Bandidolatria explícita.
A bandidolatria cresce como erva daninha, em nosso querido Brasil - e em outros países também, presumo -, a três por dois. Sinto que o sentimento bandidólatra está incrustado no espírito de milhões de brasileiros. Impressiona-me a sem-razão do amor, doentio, eu digo, de muita gente pelos bandidos. E pergunto-me, intrigado, e preocupado, a que se deve tal fenômeno. Seria a consequência da inserção de idéias revolucionárias favoráveis aos bandidos na mente das pessoas via novelas televisivas, filmes, bancos escolares, revistas em quadrinhos, videogames, músicas e outros meios? Se é esta a resposta correta, cabe adicionar: então as idéias pró-bandidos encontram um ambiente receptivo no espírito de milhões de brasileiros - se assim não fosse, elas não se disseminariam sem se deparar com obstáculos intransponíveis.
Se está, hoje, a sociedade brasileira corroída, não houve, ontem, resistência, não com a força apropriada, ao avanço da bandidolatria. Além do mais, os bandidos contam com muitos cúmplices nas altas esferas do poder. Os poderosos, se inescrupulosos, só têm a ganhar com a bandidolatria, que põe medo nas pessoas. E pessoas amedrontadas aceitam, em nome da segurança, toda e qualquer arbitrariedade das autoridades constituídas, sendo que muitas destas, criminosos, irão, assim que o desejarem, seviciá-las.
É lamentável, mas é o que se vê em terras de Cacambo e Lindóia: milhões de pessoas que vivem de pequenos golpes, de traições, de jeitinhos oportunistas, de furar os olhos dos amigos, de puxar o tapete de colegas, adoram, amam de paixão os bandidos.