TENTANDO TIRAR A VENDA DO ELEITOR

O primeiro jogo do Brasil pela Copa 2014 estava prestes a começar e deu na rádio Alvorada de BH que a popularidade da Dilma beirava os sessenta por cento. Pareceu para mim jogada política aproveitando o clima de euforia pela estreia da Seleção Brasileira, por essa razão escrevi uma resenha de contestação. Mal fiz eu!

Depois, enquanto a bola rolava, materiais anti-petistas choveram aos montes pelas redes sociais principalmente. Talvez na tevê tenha havido o mesmo fenômeno. O site ou canal do Youtube, não sei o que é, TV Revolta, famoso pela militância anti-petista, teve sua audiência e índice de compartilhamento de publicação atingindo recordes. Rachel Sherazade, Olavo de Carvalho, Danilo Gentili, Joaquim Barbosa e Jair Bolsonaro foram outros que viraram avatares da mesma militância que fazia o TV Revolta.

Mais para frente, mesmo com todo o terrorismo aprontado contra, a popularidade da Dilma não caía. Achavam que era o tal do Bolsa Família que segurava o cachimbo dela. E a Seleção Brasileira ainda estava, a torto e à direito, mesmo com a mídia interessada apenas em valorizar jogador, com pinta de que seria a campeã do torneio, o que faria o medidor de popularidade da presidente ir no mais alto ponto. O jeito, então, foi tratar de tirar a Seleção da Final, de maneira vergonhosa, e para garantir que a ideia de fracasso total infiltrasse na mente das pessoas, sequer com o Terceiro Lugar o país ficaria. Se isso não fizesse os eleitores desistirem de votar na Dilma significaria que os organizadores de toda sujeira política do Brasil estariam em maus lençóis. Daí pintou o 7 a 1 para a Alemanha, que curiosamente jogou com uma camisa homenageando o Flamengo. Era de desconfiar, até, que tivesse sido sabotagem o caso do viaduto que caiu em Belo Horizonte, cidade administrada por um prefeito cujo partido é coligado com o PSDB e Estado governado por esta legenda na ocasião. Mas não culpo quem esqueceu de fazer essa associação e culpou o PT porque eu também cai nessa armadilha e trabalhei de graça para os vigaristas que manobraram as informações em seu favor.

O fato é que acabou a Copa e os presidenciáveis já eram conhecidos. E durante um tempo, pelas pesquisas a Dilma venceria facilmente o Aécio Neves, segundo colocado na preferência do eleitor, no Primeiro Turno. Eduardo Campos aparecia com cerca de 8% nessa preferência e era ele que estava causando todo o transtorno. Se ele aparecesse com pelo menos 12% forçaria o Segundo Turno, pois tiraria da Dilma alguns pontos. Talvez, se Marina Silva fosse a candidata titular, o PSB seria mais útil.

Naquela manhã chuvosa de 13 de agosto de 2014, eu não sei se o Eduardo Campos estava mesmo no avião que foi acidentado. Como sabem, há quem diga que Elvis não morreu ou que Michael Jackson não morreu e que as supostas mortes de ambos são mergulhadas em mistérios que envolvem política. Celebridades, pelo menos nos Estados Unidos, podem forjar a própria morte e viver no anonimato se alegarem estar a correr risco de morte. E acidentes criminosos bem planejados, totalmente fora de suspeitas se analisados pelo que se obteve de registros gravados, é outra coisa que todos já ouviram falar.

O fato é que Marina Silva substituiu o correligionário dado como falecido. E não demorou muito e as pesquisas já apontavam a até então fraca candidata como provável companheira de Dilma no Segundo Turno das eleições 2014. Rolou, na ocasião, um vídeo com o jornalista Luiz Carlos Prates indignado com esse resultado, o qual ele atribuía ao fato de os eleitores brasileiros votarem por comoção. Pareceu mais que ele quis livrar os institutos de pesquisas da suspeita de manipular a estatística ao mesmo tempo que alavancar a audiência de seu programa se valendo do número do jornalista indignado.

Então, o circo estava armado. E o boneco do eleitor caindo em todas. Era o palhaço da atração. O TV Revolta foi acusado de ser financiado pelo PSDB e sumiu, dando uma de que sofria ameaça de morte vindo de petistas. Com isso, para mim, os revoltados de ocasião confessaram serem mesmo. O que fez com que muita gente saísse da hipnose que sofrera graças ao trabalho de engenharia social feito pelos tucanos na internet. Passaram essas pessoas a pensar no que fazer, pois ainda possuíam dentro do corpo o veneno anti-Dilma correndo nas veias e não queriam de jeito nenhum que o PSDB voltasse a ser o ladrão do país.

O insistente esforço da mídia para denegrir a imagem do PT e destruir a popularidade da candidata do partido à presidência da república, ora desenterrando notícias degenerativas do partido que foram cult, nenhuma delas tido como comprovada a veracidade, batendo na tecla do Mensalão e do Escândalo da Petrobrás quase sempre, ora plantando escândalos teatrais, como o caso do entregador de panfletos publicitários da campanha da Dilma trajado com o uniforme do correio, fez com que opositores convictos do PT e os antigos simpatizantes do partido que foram moldados pelo material de sabotagem mental espalhado pela mídia enxergasse algo errado. O PSDB, o inimigo do povo brasileiro de outros carnavais, estava a ser ajudado até por quem o odiava. "Era melhor manter a Dilma no poder", pensaram.

Só que o quadro de preferência descrevia um segundo turno com a ausência do candidato do PSDB. Até então era seguro que a sombra da maldade se dissipara. Se Marina saísse vitoriosa não era de todo o mal para o povo. Seria, é claro, uma aposta. Mas o que o país viu foi um resultado esquisito e o PSB deu lugar ao opositor ferrenho da esquerda brasileira, que não diz ser sequer centro-direita, tomou o seu lugar na próxima etapa. O que gerou suspeita de ter a candidata do PSB favorecido o acontecimento indo mal em um programa de televisão que é usado para construir álibis para o resultado caso este for maquiado.

Como se não bastasse, segundo turno formado, o PSB decidiu apoiar o PSDB. Soa como mais um esforço para se tirar o poder das mãos do partido que tenta combater os colonizadores do Brasil e dividir o bolo com o pobre. É claro que a mídia, que pertence toda ela a esses colonizadores, não pinta dessa forma o quadro e a população julga os acontecimentos noticiados conforme o que ela pinta. O galã candidato à presidente, que perdeu no primeiro turno no Estado onde foi governador e o candidato a Governador do Estado que ele apoiou perdeu para o do PT de cara, sem chance de segundo turno, diz que a ex-ministra do Governo Lula não pediu nada em troca pelo apoio. Conversa de político por acaso a gente pode confiar? Ainda mais esses que a gente sabe que colecionam casos de ludibriação do eleitor. Vamos esperar que o povo compreenda que nunca na história humana as decisões tomadas por meio de moldagem da opinião dos que decidem se mostraram serem a melhor decisão.