CHUTE DE BICO

A reforma previdenciária será uma conquista de quem?

Uma reflexão sobre o atual cenário político brasileiro revela a existência de um amálgama histórico entre a mentalidade escravocrata e a ideologia política da direita elitista. O olho do governo da classe dominante enxerga em duas direções: em direção ao Estado Mínimo e em direção ao lucro máximo do mercado financeiro. Para os legítimos interesses da classe trabalhadora o olho mercadocrata é cego.

O poder regulador do Estado passou a ser pautado pela clássica mão invisível da economia capitalista, e não mais pela produção de Justiça Social. Contribuir durante 40 anos para receber o teto da aposentadoria não é justo num país onde 22% das pessoas vivem abaixo da linha da pobreza e 8 privilegiados concentram a mesma riqueza que a metade mais pobre do mundo. A desindexação da correção das aposentadorias do salário mínimo está eivada de perversidade.

O projeto de tomada do poder implementado pelo Panelaço de 2016 não mirou o combate à corrupção sistêmica, mas a implantação de medidas que seriam derrotadas nas urnas em 2018, como a reforma da previdência mais enxuta, que chutará para mais longe a idade mínima para a aposentadoria voluntária do trabalhador civil.

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 25/11/2017
Reeditado em 26/11/2017
Código do texto: T6182004
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