Ancestralidade e Identidade

A Ancestralidade pertence a apenas o indivíduo e é de inteira responsabilidade dele a reconhecer -- é pura usurpação quando outrem tenta dizer à pessoa "O que é sua ancestralidade", porque lhe rouba a autoridade de si mesmo. Faz parte de cada indivíduo no conhecer de si mesmo, conhecer sua árvore genealógica, a saber, os que lhes antecederam de forma genética e afetiva.

O que fizeram de mal, o que fizeram de bom, a tenacidade e a vivacidade diante o que seus pais, avós, bisavôs, enfrentaram em vida, principalmente aquilo que os definiram enquanto si -- suas ações mais que suas palavras. Mesmo quando agindo em erro deve-se por em conta a situação histórica-e-local relativa na qual estavam inseridos, mas principalmente, como reagiram: se com força, ousadia, coragem, ou mesmo medo, insegurança, tristeza, para os imitar no que for bom, e evitar os mesmos erros que seus antepassados cometeram.

É mais do que olhar fotos antigas: é conversar com quem os conheceram, é ouvir histórias dos que ainda vivem, é se reconhecer enquanto a descoberta de tudo o que fora feito. Apenas conhecendo sua ancestralidade, pode o ser humano definir melhor a si mesmo -- suas feições, seus gestos, sua "cara", e principalmente, seus Atos. O quanto eles tiveram de lutar, o como eles lutaram, mas sempre com o olhar analista -- porque a crítica sem análise é inócua, e apenas o julgamento é efêmero. Não deixem que ninguém conte para você quem fora seus pais, avós, bisavôs, não deixem que usurpem parte de vocês mesmos -- porque tudo o que usurpardor/a quer é inserir em você algo que não te pertence.

E claro, toda esta ANALISE, não envolve culpa, arrasto, tristeza ou demagogia, porque os seus antepassados não são você, e apenas cada indivíduo deve responder por seus atos INDIVIDUAIS, sendo assim, não há a mínima culpa de nada do que fora feito em épocas idas. Mas desta analise deve sobrevir sempre, o aprender com os erros dos que antes lá estiveram, para não repetir os erros; e sempre tentar copiar os acertos, para de novo, não repetir os erros e sim antes, os acertos.

Tudo isto dito, não apenas os que ligam uns aos outros de forma genética, mas também afecctiva (afetiva), dos que lhe criaram, dos que lhes antecederam: e destes que lhes vieram antes destes. O indivíduo está ligado a esta árvore seja por gene, seja por afetividade dos que lhes cultivaram seu ser em você (adotaram e trouxeram você para o si deles) e assim partilharam talvez de forma ainda mais verdadeira, essa árvore de vivência com você. "Ancestralidade é portanto, um cultivo de uma árvore dentro do indivíduo".

A Identidade pertence a um povo e por mais que tal conceito seja relativo a este ou aquele povo, é certo dizer algumas características tais como: "lhes aparece" (cada indivíduo que faz parte daquele povo, diz porque "sente", porque lhe aparece que faz parte daquele povo, seja graças a história que lhe foi transmitida, pelo papel pastoral ou escolar) e está intrinsecamente ligado ao local (espaço geográfico) que tal povo está inserido -- entre outras características.

Enquanto o primeiro conceito, um outrem pode usurpar, a saber, uma pessoa pode roubar a ancestralidade de um indivíduo contando-lhe uma estória de seus antepassados que não pertence a este indivíduo (uma falácia para o enganar, fazendo-o sentir culpado de algo até do que não fez), dado que cada pessoa possui sua própria ancestralidade; um povo pode tentar negar a Identidade própria de outro povo, seja para lhes negar o pertencimento, ou seja, para lhes negar o "seu lugar" (espaço geográfico) no mundo; seja para lhes dominar (o que de certa forma não os fará desaparecer, mas antes, poderá haver uma consubstanciação inesperada);o pior nível de negação da identidade de um povo porém, é quando outro busca os "higienizar" na loucura de fazê-los, os indivíduos que fazem parte daquele povo, sentir o que não sentem -- chegando mesmo ao genocídio. Em outras palavras, um povo tenta à FORÇA com que os indivíduos de outro, sintam, percebam e apercebam, aquilo que eles não sentem, ou seja, é de certo modo uma loucura epistêmica.

Fato que pode ocorrer até entre os seus: quando algumas pessoas que fazem parte de certo povo, já negaram sua própria identidade como povo (como um grupo de pessoas dentro de certo povo, que por motivos ideológicos não mais lhes Aparece fazerem parte daquele povo enquanto tal), e agora tentam à Força, com que os outros neguem-na também (não sintam mais o que sentem e não pensem mais o que pensam), chegando a níveis extremos (genocídio) aos que continuem na vivencia da sua identidade, ou mesmo aos "menos sortudos" (àqueles indivíduos que não sabem o que acontece, e nem o porquê o viver lhes está sendo negado). Portanto, não é apenas uma questão que pode ocorrer de forma "alienígena" (de fora), mas também de dentro.

(Texto preliminar)