Os morangos de Aushwitz tinham o mesmo sabor dos morangos do Gulag

(…) nutrem o ódio pelo capitalismo mas sopra em direção de grupos mais ricos e influentes(…) sua prática não pressupõe nenhuma doutrina coerente, mas apenas guerra revolucionária permanente(…) sua ideologia (palavra de ordem) é a destruição total e da desintegração total da sociedade(…) utiliza-se do aparelhamento da administração pública e utiliza-se da doutrinação do funcionalismo(…) ao mesmo tempo que é capitalista é anticapitalista, é a favor e contra a propriedade, etc., em um constante antagonismo (flexibilidade) ausente em uma democracia(…) destrói por completo a generalidade do direito e, com ela, a independência da magistratura(…) não há proibição da retroação judiciária(…) transforma o direito como um meio técnico para objetivos políticos(…) utiliza-se do direito e a estrutura jurídica um arcanum domininationis, como um meio de consolidar o poder(…) a lei não é somente voluntas, mas também ratio, reforçando a ideia da não existência do direito(…)

Com estes pequenos fragmentos extraídos de estudos realizados por Levinas[1], Rauschning[2] e Schoenbaum[3[, a primeira vista você pode ter pensado que se trata da estratégia de poder da esquerda brasileira, entretanto, pasme, essa foi a estratégia do regime nazista para ascender ao poder, naquele que culminou no episódio mais repugnante da história da humanidade, o holocausto.

Neste sentido podemos parafrasear que os morangos de Aushwitz[4] tinham o mesmo sabor dos morangos do Gulag[5], a morte.

Me assusta ver o risco da retomada do poder pelo PT, e que algumas pessoas tidas como intelectuais, aderiram ao sabor destes morangos. Assistimos de forma escrachada o ódio ao cristianismo (com intuito de destruição de valores), a ascensão do niilismo nietzschiano e defesas a filosofias e teses jurídicas que cimentaram o nazismo como as de Heidegger[6] e Carl Schmitt[7], o surgimento de uma nova língua como fizeram no totalitarismo cambojano[8], a supressão velada da liberdade de expressão e de pensamento, o desarmamento do cidadão de bem, a cooptação do judiciário, escolas e universidades entre outros fatos que evidenciam o risco de cairmos em horríveis tempos do passado, regido por regimes totalitários.

O atraso econômico do Brasil se deve a hegemonia da esquerda há mais de 15 anos no poder, com seu inconteste ideário marxista-nietzschiana-heideggeriana-gramiscista, que auxiliado pelos meios de comunicação de massa (mainstream media) que vem a tempos, pari passu subvertendo os valores morais que cimentaram as democracias ocidentais, com a máxima de revolução pela revolução, o poder pelo poder, ‘quanto pior melhor’, tendo como objetivo patente um golpe de Estado.

No início, historicamente quando Hitler optou pela estratégia de golpe de Estado endógena, abrindo mão de métodos ortodoxos da revolução armada (exógenos), vários integrantes do partido (ala mais radical), não concordaram e acabaram por abandonar o partido (alguma semelhança no início da ascensão do PT no poder?).

Este caráter similar entre o socialismo/comunismo como o nazismo é indelével entre estudiosos e historiadores sérios, e não são poucos que dedicaram uma vida estudando o regime que culminou no extermínio de pessoas inocentes nos regimes totalitários, que traçam estas semelhanças.

O coup (‘golpe’ do francês coups d’État) na contemporaneidade, como o realizado pelo líder nazista, consiste na infiltração de segmentos pequenos, mas críticos, no aparelho estatal como forma de deslocar o governo do restante, esta estratégia é apontada nos estudos de Luttwak[9]. Neste sentido, a infiltração também ocorre em instituições que possam fomentar ou mascarar o golpe (imprensa, órgão de representações classistas, escolas, meios artísticos, etc.).

No Brasil, a tropa de assalto nazista que agia de forma direta aos moldes de Trótski, foi formada por uma equipe de técnicos corruptores das empresas estatais, mas o objetivo sempre é o mesmo: o golpe de Estado.

