Sobre os ataques a sede do PT
O atentado contra a sede do PT em Curitiba é um episódio que ilustra o grau de insensatez que estamos nos metendo, ontem o incêndio foi nos Ministérios, hoje na sede de um partido. O diabo mora nos detalhes é preciso ter olho cirúrgico para perceber os interstícios dessa crise porque passamos (moral, ética, de valores, de representatividade, crise econômica), crise que atinge a todos, mas existe uma falsa crise insuflada por alguns, é preciso ter cuidado com as colunas de fumaça, pois a escaramuça às vezes esconde a fraqueza e a vileza de todos os lados. Há muito tempo deixei de seguir orientações partidárias, ainda sou um velho e bom defensor da liberdade e do direito de expressão. Há muito também vejo e critico os equívocos do PT e de suas escolhas (escolhas essas que infelizmente nos conduziram até aqui com todos esses protagonistas, com todo esse enredo dantesco), entretanto o combate deve se dar ainda ao nível das ideais e pontos de vistas, mesmo que eles sejam conflitantes é desse debate que se nutre a democracia, que infelizmente ou felizmente ainda é o melhor regime político. Enquanto isso, as manobras diversionistas e as colunas de fumaça deixam os flancos abertos para que oportunistas, extremistas de esquerda e de direita, falsos revolucionários, e até as cúpulas partidárias (as verdadeiras responsáveis pelas lambanças) tentem, cada um ao seu modo, transformar um grave momento em caos, apenas para livrar as suas peles. O caos serve a quem? É bom ter cuidado. Enquanto isso, ativistas da causa agrária são brutalmente assassinados pela polícia no Pará, medidas que ferem o meio ambiente, a floresta e camponeses, foram aprovadas por um Congresso enfiado literalmente na merda. Não é à toa que em meio à cortina de fumaça, o PT da Câmara, que me parece muito ambíguo, de um lado se posiciona contra as reformas trabalhistas e da previdência, mas de outro não se junta a Rede, PSOL e PSTU para pedir a cassação do deputado José de Loure pego em flagrante fazendo o que mais sabe fazer, roubar. Temer é a outra banda podre de um arranjo político podre, montado pelo PT em seu afã de se manter no poder, pelo poder. Mas ainda acho que há pessoas sensatas no PT, e o partido como um todo não deve ser condenado pelos equívocos de suas cúpulas e a bem da verdade foram muitos. A execração pública do PT não é boa para ninguém e ninguém pode negar o valor e a importância que o PT teve para o Brasil, sobretudo como contraponto ideológico a ideologia predatória do capital, a crítica aos costumes arraigados de nossa política, e a sua histórica bandeira de ética e defesa dos menos favorecidos, e mesmo com todos os equívocos, o partido ampliou políticas de inclusão social e contribuiu para melhorar a consciência política e elevar o debate sobre nossos dilemas sociais, mas infelizmente essas bandeiras escorreram para o mar de lama podre de nossa pior tradição política. Mas ainda assim, os equívocos do PT devem ser debatidos no plano das ideias e jamais no campo da barbárie e da violência física. A população já deu um recado ao lulopetismo nas últimas eleições, mas uma coisa é fato, sem PT ou com PT as esquerdas devem continuar lutando por justiça social e inclusão, a luta continua, mas atos de violência sejam eles estimulados pela esquerda ou pela direita devem ser repudiados, sob pena de mergulharmos numa onda de violência sem fim e aí justificar um golpe que em nome da lei e da ordem traga de volta os fantasmas do passado. Isso não seria bom para ninguém.
O atentado contra a sede do PT em Curitiba é um episódio que ilustra o grau de insensatez que estamos nos metendo, ontem o incêndio foi nos Ministérios, hoje na sede de um partido. O diabo mora nos detalhes é preciso ter olho cirúrgico para perceber os interstícios dessa crise porque passamos (moral, ética, de valores, de representatividade, crise econômica), crise que atinge a todos, mas existe uma falsa crise insuflada por alguns, é preciso ter cuidado com as colunas de fumaça, pois a escaramuça às vezes esconde a fraqueza e a vileza de todos os lados. Há muito tempo deixei de seguir orientações partidárias, ainda sou um velho e bom defensor da liberdade e do direito de expressão. Há muito também vejo e critico os equívocos do PT e de suas escolhas (escolhas essas que infelizmente nos conduziram até aqui com todos esses protagonistas, com todo esse enredo dantesco), entretanto o combate deve se dar ainda ao nível das ideais e pontos de vistas, mesmo que eles sejam conflitantes é desse debate que se nutre a democracia, que infelizmente ou felizmente ainda é o melhor regime político. Enquanto isso, as manobras diversionistas e as colunas de fumaça deixam os flancos abertos para que oportunistas, extremistas de esquerda e de direita, falsos revolucionários, e até as cúpulas partidárias (as verdadeiras responsáveis pelas lambanças) tentem, cada um ao seu modo, transformar um grave momento em caos, apenas para livrar as suas peles. O caos serve a quem? É bom ter cuidado. Enquanto isso, ativistas da causa agrária são brutalmente assassinados pela polícia no Pará, medidas que ferem o meio ambiente, a floresta e camponeses, foram aprovadas por um Congresso enfiado literalmente na merda. Não é à toa que em meio à cortina de fumaça, o PT da Câmara, que me parece muito ambíguo, de um lado se posiciona contra as reformas trabalhistas e da previdência, mas de outro não se junta a Rede, PSOL e PSTU para pedir a cassação do deputado José de Loure pego em flagrante fazendo o que mais sabe fazer, roubar. Temer é a outra banda podre de um arranjo político podre, montado pelo PT em seu afã de se manter no poder, pelo poder. Mas ainda acho que há pessoas sensatas no PT, e o partido como um todo não deve ser condenado pelos equívocos de suas cúpulas e a bem da verdade foram muitos. A execração pública do PT não é boa para ninguém e ninguém pode negar o valor e a importância que o PT teve para o Brasil, sobretudo como contraponto ideológico a ideologia predatória do capital, a crítica aos costumes arraigados de nossa política, e a sua histórica bandeira de ética e defesa dos menos favorecidos, e mesmo com todos os equívocos, o partido ampliou políticas de inclusão social e contribuiu para melhorar a consciência política e elevar o debate sobre nossos dilemas sociais, mas infelizmente essas bandeiras escorreram para o mar de lama podre de nossa pior tradição política. Mas ainda assim, os equívocos do PT devem ser debatidos no plano das ideias e jamais no campo da barbárie e da violência física. A população já deu um recado ao lulopetismo nas últimas eleições, mas uma coisa é fato, sem PT ou com PT as esquerdas devem continuar lutando por justiça social e inclusão, a luta continua, mas atos de violência sejam eles estimulados pela esquerda ou pela direita devem ser repudiados, sob pena de mergulharmos numa onda de violência sem fim e aí justificar um golpe que em nome da lei e da ordem traga de volta os fantasmas do passado. Isso não seria bom para ninguém.