BOLSONARISMO e o futuro do Brasil

- Ideias;

- Opinião.

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Entre a IGNORÂNCIA e o SILÊNCIO, este, SEMPRE vence. Para o bem ou para o mal.

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No andar da carruagem, o futuro é previsível. E sombrio.

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Com as pesquisas da semana apontando uma sensível melhora na popularidade do ‘presidente’ (Presidente é função pública representativa da vontade de um povo (todos) e que DEVE ser regida por princípios e comportamentos éticos, responsáveis e decoro inerente ao cargo – atributos que Bolsonaro não tem. Por isso o destaque (‘’)), o futuro político do Brasil foi analisado pelos principais referenciais da mídia (influenciadores e formadores de opinião) a partir da perspectiva de um continuum da atual sombria situação.

Em palavras diretas, se a eleição fosse hoje, Bolsonaro seria reeleito com facilidade.

Pesquisas não dizem tudo. Mas dizem algo. Apontam direções. Se nada acontece para impedir esta direção apontada, a pesquisa tende a se confirmar.

Entre muitas vaiáveis apontadas algumas são interessantes. Sobre estas (algumas) quero registrar minha opinião.

1) Bolsonaro evitou falar em público. Ou: falou menos.

RESUMINDO, parou de falar besteiras, mentir e desinformar o povo.

Qualquer comportamento fanático, seja ele direcionado ao futebol, à religião, à política, doutrinação, ou seja o que for, tem uma característica fulcral: os deslizes do objeto idolatrado são perdoados, sempre de forma ingênua e inconsciente, DESDE que, eles não se repitam. No caso do ‘presida’, DESDE que silenciam.

É este o significado da frase introdutória. Quando não sabemos, isto é, quando estamos ignorantes em relação ao que se discute ou exposto, a melhor tática é silenciar.

O silêncio de Bolsonaro rende-lhe afagos fanáticos e, SIM, pode levá-lo à reeleição.

2) Distribuição do EMERGENCIAL (600,00) rende popularidade. Ao presidente.

O povo – estatisticamente QUASE todos – não acompanha noticiário e quando assiste não faz análise. Muito menos se interessa pelo que os políticos fazem em Brasília. Pena. Portanto, não sabem ou não se lembram que Bolsonaro ofereceu 200,00. O esforço político do legislativo favoreceu a popularidade. Pobre, e grande parte de quem não precisa das migalhas do governo tende agradar (votar) em quem lhe oferece alguma vantagem. E isso não é só comportamento no ‘baixo clero’. Está presente nas esferas categoriais em diferentes setores da sociedade. Desde a classe menos formada aos intelectuais de altas formalidades das universidades. Vivemos e nos movemos a partir de preferências bem situadas. Mas, se fossem 200,00, também teriam influenciado nas pesquisas.

Esta perspectiva abre a ideia (já acenada pelo presidente) de continuar destinando migalhas ao povo. E terá efeito nas eleições. O petismo que o reconheça por experiência própria.

Gosto de pensar em dois atributos relacionados a condição humana: a esperteza e a inteligência. Digo que a inteligência age a favor do bem. Próprio e comum. A esperteza ao contrário, age sempre em favor de si mesma. É individualismo atitudinal e comportamental. Nesta perspectiva, considero inteligente quem age com coerência e bom senso. Esperto é quem pensa e age de forma egoísta. Apesar de usar a inteligência, não é inteligente no sentido ativo. Apenas esperto. Bolsonaro é esperto. Ele sabe que são as políticas públicas, destinadas principalmente aos mais vulneráveis (que serão muitos depois da pandemia), aliado ao seu silêncio, os seus cabos eleitorais mais importantes. Vai usá-las para continuar seu plano insano para destruir direitos e a democracia, ainda em construção no Brasil.

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OPINIÃO.

A produção de informação contraditória e ambígua, pela mídia de forma geral e especialmente pela produção de mentiras e desinformação da equipe do próprio Bolsonaro, constitui-se um conjunto que PODE decidir sobre o rumo político em 2022. A falta de análise das notícias das grandes redes, a ausência de verificação da veracidade das informações que circulam nas redes sociais, especialmente Facebook e WhatsApp, junto com a falta de discussão de temas que mobilizam a sociedade como trabalho, política, educação e religião, não permitem para grande parte da população que vota, refletir sobre que é mais adequado entre a permanência de Bolsonaro ou apostar em outra alternativa.

E qual seria uma alternativa? Mesmo que razoável? NENHUMA.

NENHUMA, no sentido de pensar no povo, em projetos sociais que impactam a realidade. TODOS os partidos que buscam situar-se em nomes para futuro presidente estão preocupados com suas ideologias. Pensam em seus partidos, nas benesses que pode significar chegar ao poder. Não há nenhum partido, seja de que lado for, que está discutindo um projeto para o Brasil pós-pandemia. Sem um projeto contextualizado com as dificuldades e crises que estão no horizonte o país vai mergulhar em tempos nunca vividos na sua história. Seja com Bolsonaro; seja com quem for o próximo presidente.

Uma hipótese para uma alternativa possível?

Esta é uma análise complexa.

A realidade, que parece dada, é a do fanatismo bolsonarista estar além de qualquer outra possibilidade. Aliado a este fato (social – é o povo que vota e elege) está a perspectiva de Bolsonaro usar com ESPERTEZA os programas sociais e, se bem articulados, dificilmente impedem sua reeleição.

A ideia da relação vincular entre candidato e partido prejudica uma reflexão em termos coletivos e colaborativos para enfrentar situações sensíveis. Nossos pensamentos e, consequentemente, nossas decisões têm cores: partidos, times de futebol, religião, teóricos... é difícil desconstruir este inconsciente coletivo. Assim, pensar em uma aliança nacional, isto é, reunir todos os partidos e formar uma coligação contra o estado de coisas que está aí, parece-me impensável. Pelo menos até onde tenho acompanhado as articulações ensaiadas.

Minha opinião também emite a percepção de que mesmo com uma aliança nacional, ou seja, de todos os partidos, seja, talvez, difícil evitar o pior. Por quê? a) A ignorância reina quando se trata de análise sobre política; b) A corrupção (conchavos, negociatas, desvios e incompetência) é característica da própria política brasileira; c) O bolsonarismo, como toda idolatria, guia-se pela consciência cega ou (em bom nordestinês), por meio da ‘viseira-de-jegue’ – só enxerga numa direção –, não é capaz de fazer análise e mudar sua postura; d) Os comportamentos sociais são baseados em trocas. Se alguém oferece um emprego ou desvia algum dinheiro da campanha, consegue votos e, por fim (e):

Os partidos e os políticas que apresentam condições – e nomes – para enfrentar Bolsonaro e seus fanáticos e ESPERTOS eleitores existem. Há nomes promissores. Porém, eles chegar a um CONSENSO para o bem do país e do povo, considero, neste momento, IMPOSSÍVEL.

Espero estar absurdamente equivocado em meus devaneios.