Mito? Que mito é esse?

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Mito? Que mito é esse????

A mitologia helênica é uma das mais geniais concepções que a humanidade produziu.

Os gregos, com sua fantasia, povoaram o céu e a terra, os mares e o mundo subterrâneo de divindades principais e secundárias. Amantes da ordem, instauraram uma precisa categoria intermediária para os semideuses e heróis. Grandes observadores, criaram novos nomes e figuras para diferentes fenômenos da realidade natural. A mitologia grega apresenta-se como uma transposição da vida em zonas ideais. Superando o tempo, ela ainda conserva com toda serenidade, equilíbrio e alegria. Prodigamente, alimentou a literatura e as artes através dos séculos. A cultura ocidental deve-lhe muito do espírito e do sentido, senão do fato de simplesmente existir.

Os gregos não foram grandes políticos, nem criaram, militarmente, nenhum império coeso. Admite-se mesmo que seu espírito crítico deve ter contribuído para sua fragmentação política em um punhado de pequenos Estados. Mas levou-os, ao mesmo tempo, à contemplação da vida, do mundo, do homem, para perguntar: qual é a origem dos seres?

O que é Mito:

Mito são narrativas utilizadas pelos povos gregos antigos para explicar fatos da realidade e fenômenos da natureza, as origens do mundo e do homem, que não eram compreendidos por eles. Os mitos se utilizam de muita simbologia, personagens sobrenaturais, deuses e heróis. Todos estes componentes são misturados a fatos reais, características humanas e pessoas que realmente existiram.

Um dos objetivos do mito era transmitir conhecimento e explicar fatos que a ciência ainda não havia explicado, através de rituais em cerimônias, danças, sacrifícios e orações. Um mito também pode ter a função de manifestar alguma coisa de forma forte ou de explicar os temas desconhecidos e tornar o mundo conhecido ao Homem.

Mito nem sempre é utilizado na simbologia correta, porque também é usado em referência as crenças comuns que não tem fundamento objetivo ou científico. Porem, acontecimentos históricos podem se transformar em mitos, se tiver uma simbologia muito importante para uma determinada cultura. Os mitos têm caráter simbólico ou explicativo, são relacionados com alguma data ou uma religião, procuram explicar a origem do homem por meio de personagens sobrenaturais, explicando a realidade através de suas historias sagradas. Um mito não é um conto de fadas ou uma lenda.

A mitologia é o estudo do mito, das suas origens e significados. Alguns dos mitos mais conhecidos fazem parte da mitologia grega, que exprime a maneira de pensar, conhecer e falar da cultura grega. Fazem parte da mitologia grega os deuses do Olimpo, os Titãs, e outras figuras mitológicas como minotauros e centauros.

Um mito é diferente de lenda, porque uma lenda pode ser uma pessoa real que concretizou feitos fantásticos, como Pelé, Frank Sinatra, etc. Um mito é um personagem criado, como Zeus, Hércules, Hidra de Lerna, Fênix, etc.

Mito da Caverna

O mito da caverna possui vários outros nomes, como "alegoria da caverna", "prisioneiros da caverna" ou "parábola da caverna". Essa alegoria faz parte da obra "A República", da autoria do filósofo grego Platão.

Nesta narração, Platão nos convida a imaginar uma caverna onde dentro existem humanos que nasceram e cresceram dentro dessa mesma caverna. Eles nunca saíram, porque se encontram presos no seu interior. Os habitantes da caverna estão de costas voltadas para a sua entrada. Fora da caverna, existe um muro alto que separa o mundo exterior da caverna. Os homens existentes no mundo exterior mantêm uma fogueira acesa, e os ruídos que fazem podem ser ouvidos dentro da caverna. De igual forma, as suas sombras são refletidas na parede no fundo da caverna, e os seres humanos acorrentados, vêm as sombras e pensam que elas são a realidade.

Em seguida, Platão pede que imaginemos que um dos seres humanos acorrentados consegue fugir da caverna, subir o alto muro e passar para o outro lado, descobrindo que as sombras que antes via, vinham de homens como ele. Além disso, descobriu também a natureza que existia do outro lado do muro. Platão discursa então sobre o que esse homem fará com essa nova realidade e o que poderá acontecer se ele resolver voltar para a caverna, contando aos outros que a vida que estão vivendo é na realidade um engano. Poderá acontecer que os outros homens o ignorem completamente, ou no pior dos casos, que o matem, por considerarem que ele é um louco ou mentiroso.

Através desta alegoria, Platão nos remete para a situação que muitos seres humanos vivem, num mundo de ilusão, e presos por crenças errôneas, preconceitos, ideias falsas, e por isso vivem em um mundo com poucas possibilidades, assim como os homens na caverna.

Platão usou essa narrativa para explicar como o ser humano pode obter libertação da escuridão com a ajuda da luz da verdade, falando também da teoria do conhecimento, do conceito de linguagem e educação como alicerces de um Estado Ideal. Contudo, é importante perceber que indivíduos que procuram espalhar a luz e a verdade - como o homem que regressara à caverna - são muitas vezes mortos. Esse foi o caso de Sócrates, que foi condenado à morte, depois de ter sido acusado de corromper a mente dos jovens.

Mito de Narciso

Na mitologia grega, um dos mais famosos mitos é o de Narciso, um jovem tão bonito que despertou o amor de Eco, uma bela ninfa. Narciso rejeitou esse amor, fazendo que a ninfa ficasse destruída com a rejeição. Como castigo, a deusa Nêmesis fez com que ele se apaixonasse pelo próprio reflexo no rio, de tal forma que Narciso morreu afogado.

