EXECUÇÃO DE BRASILEIRO NA INDONÉSIA: ME ENGANA QUE EU GOSTO

Dilma ter feito a escolha errada ao manifestar sua opinião a um fato foi o melhor acontecimento que o povo poderia obter.

Ano passado a jornalista Raquel Sheerazade foi massacrada por seus colegas de profissão e por toda a mídia golpista brasileira ao defender o linchamento que um bandido carioca recebeu no ato de seu crime. O massacre opinativo de gente como a Ana Paula Padrão ou o Ricardo Broechat lideraram as opiniões compartilhadas nas mídias sociais.

Há uma semana ocorreu (provavelmente, pois sou povo e não tenho acesso à informações verdadeiras, sou também desinformado pela imprensa oficial – que sei que nos golpeia com informações maquiadas e imagens preparadas – ou pelos repetecos dela) em Jacarta, Indonésia, a execução de um traficante brasileiro que penetrara no país com grande quantidade de drogas. Tal caso alardeou entre a população. Como se tivesse a importância que deveria ter a imprensa noticiar que há propostas no Governo que tentam anular o investimento que empresários fazem em políticos para representarem seus interesses, coisa que faz parte das prioridades que a presidenta Dilma Roussef quer sancionar e que encontra intensa oposição nas Câmaras, Plenário, Congresso (Por que será que não fazem alarde disso, hein?). "Que calo no pé é essa Dilma", deve pensar os políticos e os empresários que os financiam.

A presidenta do país, por sua vez e uma vez alardeado o fato "importantíssimo", não teve a opção de deixar de fazer um pronunciamento público oficial a respeito do assunto. Afinal, envolvia um brasileiro "com muito orgulho e com muito amor" que foi para o paredão em outra região diplomática para ser cravado de bala. E ela tinha uma escolha a fazer: Massacrar sem piedade o réu e ainda parabenizar o Governo da Indonésia pela punição corajosa e eficaz atribuída; Se mostrar repudiada com a atitude do Governo mencionado e falar aquele bla bla bla sobre direitos humanos de sempre, que inocenta bandidos e colabora com a existência cada vez mais fortalecida do crime organizado e do problema das drogas no planeta. Ela optou pela segunda. Talvez pensasse que isso ajudaria a melhorar as relações com seus ferrenhos opositores da Direita conservadora, uma vez que o discurso costumeiro deles – pode se ver isso facilmente na televisão – é formar uma audiência piedosa, cheia de amor pelo próximo e que pratica o perdão. Como no caso do larápio do Rio, lembra?

Daí, a mídia golpista, que só esperava o pronunciamento da presidenta para decidir o que fazer, entrou em ação. Qualquer que fosse a escolha da presidenta, essa mídia trabalharia a opinião pública com a que sobrasse, pois o interesse atual é depor Dilma, seu partido e o que mais da Esquerda brasileira fosse junto. Ou seja: o objetivo é usar o povo para voltar a ala conservadora para o poder do Estado, para que esta voltasse a fazer sozinha a corrupção que existe hoje porque ela começou, com o adicional de que em nada o povo seria ajudado, só essa corja. Em alguma coisa o PT ajudou o povo, não é mesmo? Eu, que sou povão, por exemplo, comprei um imóvel, fiz faculdade, obtive serviços médicos gratuitamente e tô aqui podendo expor a minha opinião sobre o que me incomoda.

Bem, o que ocorre é que a mídia golpista demonstrou que conhece bem o que pensa o brasileiro. Nas ruas – que é onde você tem acesso à verdadeira opinião popular enquanto esta não é corrompida pela mídia –, situações como esta da execução de um traficante, sujeito que só faz mal para a população e mantém o sofrimento dela, pois o problema das drogas lidera os motivos que desagregam a sociedade, aliás: para quem está acordado, não é à toa que é assim, tem a mão de políticos, midiáticos e criminosos (como se fosse necessário distinguir), da Direita e da Esquerda, mantendo o problema para que a governabilidade e exploração do capitalismo no Brasil e no mundo continue a ser possível, a opinião do povo é exatamente a que a, pasme, Raquel Sheerazade apresentou em crítica à presidenta, qual vídeo, com a logo da pig Jovem Pan, circulou pelas redes sociais. E dessa vez, que não é diferente da opinião sobre o linchamento no Rio ano passado, toda a mídia foi condescendente com a jornalista paraibana, que enalteceu o Governo indonésio pela execução e pela eficiência no combate ao crime e ao tráfico das drogas, combate eficiente que no Brasil não existe porque os governos que aparecem não têm boa vontade em lidar. Esse depoimento me representa, mas será que dessa vez é porque a Raquel trocou de emissora, caso a logo da Jovem Pan indique que ela esteja escondida em outra, que o restante da PIG apoiou seu nada samaritano merchandising de opinião?

Então, a mídia conhece a opinião do público, mas só a representa, a fortalece e a faz aparecer quando é do seu interesse? Sim, ué, mostrar para o povo que a presidenta que ele elegeu diverge com ele em uma questão de "extrema importância" é o mesmo que movê-lo a derrubá-la pelo seu próprio esforço. A mídia, que recebe grana dos interessados em tomar o poder do PT – alguns são donos de veículos de comunicação que compõem a PIG –, não tem que fazer mais nada. É só deixar alastrar e voltar aos outros ataques com falsas informações para criar ódio à esquerda brasileira, ao comunismo, aos árabes, à Rússia, à China, à Cuba, à Cristina Kirchner e a quem mais ameaçar o status quo de quem nos faz apodrecer em injustiças sociais.

Penso que este episódio faz com que fique bem claro como a mídia é cruel e só usa o indivíduo que se submete ao que ela propaga. Esses grupos de comunicação não estão nem um pouco interessados em informar, em ser ético e em trazer para as pessoas paz, harmonia e igualdade, além de soberania para o Brasil. Não sou Direita Conservadora Imperialista Subserviente por convicção, também não sou adepto da política e postura – mais a postura do que a política – que sustenta a esquerda brasileira. Estarei com esta esquerda enquanto ela me parecer mais sincera do que a Direita. "Mais sincera" não quer dizer "sincera". Mas, torço bastante para que os brasileiros consigam perceber que não devem dar atenção para a mídia para que não sejam manipulados por ela. Ela cuida dos interesses dela e não dos nossos. Isso inclui as redes sociais, não só a Globo, a Folha ou a Veja e os veículos menores. Precisamos pensar por nós mesmos, tomar decisões por nós mesmos e usar de anarquia, se for preciso, para chegarmos no eixo esta nação, cujo quadro político-econômico-cultural não favorece a maioria. E todos – brasileiros – somos donos do espaço. Somente nós. Isso é que tem que ser enaltecido.

#ForaGringos #ForaMídiaGolpista

PS: Antes de manifestar sua servidão à Direita e seu rancor contra a Esquerda brasileiras herdados da manipulação da opinião pública feita através da mídia, este texto critica esses manipuladores e não procura defender quem quer que seja. Pense nisso!