EM NOME DE TODAS: DA RETÓRICA À REALIDADE

Certamente, a temática que aborda as discrepâncias entre a homenagem prestada às mulheres no Dia Internacional da Mulher e a realidade que enfrentam diariamente é de extrema relevância. Ao refletir sobre a magnitude dessa disparidade, somos confrontados com a desconcertante contraposição entre a retórica galante e os gestos concretos que regem a existência feminina.

A celebração formal e as reverências simbólicas oferecidas nesta data específica revelam-se, lamentavelmente, como meros artifícios de uma superficialidade desconcertante quando confrontados com a brutalidade do cotidiano feminino. Nos meandros dos hospitais, delegacias, ambiente de trabalho, no seio familiar, na tessitura social e na trama da cultura, as mulheres se veem imersas em um cenário de desigualdade, desrespeito e opressão que desafia, de forma flagrante, a retórica de celebração entoada.

Assim, é inescapável concluir que a celebração do Dia Internacional da Mulher, enquanto manifestação isolada e descontextualizada, corre o risco de soar como uma mera hipocrisia institucionalizada, incapaz de mitigar as agruras e as injustiças que permeiam a existência feminina. Urge, portanto, que a luta pela igualdade efetiva seja travada não apenas em discursos de circunstância, mas em ações concretas e transformadoras que ressignifiquem, de fato, a condição da mulher na sociedade contemporânea.