As duas naturezas de Cristo

Quanto a humanidade de Cristo, vemos que Ele nasceu de uma virgem, sem um pai humano, mas pela ação do Espírito Santo (Mt 1.18, 24, 25; Lc 1.35, 3.23).Deus cumpriu a promessa da semente da mulher (Gn 3.15), iniciando seu plano de salvação (Gl 4.4, 5).O nascimento virginal possibilitou a perfeita união das duas naturezas: humana e divina. O nascimento virginal torna possível a ausência da herança do pecado em Cristo, pois ele é santo (Lc 1.35). O Seu nascimento lembra que nossa salvação é sobrenatural e de origem, iniciativa e vontade divinas. Prova a singularidade de Jesus, destacado por Deus e inimitável.

Vemos, também, que Jesus estava sujeito às fraquezas e limitações do corpo humano (Lc 2.52;1 Jo 1.1): Cansou (Jo 4.6); teve sede (Jo 19.28); teve fome (Mt 4.2); necessitava de cuidados e ajuda (Mt 4.11, Lc 23.26); e possuia corpo de carne e osso (Lc 24.39)

Jeus tinha mente humana, pois cresceu em sabedoria (Lc 2.52)

Tinha emoções: Esteve angustiado (Jo 12. 27); triste (Mt 26.38); admirou-se (Mt 8.10); chorou (Jo 11.35); e foi tentado (Hb 4.15)

Os homens o consideravam humano: Em Nazaré (Mt 13.53-58); e até mesmo por seus irmãos (Jo 7.5)

Jesus, apesar de verdadeiro homem, não pecou conforme vemos no testemunho do próprio Cristo (Jo 8.29; 15.10), de Judas (Mt 27.4), de Pilatos (Jo 18.38), de Paulo (2 Co 5.21), do escritor aos Hebreus (Hb 4.15), de Pedro (1 Pe 2.22), da esposa de Pilatos (Mt 27.19), e até mesmo do malfeitor da cruz (Lc 23.41).

Jesus venceu a tentação como homem, sozinho e com fome. Por isso, pode nos socorrer (Hb 4.15,16) Caso o Messias viesse em sua natureza humana isolada, teoricamente poderia ser vítima do pecado. Mas Jesus jamais teve sua natureza humana separada da divina. Para o pecado se consumar teria de envolver as duas naturezas. Como Deus não pode pecar, Jesus como Deus e homem, também assim não o pode. No entanto, Jesus venceu as tentações sem utilizar o poder divino, fiando-se na sua própria natureza.

Por fim, vemos que a plenitude da humanidade de Cristo teve propósitos bem definidos: possibilitar uma obediência representativa (Rm 5.18,19), sendo Cristo o “último Adão” (1 Co 15.45) e o “segundo homem” (1 Co 15.47); bem como apresentar-se como um sacrifício substitutivo (Hb 2.16,17). Jesus tinha de se tornar homem para morrer por nós, em nosso lugar, tornando-se o perfeito e único mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5), sendo totalmente Deus e totalmente homem!

Quanto ao aspecto divino de Jesus, a Bíblia usa “Theós” (Jo 1.1,18; 20.28; Rm 9.5; Tt 2.13; Hb 1.8; 2 Pe 1.1 e “Kyriós” em relação a Cristo. Esta última palavra é utilizada 6.814 vezes na Septuaginta como tradução de “Javé” (Lc 2.11; 1.43; Mt 3.3; 22.44; 1 Co 8.6; Hb 1.10-12; Ap 19.16).

Diversas passagens nas escrituras retratam em Cristo atributos ou prerrogativas divinas: Onipotência (Mt 8.26,27; 14.19; Jo 2.1-11 – mostrou seu poder); Eternidade (Jo 8.58; Ap 22.13); Onisciência (Mc 2.8; Jo 1.48; 6.64; 2.25; 16.30; 21.17); Onipresença, pós-ressuscitado (Mt 18.20; 28.20); Autoridade para perdoar pecados (Mc 2.5-7), Falava como Deus (Mt 5.22, 28, 32, 34, 39, 44); Ser alvo de culto / adoração (Mt 14.33; Fp 2.9-11; Hb 1.6; Ap 5.12,13)

Cristo “esvaziou-se” (kenosis), não se valendo de seus atributos divinos, mas assumindo a forma de servo (Fp 2.7). Jesus deixou sua condição e privilégio que tinha no céu e colocou-se temporariamente numa posição subordinada ao Pai (Jo 5.19).

Jesus tinha de ser plenamente Deus, porque somente um Deus infinito poderia arcar com a pena de todos os pecados. A salvação vem de Deus e somente Ele poderia salvar o homem. Somente alguém que fosse plenamente Deus (e plenamente homem) poderia ser o único mediador entre Deus e os homens, tanto para nos levar de volta a Deus, como para revelá-lo a nós (Jo 14.9).

Ele subsistiu em forma de Deus e era igual a Deus; no entanto, tomou a forma de servo e foi feito à semelhança de homens. Jesus nasceu e morreu como os homens, mas era o “Ancião de Dias”, que disse: “Antes que Abraão existisse, eu sou”. Jesus disse: “Tenho sede”; mas, também: “Eu sou a água da vida.” Jesus disse: “Dá-me de beber”; todavia, na mesma ocasião: “Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der, nunca mais terá sede, para sempre”. Ele foi açoitado; mas os seus açoites nos curaram. Ele disse: “Nada posso fazer de mim mesmo”; no entanto, sem Ele, “nada do que foi feito se fez”. Outro teve de carregar a sua cruz; mas “sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1:3). Ele cresceu em sabedoria e estatura (Lc 2:52); mas é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Ele foi sentenciado à morte por um governador romano; mas era o Rei dos Reis e o Senhor dos Senhores. Ele disse: “Minha alma está angustiada”; porém, era o “Príncipe da Paz”. Ele clamou na cruz: “Por que me abandonaste?”; todavia, prometeu a seus seguidores: “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei.”

ICCV
Enviado por ICCV em 18/09/2011
Código do texto: T3227114
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