...E POR FALAR EM BOLSONARO...

Inspirado por recente debate que tive com minha querida amiga, Lidiane Roque, resolvi escrever este texto. Enquanto ela afirmava – não sem alguma razão- seu desprezo por algumas declarações de Bolsonaro (que convenhamos, não tem na retórica sua melhor qualidade), eu afirmava que ele NÃO é o único entre os postulantes a cargos públicos eletivos que comete tais atrocidades. O diferencial NÃO reside NO QUÊ se diz, mas sim a qual espectro político pertence o político que vomitou aquilo que entendem como “abominação”.

Como exemplos, naquele debate, citei declarações de dois expoentes da Esquerda brasileira: Lula e Ciro Gomes. O primeiro, impedido legalmente de disputar outra reeleição, continua sendo QUASE unanimidade, entre os esquerdistas; o segundo, assim como fez em 2002, tenta chegar ao cargo público mais importante de qualquer país.

Enquanto Lula RIA, declarando EM VÍDEO que “Pelotas (RS) é exportadora de VIADOS”, a mesma Esquerda que hoje demoniza e afirma que Bolsonaro é homofóbico, CALAVA. Quando Lula, IRADO, esbravejava para Dilma, nos grampos da Polícia Federal: “Onde estão as MULHERES DE GRELO DURO (Feministas) do nosso partido?”, boa parte das feministas e quase que a totalidade dos esquerdistas, fingiu-se SURDA.

Quando Lula afirmou que “A MULHER não pode ser SUBMISSA AO HOMEM por um prato de comida. TEM QUE SER SUBMISSA PORQUE GOSTA DELE”, uma ínfima parcela da Esquerda, o repreendeu, e ainda assim, dizendo que ele “pisou na bola”. Acusações de “machismo” foram esparsas.

O mesmo "SILÊNCIO ENSURDECEDOR" ocorreu quando, em outro grampo da PF, Lula RIU, dizendo que “A Clara tava dormindo sozinha quando entrou cinco homens lá dentro, ela pensou que era presente de Deus, era a Polícia Federal, sabe?”. Ele fazia referência à Clara Ant, uma de suas ASSESSORAS, solteira, também investigada pela Lava Jato. Não vi/li/escutei qualquer mulher esquerdista acusando-o de “misoginia”, “chauvinismo” ou qualquer um dos termos tão utilizados e caros àqueles esquerdistas que dizem "defender o respeito às mulheres".

No que se refere às declarações de Ciro Gomes, as citações também não sou poucas ou de menor ofensividade: em debate na FACULDADE DE DIREITO DA USP´, ano passado, o presidenciável respondeu desta forma, quando questionado por um dos ALUNOS, sobre uma então possível disputa (e derrota) com João Dória: “Eu pego um viado cheio de areia no cu, que nem o João Doria, e encho de porrada“. Não vi nenhum esquerdista acusando-o de “homofobia” ou criticando sua reação e intenção EXPLICITAMENTE violentas.

Em outro episódio, Ciro sai distribuindo impropérios de toda sorte, contra manifestantes que, segundo suas próprias palavras, estavam “incomodando na porta dos outros”, inclusive chamando (gritando) aqueles que ele entendia ser CONTRA eles, de “filho da puta”, “viado”, entre outras expressões que não se esperam ou admitem de um candidato à Presidência de um dos maiores países do mundo, como é o nosso e que diz ser um “progressista” e “defensor da democracia”. Mais uma vez, a Esquerda CALOU sobre o episódio. Não houve acusações de “homofobia”, “machismo” ou qualquer uma das que comumente direcionam ao candidato do PSL, inclusive daqueles que dizem que Ciro é “o mais preparado” para assumir o posto. No mínimo, uma cabal demonstração de incoerência.

Em outra oportunidade, “Cirão da Massa” afirmou que A IMPORTÂNCIA de sua então ESPOSA, Patrícia Pillar, durante a campanha de 2002, seria “DORMIR” com ele. Os “inteligentinhos esquerdistas”, como diz Pondé, mais uma vez, seguiram os caminhos preferidos dos covardes e hipócritas: relativização ou silêncio.

Os mesmo que apontam o suposto racismo de Bolsonaro, FINGEM não perceber a mesma atitude de Ciro, ao chamar Fernando Holiday, vereador por São Paulo, NEGRO, de “Capitão do Mato”. Desta vez, UMA PEQUENA PARCELA do Movimento Negro ao menos reagiu à declaração, criticando-a.

A outra, que é afinada com e SUSTENTADA pela Esquerda, resolveu colocar “panos quentes”, reduzindo a amplitude e agressividade da ÓBVIA ofensa, uma vez que Holiday é um opositor ferrenho do Coletivismo bestificante e defensor – assim como eu- do Liberalismo Econômico: o que deixa patente O FATO de que, para os esquerdistas da turma que habitualmente CALA, a tal “defesa das minorias” e exigência de RESPEITO, só tem aplicação para aqueles que estão no MESMO espectro político.

Estes são apenas ALGUNS, mas não a TOTALIDADE de exemplos que eu poderia citar de políticos e personalidades declaradamente - ou não- esquerdistas, que fazem uso sistemático da relativização e hipocrisia, quando lhes convém.

Meu objetivo, ao escrever estas linhas, NÃO é “defender Bolsonaro”. Ao contrário do que possa parecer, para um leitor mais afobado, DISCORDO de muito do que ele afirma. SEQUER VOTO EM BOLSONARO. Entretanto, maior que minhas discordâncias em relação à boa parte do discurso dele, é meu ASCO pela HIPOCRISIA e MANIPULAÇÃO MIDIÁTICA que fazem, induzindo o eleitor a pensar que Bolsonaro é “O ÚNICO” político deste país que, diretamente ou não, muitas vezes expressa aquilo que muitos de nós entendemos NÃO ter mais espaço, em pleno século XXI, numa sociedade que busca aumentar seu nível civilizatório.

Entendo que o PRIMEIRO passo, para alcançarmos tal intento, seja ABANDONAR a HIPOCRISIA, DEMAGOGIA, VITIMISMO e SECTARISMO que impelem boa parte daqueles que são tomados por “formadores de opinião” e “politizados”. Assim, quem sabe, tenhamos alguma chance REAL de ter (e deixar, para as futuras gerações) um país mais justo, coerente e, sobretudo, humanista.

Gustavo Marinho
Enviado por Gustavo Marinho em 15/09/2018
Código do texto: T6449454
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.