Alarde á ameaça fascista
Exponho aqui a todo cidadão, um alarde á possível ascensão do fascismo no Brasil, para as próximas eleições presidenciais de 2018. Precisamente, na possível vitória de Jair Bolsonaro, caso se candidate (fato este, que jornais já dão como certo). Embora pareça absurdo e até pejorativo, peço-lhes que note o momento político-econômico atual, os últimos eleitos e o que a história vos ensina, de modo que assim, possam julgar se é realmente um absurdo.
Comecemos pelo momento político-econômico atual: A economia latino-americana segue em crise, devido aos extremos índices de corrupção e somado aos resíduos destinados da recente crise europeia e norte-americana, e causados pelo incessante imperialismo aqui presente. No Brasil, taxam-se cerca de 12 milhões de desempregados; divida publica crescente; servidores suplicando aumento, políticos suplicando aumento, bancários e banqueiros que também o querem e para obterem, pretendem mudar nossos direitos trabalhistas. O Estado brasileiro, perdeu seu alicerce econômico pela corrupção incessante, e ainda sistematizada e pelas corporações que através de uma "chantagem mercadológica", exigem certas medidas para que, aqui, invistam.
(O que nos demonstra, claramente, que o Brasil não possui o regulamento de sua economia, mas que sua economia é regulamentada pelas corporações; ou seja, nossa economia é refém das empresas estrangeiras).
O âmbito político apresenta-se atualmente com cenários pouco imaginados, de candidaturas vencedoras, que respondem-nos para qual inclinação de lideranças o eleitorado irá se mover: com as eleições de João Doria, em São Paulo, Crivella, no Rio e Donald Trump, nos EUA, (para não citar outras diversas), notamos que os discursos práticos, plastificados com ideologias individualistas, ou até racistas e xenofóbicas, (principalmente no caso norte-americano) e que destinam maior poderio as corporações que regem a economia, tem lhes garantido visibilidade e votos da população, demonstrando-nos então, um crescente surgimento de lideranças carismáticas com seus discursos afetivos, sem a mínima vocação politica. E isso dá-se por dois motivos, que possuem origem na corrupção: o primeiro é que gerou-se um espírito de rejeição á política no cidadão, mais precisamente aos políticos, dando a oportunidade aos "não-políticos" garantir votos; o segundo, ao contrário de lhe proporcionar votos, eliminam-lhe qualquer concorrência no "jogo eleitoral", pois gera-se também os altos índices de abstenção e votos nulos, o que favorece a vitória destes. Mas vale lembrar que a corrupção brasileira tem rótulo! O rotulo midiático que explicita o PT e esconde os demais partidos (inclusive o PSDB, de Doria), trazendo consigo o encolhimento da esquerda e fazendo com que seus adeptos, abstenham-se também do jogo eleitoral.
Diante deste cenário presente, se fizermos uma projeção da próxima eleição presidencial, não colheremos bom fruto. Mas convido-lhes a imaginar: é dado como certo algumas candidaturas como a de Alckmin, pelo PSDB e Bolsonaro, pelo PSC (ou outro partido de maior expressão nacional), de modo que, é improvável a candidatura do atual presidente, Michel Temer, pois tendo, este, custeado seu golpe "constitucional" através de alianças, terá de se abster em ser uma possível concorrência. Somasse também devido ao encolhimento da esquerda, que foi rotulada, uma incógnita candidatura, onde que, o PT sem credibilidade, não poderá lançar Lula. E os outros partidos da esquerda não exercem grande expressão nacional. (Devido á tanto se representarem pelo PT)
Temos portanto, Alckmin, Bolsonaro e a incógnita da esquerda, como os possíveis candidatos mais populares de 2018. Surgindo a questão: qual destes possui maiores chances de assumir o poder? Para responder tal questão, vamos comparar as candidaturas: de inicio, comecemos pela incógnita da esquerda, que sendo rotulada, acabou-se encolhendo no jogo eleitoral, de modo que a possível candidatura de Lula, pelo PT, tornou-se descabida de ambições vitoriosas, além do que, os outros partidos que ameaçam emergir são ainda embrionários na visibilidade popular; por esses fatos, eliminamos a esquerda como uma provável vencedora da disputa. Atribuímos assim, a exclusividade de maiores chances de vitória para Alckmin e Bolsonaro. (Avisei-lhes que não resultaria bom fruto). Neste cenário, é perceptível que a candidatura de Alckmin, possui á seu favor o apoio das grandes corporações, afim de manter nossa economia refém destas, e a de Bolsonaro que, por outro lado, possui a popularidade; demonstra-se também as fraquezas de ambas candidaturas: uma sendo pela falta de popularidade e a outra pela falta de formalização, respectivamente. Porém, nada que os Goebbels¹ da propaganda politica atual, não possam reverter.
