Conheço bem essa fonte...

O censo realizado em 2010 pelo IBGE apontou que 10.840 almas viviam em Caraguatatuba naquele ano. Hoje, em 2016, esse número beira a casa dos 114 mil moradores. Para ser exato, 113.317 apurados em junho do ano passado, segundo dados do mesmo órgão recenseador.

Aplicando-se a mesma taxa de crescimento verificada no período, da ordem de 10,6%, podemos dizer também que o número de pessoas com mais de 60 anos na cidade saltou de 11.305 para 12.502. Algo expressivo, principalmente se considerarmos que quase 100% desse universo é composto por eleitores diretos, facultativos ou não.

As pessoas que já ingressaram na chamada terceira idade em Caraguá representam 16,3% do número total de eleitores, fixado em 77.608 nas eleições de 2014. Uma força política realmente expressiva.

O voto dos idosos é capaz de sedimentar o resultado de uma eleição para o cargo de prefeito e ainda somar dez vezes mais votos do que recebeu a média dos vereadores eleitos nas eleições de 2012. Os idosos ainda garantem seis vezes mais votos do que recebeu o vereador mais votado e ainda quase trinta vezes mais do que teve o vereador menos votado. Os números não mentem.

Estamos falando de votação direta pelos idosos. Se computarmos a liderança que cada um exerce no seio da família, capitaneando apoio político de filhos, genros, noras e netos, esse percentual seguramente irá se triplicar.

No entanto, a nossa representação política ainda não se deu conta disso. Pelo menos é o que explica o fato de nenhum vereador até agora ter abraçado a causa dos idosos como bandeira de trabalho profusa em dividendos, com fez o deputado Arnaldo Faria de Sá no âmbito federal.

As carências dos idosos são muitas. O Estatuto do Idoso, editado em 2003, traça uma série de direitos relativos à saúde, transporte, situações de violência e abandono. Muitos desses direitos, no entanto, ainda repousam no papel, havendo necessidade de um enfrentamento político de maior vigor para sua efetivação.

É verdade que hoje Caraguá possui uma secretaria para promover atendimento aos idosos, e tem feito isso com bastante competência. Mas é preciso realizar mais, principalmente em termos de legislação.

A discussão está aberta...

Zé Mário
Enviado por Zé Mário em 18/05/2016
Reeditado em 10/09/2017
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