Decadência moral e  desespero de Sergio Moro se acentuam e se tornam cada vez mais explícitos: imbróglio agora envolve Guedes e Bolsonaro

 

 

Em política, as coisas mais improváveis e absurdas são possíveis. Estamos agora, ao tempo em que se escreve este artigo, diante de mais uma: o atrapalhado ex-juiz Sergio Moro, já nacionalmente reconhecido como “traidor profissional” (não só da pátria, mas dos próprios amigos e aliados), está em disputa pela vaga única ao Senado Federal pelo Paraná e perdendo nas pesquisas para o seu ex-padrinho político, Álvaro Dias, a quem, dentre tantas outras traições que cometeu, também traiu, vergonhosamente.

 

Debutante no mundo político, revelou-se inábil e atrapalhado. Não é um bom jogador de xadrez político, como chegou a pensar a jornalista Vera Magalhães. Está mais para medíocre jogador de damas. Na política, sua breve trajetória tem revelado uma constante sucessão de erros. Seu único lance bom – inescrupuloso, mas vantajosos para ele – foi o primeiro, quando praticando law fare, tirou Lula disputa presidencial de 2018, favorecendo Bolsonaro e, como recompensa, foi nomeado Ministro da Justiça. E parou aí. Depois disso, só cometeu erros, gravíssimos.

 

Por seus erros, como sói acontecer nos crimes de colarinho branco no Brasil, ainda não foi punido, mas os processos estão correndo e existe a possibilidade de que, em pelo menos um deles, venha a ser condenado em definitivo (se chegará a levar à prisão e outra história). O mesmo, aliás, se pode dizer de Paulo Guedes e Bolsonaro.

 

Moro, Paulo Guedes e Bolsonaro... O que eles têm em comum?

 

Hoje, Moro foi defenestrado desse trio do mal, no governo Bolsonaro. Mas já fizeram parte do mesmo time e, quando juntos, revelaram muitos pontos e comum e que ainda subsistem: o mau-caratismo, a corrupção, a mentira, a enganação e a incompetência, sem falar de outros, de menor importância. Nesses quesitos, Moro fica apenas em 3º lugar. Mas não porque seja o que possui o menor índice de maldade entre os três, e sim porque é o terceiro em importância hierárquica e poder de fogo. Por esses critérios, o título de campeão fica com Bolsonaro. Mas fosse Guedes o Presidente da República, o campeão absoluto seria ele. Só perderia no quesito incompetência (Bolsonaro e Moro o superam), mas ganharia em todos os demais.

 

O fato é que eles são muito próximos e Moro, ao se afastar do trio e não ter experiência política, ficou em desvantagem. Note-se que Guedes, também sem experiência política, continua se dando bem e usando a blindagem do cargo, tal como faz Bolsonaro. O problema de Moro agora é que ele perdeu a blindagem do cargo de juiz da 13ª Vara Criminal de Curitiba e também a de Ministro da Justiça, ou seja, está lutando a descoberto. Daí, a sua tendência de se dar mal, diante da união de todos esses fatores desfavoráveis. Os prejuízos para Moro serão não apenas políticos, mas irão estender-se ao campo legal, eis que cometeu vários crimes, que ainda estão sendo julgados.

 

Moro, Guedes e Bolsonaro poderão ser presos?

 

Bem, Moro só depende da sua própria eleição. Se eleito, poderá escapar e ir adiando, adiando..., talvez se reelegendo, até prescrever ou serem arquivados os processos (argumento legal? A Justiça arranja). Já Guedes e Bolsonaro, dependem da reeleição de Bolsonaro. Se conseguirem, escapam.

 

Na hipótese de Bolsonaro não se reeleger, Guedes e Bolsonaro poderão ser condenados e presos? Huuum, aqui é Brasil. Não dá para apostar nessa hipótese. Bolsonaro, pelo menos, jura que jamais será preso, nem agora nem depois. Isso foi declarado publicamente em suas lives. Quanto a essa possibilidade, só existe o medo e um plano “C” de Bolsonaro para escapar da prisão: fugir do país. Itália ou Estados Unidos seriam os mais prováveis destinos. Isso porque o seu “plano B”, o golpe de Estado, ficou inviável e sem apoio e o “plano A” (vencer as eleições) está cada vez mais distante..

 

Com relação ao famigerado “plano B”, o Golpe de Estado, cometeu uma grande burrice: alardeou demais, fez bravatas e agora a coisa ficou difícil, quase impossível, porque as defesas foram montadas preventivamente. Quem quer dar Golpe de Estado não avisa, faz, de sopetão. O mais provável, portanto, é que tenha de usar o plano “C” (fugir do país).

 

Quanto aos filhinhos de Bolsonaro, resta saber se serão abandonados à própria sorte ou se acompanharão o pai.

 

Nota de alerta: Na hipótese da existência de um segundo turno entre Lula e Bolsonaro, não se suprpreendam se Bolsonaro aceitar o apoio de Sergio Moro e até se aparecerem juntos de mãos dadas em fotos, "pelo bem do Brasil". Lembrem-se: eles não têm escrúpulos, possuem elevada dose de mau-caratismo e são mentirosos, enganadores e corruptos.

Atualização: 26/10/2022: Como previsto, Bolsonaro e Moro se realinharam. Moro elegeu-se  senador pelo Paraná e  foi ajudar na campanha de Bolsonaro,  aquele de quem, antes, se toranara inimigo. A ética, a honestidade  e os princípios morais não são  normas comportamentais entre esses abjectos indivíduos.