O golpe de Estado sem armas é perfeitamente possível, sendo bem descrito por Gramsci[10] ainda nos idos de 1926; denomina-se guerra gramsciana de posição (a chamada guerra cultural que ‘alguns’, por ignorância ou maldade negam dizendo não existir), é estruturada como uma guerra de infiltração para em seguida, mantendo a garantia da posição, após a fase final ou conclusiva do coup, começar-se a utilizar a força arbitrária, completamente fora do Estado democrático de direito, é um ataque paulatino de dentro para fora.

Segundo Moderno[11], “para revolucionários totalitários o golpe bom é o golpe deles”. Lembrando que quem quebra regras prévias e oficialmente consensuais, certamente está dando um golpe, e a prática é sorrateira, por meio da compra de uns tantos personagens decisivos, para que com isso, escandalizando a defesa da democracia, dar o golpe fatal – touché.

Uma das mais usadas e eficazes “fórmulas” de aplicação do golpe, cuja técnica denomino de ‘ataque híbrido’, é a chamada “defesa da democracia”, e isto ocorre, segundo estudos de Moderno, porque a democracia é uma necessidade para um ‘criptogolpe de Estado’.

Normalmente acusarão o golpe ao serem descobertos, e acusarão de golpe quem quiser interromper o processo sorrateiro de revolução totalitária. Essa técnica de acusar o contragolpe de golpe é uma astúcia que pode ser explicada por Freud, como mecanismo de defesa chamada de “projeção”[12].

Por tudo pontuado de forma sintética até aqui, o leitor pode perguntar, que se de fato o PT organizou um golpe, porque a estratégia não deu certo?

Na dúvida sobre a existência do golpe e porque até agora não se consumou, é só observar as falas de José Dirceu ao Jornal de viés esquerdista El País em setembro de 2018: "É uma questão de tempo pra gente tomar o poder. Aí nós vamos tomar o poder, que é diferente de ganhar uma eleição". Também em entrevista a Opera Mundi, Dirceu coloca às claras a intenção de uma América Latina sob o jugo do socialismo, elogiando a revolução armada em alguns deles bem como a vitória eleitoral da esquerda nos países que se avizinham.

Recentemente em campanha, o candidato e ex-presidiário Lula afirmou que se arrepende de ‘não ter promovido alguns integrantes das forças armadas’ dando entender que não conseguiram cooptar as forças armadas durante os anos que estiveram no poder, sendo que também vê ‘a necessidade de regular os meios de comunicação’.

Com relação a não consumação do golpe dos petistas, Malaparte[13] nós dá uma pista, afirmando que todo golpe precisa de celeridade, uma vez que a lentidão favorece a defesa do contragolpe, assim como atacar e contra-atacar em terreno escolhido pelo inimigo. Aproveitando para salientar que Malaparte também coaduna da tese, de que o fascismo e o nazismo ‘são crias’ ou se utilizam de mesma estratégia dos comunistas, que como camaleões, atualmente se intitulam progressistas e/ou democratas, somente despistado por meio de programas e/ou partidos, mas com o mesmo propósito, a tática do golpe de Estado para implantação de um totalitarismo.

Muitos podem até questionar se de fato estamos no curso de um golpe de Estado velado por trás da estratégia da esquerda brasileira, ou ainda, porque eles dariam pistas de que isto está sendo tramado? A resposta está no perfil psicológico do totalitarista, eivado de arrogância e soberba, e isso já é confirmado pela história e por estudos de psicologia do comportamento.

Peço que analisem as recentes eleições nos países da América do Sul e os propósitos tratados no Foro de São Paulo[14](que durante décadas venderam a ideia de se tratar de uma teoria da conspiração), as recentes eleições nos E.U.A. e o inconsequente governo dos Democratas, a ‘sinuca de bico’ na qual se encontram os países europeus adeptos do regime social-democrata, e a ascensão da extrema direita naquele continente, mais recentemente com as eleições na Suécia e Itália.

Fazendo minha as palavras de Suvorov[15], na obra ‘O grande culpado’: “A primeira regra é: não acredite no que é oficialmente mostrado; procure o que está oculto”.

