"Uma vez Salvo, para sempre salvo"?

Em relação à vida cristã, apesar de livre, é impossível que o cristão genuíno volte ao mundo, devido à graça e ao poder de Deus, uma vez que o crente, ao invés de voltar à sua vida primitiva, procura subir mais e mais na comunhão, achegando-se mais à Deus.

Encarando a questão do ponto de vista da liberdade do homem, são oportunas as exortações e os avisos da Bíblia contra os perigos da vida, mas, se a encaramos do ponto de vista de Deus, podemos afirmar que o crente não pode cair e jamais cairá! Aqui, como na regeneração e na santificação, o fator decisivo é o fator divino. Deus preserva o homem na sua liberdade e também no caminho da salvação. Uma vez crente, é crente para sempre; uma vez dentro do reino, jamais se desviará dele; uma vez justificado, há de ser glorificado; uma vez ressuscitado, nunca mais voltará ao domínio da morte; uma vez em Deus, nunca mais o abandonará; uma vez em Cristo, nunca se separará dele; uma vez na graça, na graça permanecerá eternamente. Aquele que crer será salvo. Como está escrito: “Por amor de ti somos entregues à morte todo dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8:36-39).

Podemos asseverar que o crente não “perde” a salvação como se perde uma carteira, por exemplo. Porém, podemos afirmar que ele pode “desprezar” a salvação mediante suas escolhas, fazendo uso assim de sua “livre-ação”. Segundo a Palavra de Deus, vemos que o verdadeiro cristão está sujeito a cair, a pecar. Mas o crente não poderá permanecer no pecado; antes, o pecado será um acidente na vida do cristão. Em João 14.23 Jesus diz: “... Se alguém me amar, guardará a minha Palavra. Meu Pai o amará, e viremos para ele e nele faremos morada.” Em I Jo. 3.6,9 diz-nos o Apóstolo João: “... Todo aquele que permanece Nele não vive pecando. Todo o que vive pecando não O viu nem O conhece. Aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado, porque a semente de Deus permanece nele; não pode continuar pecando, porque é nascido de Deus.”

A doutrina da preservação nos diz que jamais se perderá aquele que é realmente salvo. O cristão fiel permanecerá fiel para todo o sempre. Naturalmente, consideremos verdadeiro discípulo de Cristo aquele que já está no caminho traçado pelo arrependimento, a fé, a regeneração, a conversão e a santificação. Aquele que palmilha este caminho é “crente” para sempre.

O homem é criatura livre! Porém, por causa da graça de Deus, estaremos corretos ao afirmar que o crente jamais há de se perder. Ele está vaticinado à alcançar a perfeição que há em Cristo Jesus, conforme nos afirmar a Palavra de Deus, através dos escritos do Apóstolo Paulo: “Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Efésios 4:13).

A doutrina da preservação, mérito de Deus na vida daqueles que são seus, é asseverada pelas palavras do próprio Cristo ao declarar que as suas ovelhas nunca perecerão e que ninguém as pode arrebatar das suas mãos nem das de seu Pai: “E dou-lhes a vida eterna, e nunca perecerão, e ninguém as arrebata da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão do meu Pai” (João 10:28, 29).

O apóstolo Paulo, volta a reafirmá-la em uma de suas cartas, quando diz “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Jesus Cristo” (Filipenses 1:6).

O apóstolo Pedro ensina que o crente é guardado pelo poder de Deus, para uma salvação que se revelará no último tempo. “Que pela fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo” (I Pedro 1:15).

Em contrapartida vemos Paulo explanar, assertivamente, da liberdade com que fomos presenteados: “Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha dalguma maneira a ficar reprovado” (I Coríntios 9:27). Jesus, versando também sobre a liberdade que nos foi concedida diz em João 15:6. “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia”.

Consideremos, também, que a preservação está para a santificação, assim como a conversão está para com a regeneração; não são independentes uma da outra, mas constituem fases diferentes do mesmo processo de salvação. Na proporção que Deus santifica o crente, ele o preserva. Preservação é, pois, a continuação do crente no caminho da salvação.

ICCV
Enviado por ICCV em 14/10/2011
Código do texto: T3275959
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