BRASIL DOS BRASILEIROS
No afã de justificar a reforma da previdência no Brasil, os mercadocratas planaltinos comparam o Brasil a outros países. Alegam, por exemplo, que na Alemanha a idade mínima para a aposentadoria voluntária é de 65 anos.
Contudo, há diferenças gritantes entre Brasil e Alemanha, a saber:
1 – A população alemã, de 81 milhões, corresponde a menos da metade da brasileira;
2 – A Alemanha tem um PIB per capita 4 vezes maior que o do Brasil;
3 – A inflação alemã é 5 vezes menor que a brasileira;
4 – O território do Brasil, com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, é quase 10 vezes maior que o território da Alemanha.
5 – O Brasil perde de lavada para a Alemanha no setor de comércio exterior;
6 – O salário mínimo alemão é 6 vezes maior que o brasileiro;
7 – A Alemanha investe a impressionante cifra de 250 bilhões de euros no setor de saúde, o que equivale a 11% do PIB, enquanto o Brasil investe parcos 3,8% do PIB, taxa essa de investimento que posiciona o Brasil na rabeira de outros países em desenvolvimento.
Em suma, a PEC 287 não espelha a realidade do Brasil. Por isso, deve ser combatida, dentro dos limites da legalidade, pelos grupos sociais interessados na construção de uma sociedade livre, justa e solidária por meio de leis que considerem as desigualdades socioeconômicas e culturais, assistindo de maneira responsável os trabalhadores urbanos e rurais na escalada até a terceira idade.
Vivemos no Brasil dos brasileiros, que se orgulham da brasilidade que trazem no corpo e na alma, e não dos estrangeiros primeiro-mundistas.