Por fim, certo de que alguns ao lerem este texto terão de ‘bate e pronto’ a percepção equivocada de que se trata de uma distopia ou teoria da conspiração, por desconhecerem os meandros históricos ou por estarem hipnotizados pelo ‘encantador de serpentes’, também haverá àquele que buscará nas fontes que cito atestar as evidências aqui abordadas; aos primeiros, que Deus tenha piedade de suas ignorâncias, ao segundo, que fiquem atento para fazer uma boa escolha nas próximas eleições, uma vez que muitas pessoas com mais conhecimento e estudo do que eu, afirmam que, somente com o voto certo na eleição que se aproxima poderemos cessar o caminho rumo ao desfiladeiro, cessando o golpe de Estado velado, ao qual os brasileiros são vítimas desde a ascensão do PT no poder, cuja porta foi aberta pelo PSDB de FHC.

NOTAS:

[1] LEVINAS, Emmanuel. Quelques réflexions sur la philosophie de I’hitlérisme. Paris: Payot & Rivages, 1997.

[2] Rausshning, Herman. Hitle m’a dit. Paris: Ed. Fayard/Pluriel, 2012;

_ - La revolution du nihilisme. Paris: Gallimard, 1939.

[3] Schoenbaum, David. La révolution brune – La société allemande sous le IIIº Reich. Paris: Gallimand, 2000.

[4] O campo de concentração de Auschwitz foi uma rede de campos de concentração localizados no sul da Polônia operados pelo Terceiro Reich e colaboracionistas nas áreas polonesas anexadas pela Alemanha Nazista, maior símbolo do Holocausto perpetrado pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. É famoso não só pelo fornos que cremavam as vítimas do holocausto, bem como pelas atrocidades com experimentos com humanos ainda vivos de medicamentos e farmacos. Contam testemunhas que as cinzas das pessoas cremadas eram utilizadas como adubo. São muitos os livros que narram histórias ocorridas em Auschwitz, um em especial me chamou a atenção, após a recente pandemia e polêmica das vacinas não testadas: O farmacêutico de Auschwitz, da escritora Patrícia Posner, que conta a história real de como grandes empresas quimico-farmacêuticas apoiaram o regime nazista, usando pessoas como cobaias para desenvolver medicamentos que usamos até hoje.

[5] O Gulag era um sistema de campos de trabalhos forçados para criminosos, presos políticos e qualquer cidadão em geral que se opusesse ao regime comunista da URSS, gerou o’ holodomor’, também conhecido como a Fome-Terror e por vezes referido como a Grande Fome, foi um período de fome na Ucrânia Soviética de 1932 a 1933 que causou a morte de milhões de ucranianos. Poucos sabem, mas o regime comunista/socilaista matou mais pessoas do que o nazismo, uma obra de referência para saber mais é Arquipélago Gulag: Um experimento de investigação artística, do autor prêmio Nobel Aleksandr Soljenítsyn, que após décadas fora de circulação finalmente reeditaram em português.

[6] FAYE, Emmanuel. Heidegger, I’ntroduction du nazisme dans la philosophie. Paris: Albin Michel, 2005.

[7] SCHMITT, Carl. Parlamentarisme et démocratie. Paris: Le Seuil, 1988.

[8] PONCHAUD, François. Cambodge. Année zéro. Paris: Kailash, 2001.

[9] LUTTWAK, Edward. Coup d’État. A practical Handbook. Massachusetts: Harvard Univ. Press, 1979.

[10] Gramsci, Antonio. Cadernos do cárcere, v. I- VI. RJ: Civilização Brasileira, 1999.

[11] MODERNO, João Ricardo. Filosofia do golpe de estado. RJ: Forense Universitária, 2018.

[12] FREUD, S. Além do princípio do prazer. In: edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. RJ: Imago, v. XVIII, 1985. LAPLANCHE, J. & PONTALIS, J. B. Vocabulário da Psicanálise. Trad. de Pedro Tamen. São Paulo: Martins Fontes. 9º ed. 1986.

[13] MALAPARTE, Curzio. Tecnica del golpe de estado. Barcelona: Plaza & Janes, 1960.

[14] SALGUEIRO, Graça. O foro de São Paulo – a mais perigosa organização revolucionária das américas. Observatório Latino, 2016.

[15] SUVOROV, Viktor. O grande culpado. O plano de Stálin para iniciar a 2ª guerra mundial. SP: Amarilys, 2010.