O Mito Bolsonaro

Na mitologia brasileira, um dos mais famosos mitos e concorrente à Presidência da República nas eleições de 2018, foi um tal de Bolsonaro, um senhor não muito afeito às mudanças sociais, aceitação e convivência com as diversidades de gênero, raciais, religiosas, opções sexuais, etc..., mas que despertou o amor e admiração de muitos que estavam inconformados com a situação econômica e social do país naqueles tempos. Muito embora uma boa parte desses apoiadores não tivesse vivido o período da ditadura militar que o país passou entre 1964 e 1985, pediam a volta daquele período plúmbeo, como se fosse possível mudar um país com rudezas, bravatas, grosserias e arroubos de ameaças que beiravam as brutezas medievais.

Ele se posava de um “Salvador da Pátria”, mas, era apenas era uma fachada para angariar os votos dos desesperançados e que achavam que seria mais fácil a saída da crise rumo ao desenvolvimento e ao progresso.

Para não deixar transparecer suas limitações em todas as áreas do conhecimento, evitava dar entrevistas, entrar em discussões onde a falta do domínio de qualquer tema o apavorava e o deixava completamente desconfortável diante de perguntas até simples, interpretando sempre como ofensivas e tentativas de o humilhar. Assim, quando respondia era sempre com ataque que demonstravam sua fragilidade nessa mescla de autodefesa, grande ignorância e mediocridade.

Essa personalidade havia pertencido antes às forças militares, mas, mesmo seus pares não o suportavam muito, dada sua falta de formação. Os Generais de então, simplesmente ignoravam sua presença nos eventos onde eventualmente os abrigassem sob o mesmo teto.

Mas, cegos à essa falsa efígie de “Salvador”, e na absoluta falta de melhor opção naquele pleito, o povo, democraticamente, o elegeu Presidente da República.

Em pouco tempo começaram a perceber que mais uma vez caíram no engodo da varinha de condão, no conto do vigário,, eis que nada do que o então empossado presidente fazia ou dizia tinha lá muito sentido e causava enorme dificuldades para que os seus subordinados detentores de conhecimento nas pastas de seus ministérios o convencessem de que estava equivocado nos seus conceitos. Na maioria das vezes esse esforço hercúleo era infrutífero e, dada suas limitações, passou a destituir dos cargos os mais inteligentes e colocar outros que se mostravam mais afeitos a atendê-lo nas suas vontades, mesmo que erradas. Ora, mesmo vendo o Rei completamente nu eles fingiam não ver para agradá-lo. Em pouco tempo viu-se rodeado de bajuladores e interesseiros em postos avançados na estrutura do Estado e enorme nepotismo.

Dessa forma, o país ficou ainda pior que antes e a população, começou a reagir.

Passaram, inicialmente, a fazer chacotas até que os indicadores de sua popularidade ficaram irremediavelmente ruins.

O congresso eleito, que não havia se renovado tanto quanto a população queria, não apoiava mais suas propostas e o pressionavam para lhes entregar as chaves do erário, para continuidade da festança que sempre estiveram acostumados nos seus mandatos anteriores, aliás, práticas que persistem no tempo, desde a Monarquia e o tempo de republicano.

A nação, com todo o seu poderio natural, navegou até aqui ao sabor da sorte e dos ventos, mercê de escolhas do seu povo, que ainda insiste em não participar da vida política, achando que é apenas para políticos, e com isso delega sua sorte aos aventureiros.

Assim, o mito mais uma vez se desfez em situação insustentável de governança e de credibilidade, deixando o país ainda mais no atraso econômico e no desenvolvimento.

Talvez, no dia em que os brasileiros deixarem de escolher seus representantes de forma menos sentimental e nada inteligente, possa o país sair desse seu triste destino.

Até lá, talvez o filme se repita mais vezes, ora com novo mito, ora com um caudilho, a manter a sina do seu povo ao ostracismo e marginalizado nas questões econômico-sociais.

Assim, o mito se materializou, qual seja, se fez no conto, agora não grego e filosófico, mas genuinamente brasileiro e na sua fantasia, na sua simbologia, sobrenatural, mas que em nada fez para que a realidade se construísse em fortes alicerces sociais, condenando, na visão de Platão, a voltarem as costas para a saída da caverna e continuassem a admirar as visões nas sombras projetadas nas paredes, mas que nada tinha de consistência para explicar os ruídos exteriores, abusando da credibilidade dos incultos daquela sociedade e mantendo-os cativos.

Mas, que mito seria esse?

Até aqui, um mito seria algo criado para explicar determinados fenômenos, como descritos nos preâmbulos desses rabiscos.

Olhando toda criação da mitologia greco-romana, não foi possível encontrar uma divindade sequer, principal ou secundária, que pudesse, analogamente, atribuir um paralelo a essa figura enigmática e inculta.

Assim, como existe uma nítida divisão na mitologia entre histórias e lendas, fico com essa última, por estar mais associada à mentira e ao engodo, para ser no mínimo condescendente com o povo que o elegeu, mas, jamais seria associado a qualquer divindade colossal que deram origem ao universo e dominaram o Caos no início dos tempos.

A conclusão a que se chegou foi, que o cidadão em pauta, poderia ser qualquer coisa nesse emaranhado de histórias e fantasias, menos um mito.

MARCO ANTONIO PEREIRA
Enviado por MARCO ANTONIO PEREIRA em 10/06/2018
Código do texto: T6360620
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