Surge assim, a questão: qual destas faltas são mais fáceis de ser supridas? Popularidade ou formalização? A formalização que falta para Bolsonaro, não necessita expressivamente de muito esforço, tomemos como exemplo, a vitória do polemico Donald Trump, que embora tenha sido ridicularizado pela mídia, aproveitou-se da ampla divulgação, que esta lhe proporcionou, para obter mais votos. Por outro lado, a necessidade de Alckmin mostra-se mais difícil, devido as sucessivas derrotas do governador paulista na disputa presidencial, onde que, nem em seu próprio bloco eleitoreiro possuiu alguma unanimidade. Soma-se á isso, os possíveis altos índices de abstenção e os votos nulos, principalmente dos adeptos da esquerda que não se sentindo representados absterão-se do voto, o que favorece a vitória dos que estarão em disputa. Os fatos apresentados, como notamos, apontam-se para uma maior vantagem á vitória de Bolsonaro para 2018.
Feitas as projeções, questionamos: onde faz-se presente o fascismo? E de que maneira ele pode emergir? Para responder, recorreremos a história: se compararmos a situação atual político-econômica com a situação da Alemanha pré-nazista e os discursos de Hitler e Bolsonaro, notaremos grande semelhança; onde que, a Alemanha estava imersa em uma crise econômica, que foi causada como punição pela derrota da Primeira Guerra Mundial, o que gerou-se ao país, altas taxas de desemprego e aumento inflacionário, mesmo que o Brasil não tenha sofrido punição de guerra, sofre uma punição imperialista, que nos traz os mesmos resultados econômicos da Alemanha daquela época. Em relação aos discurso, está presente tanto em Bolsonaro quanto em Hitler, um discurso pratico e afetivamente (ou fanaticamente) nutrido de ódio, do qual demonstra-se ser racista, militarista, anticomunista e etnocêntrico - discurso este, que deu a vitória á Trump e por isso mostra-se possível de popularidade.
Notamos que, ao comparar os momentos históricos, estamos imersos á um propicio ambiente para o surgimento do fascismo e, o que anteriormente, suspeitávamos ser absurdo, através da história, percebemos que é bem mais provável. A história nos ensina que estamos em um terreno fértil para que lideranças carismáticas (o que move o fascismo) obtenha ascensão.
De maneira pratica, como podemos impedir este surgimento, enquanto cidadãos? A resposta dá-se por dois meios que exigem, dos esquerdistas e opositores á este mal, participações que são: ou a admissão da ilegitimidade do jogo eleitoral, de modo que, através de manifestações, protestos e greves gerais, busque popularidade e assim rejeite-se com toda população tais eleições; ou então, de maneira mais temporária, a participação massiva no jogo eleitoral, através de votos, buscando dificultar, nas urnas, a possível vitória fascista.
De qualquer modo, é necessário que assumamos uma postura em relação á este possível mal, ou então, assistiremos passivamente o seu surgimento, mesmo que com a história nos ensinando que esta é a pior escolha.
1 - Joseph Goebbels, ministro da propaganda no governo Nazista, entre 1933 e 1945.