serem punidos pela moléstia que cometem com o dinheiro público. A justiça branda, quando não sua total falta, os deixa com a sensação de impunidade e, por isso, se corrompem cada vez mais, isto é, quanto mais tem mais querem, mesmo que os meios para as conquistas sejam ilegais.

Quem já se esqueceu daquela procuradora previdenciária, a Jorgina Maria de Freitas Fernandes, que organizou um esquema de desvio de verbas de aposentadorias, consumindo o equivalente a R$ 500 milhões? Em 1992 ela foi condenada a 14 anos de prisão, porém, apenas uma pequena parte do dinheiro desviado para outros países foi reavida.

E o caso escandaloso de Nicolau dos Santos Neto, o juiz Lalau, que em 2006 foi condenado a mais de 26 anos de prisão pelos crimes de peculato, estelionato e corrupção pelo desvio de R$ 169 milhões da construção do Fórum Trabalhista da capital paulista durante sua gestão à frente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª região, nos anos 90? O juiz ficou popularmente conhecido como Lalau após o desvio de recursos, ocorrido entre 1994 e 1998 e, pelo que se sabe, até os dias de hoje verba nenhuma foi devolvida aos cofres públicos. Foi?

Os dois casos acima são apenas dois meros exemplos de indivíduos que, diante do poder, gozam da corrupção que acontece cotidianamente no Brasil, daria para citar muitos outros indivíduos descaradamente envolvidos em esquema dessa natureza perversa, porém, nos atenuaremos a encerrar com o esquema de mesmo valor, ou talvez ainda mais vergonhoso que é o escândalo do mensalão, caso de denúncia de corrupção política mediante compra de votos de parlamentares no Congresso Nacional do Brasil, entre 2005 e 2006, que desviou dos cofres públicos um valor entre R$ 100 milhões e R$ 350 milhões, caso protagonizado por alguns integrantes do governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva, o Lula (será que o início foi com esse governo mesmo?) e outros membros do Partido dos Trabalhadores (PT) que só ficou conhecido pela população brasileira quando o então deputado federal Roberto Jefferson, do Partido Trabalhista Brasileiro do Rio de Janeiro (PTB - RJ), deputado acusado de envolvimento em processos de licitações fraudulentas, praticadas por funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) resolveu escancarar, numa entrevista dada ao jornal Folha de São Paulo ainda em 2005.

Como se soube, nos últimos dias, muitos dos protagonistas do esquema do mensalão também foram julgados, condenados e enviados ao cárcere, motivado pelo fato de serem acusados de receber vantagem monetária indevida, mas uma pergunta não quer calar, tampouco respostas são dadas: Quem vai devolver nossos milhões desviados pela procuradora previdenciária, a Jorgina Maria de Freitas Fernandes, pelo Nicolau dos Santos Neto, o juiz Lalau e pelos envolvidos no diagrama do mensalão?

Para alguns críticos as penas aplicadas aos protagonistas do esquema do mensalão foram muito altas, segundo as leis, haja vista que enquanto delinquentes violentos estão em liberdade, pessoas que nunca haviam sido processadas, nem possuem antecedentes criminais e, tampouco, oferecem qualquer perigo à sociedade estão sendo presos (não oferecem perigos à sociedade? E o risco da falência? E a desonestidade? E o exemplo para os futuros gestores?). Para outros, a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) em expedir os mandados de prisão dos condenados pelo envolvimento no esquema do mensalão veio a calhar, e satisfaz à aspiração social do Brasil pelo arremate da impunidade no País. Porém, o que se vê e o que se ouve em todos os cantos desta Nação é uma cobrança massiva tanto pela prisão dos envolvidos, quanto pela devolução total dos bilhões desviados anualmente por personagens públicos brasileiros.

As prisões são sim um avanço, mas é preciso que a parte séria do Judiciário vá ainda mais longe, obrigando essa casta de desmoralizados embusteiros a devolverem para os cofres públicos centavo por centavo dos R$ 50 bilhões que o Brasil perde por ano para o ralo da corrupção.

Gilson Vasco
Enviado por Gilson Vasco em 29/09/2014
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