Filosofia teológica: Respostas críticas ao Panteísmo

Os panteístas sustentam que a realidade é ulteriormente uma, não muitas. Segundo eles, os muitos existem no um ao invés de um nos muitos. Noutras palavras, os panteístas acreditam que Deus abrange tudo quanto existe. Dentre os elementos básicos, temos:

a) Deus é não-pessoal. A personalidade, a consciência, o conhecimento, e assim por diante, são níveis mais baixos da manifestação. O nível mais alto da realidade está além da personalidade.

Entretanto, como aceitar que um ser não-pessoal possa originar um ser pessoal, já que “nada advém do nada”? Se vivemos em uma realidade repleta de seres pessoais, que só poderiam ser originados por um ser pessoal, então, segundo o próprio Panteísmo, este seria a manifestação mais “baixa” de um deus impessoal... Poderia, então, ser ele chamado deus, uma vez que não seria um ser absolutamente NECESSÁRIO?

b) A criação não é ex nihilo (do nada), como no teísmo; é ex Deo (da parte de Deus). Há uma só "substância" no universo, e tudo é uma emanação dela.

Como resposta, temos que pensar que se Deus é um “Ser Necessário”, ou seja, um que não pode “não existir”, e se a criação é contingente, então, como a criação pode ser "de dentro de" ou "parte de" Deus (o Necessário), uma vez que ela é criada e não eterna por natureza?

c) Em contraste com o teísmo, o panteísta acredita que Deus e o universo são um só. Deus é o Tudo e o Tudo é Deus. Alguns panteístas falam do mundo como sendo uma ilusão. Neste sentido, o mundo não é Deus; é nada.

No entanto, por que tomar por certo que o óbvio é totalmente incorreto? Até mesmo um panteísta confia nos seus sentidos quando lê um livro que contêm verdades panteístas. Além disto, na existência de todos os dias, os panteístas têm de confiar nos seus sentidos como todas as demais pessoas. Devem colocar-se fora do caminho quando vêem ou ouvem um ônibus, senão, serão mortos.

d) Nas formas mais rígidas de panteísmo, o mal é uma mera ilusão, um erro da mente mortal. É o resultado de pensar parcialmente ao invés de holisticamente acerca da realidade. A Totalidade é realmente boa; somente parece ser má se alguém olhar separadamente uma parte da Totalidade.

No entanto, Se o mal não é real, então, de onde vem a ilusão? Por que é tão universal, e por que parece tão real? Por que a ilusão da dor é tão dolorosa quanto a dor real?

ICCV
Enviado por ICCV em 12/09/2011
Código do texto: T3215794
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