Pastor José Vieira

Esta semana na sala de bate-papo da UBE, alguém disse que não sou crente e nem pentecostal, porque não aceito o tal "reteté".

Fiquei pensando em grandes homens que viveram entre nós e nunca aceitaram esta coisa.

Hoje li um poema do Pastor Marcelo Gonçalves, Saudades, que trata extamente da época do Cristianismo puro, sem mias delongas. Aconselho que leia, é muito bom.

Deixei meu comentário lá, mas o direito aos 2000 caracteres quase foi estrapolado, pois abriu a porta de minha lembrança.

Eu pensava, àsvezes, que que estava errada de fazer as mesmas perguntas. De sentir saudades de pastores que tinha amor verdadeiro pelas almas.

Aos 16 anos conheci um jovem, mais velho que eu, hoje ele seria considerado pedófilo. Tinha 32 anos e disse ter se apaixonado por mim. E devia ser verdade, afinal eu era uma flor recém brotada no Jardim da Vida. Longos meses de namoro e eu, bobinha, acreditando que iríamos ser feliz para o resto da vida.

Fofocas, interferência de terceiros e a falta de caráter dele deram fim a única coisa que eu achava que a vida tinha me oferecido.

As dores desta perda e da traição de pessoas que diziam querer o meu bem, levaram-me as portas do desespero e ao desejo de morte.

Diferente da maioria dos suicidas que vejo por aí, comecei traçar um plano onde eu morresse e acabasse com minha dor e sofrimento, sem ferir os outros.

Eu costuma sentar na lage de casa - vivia com uma ti nesta época - e ali escrevia poesias, estudava e olhava a rua. Fazia tanto isto, que conhecia o horário exato em que dois ônibus se exprimiam naquela rua apertada...

Foi um pastor abnegado, José Vieira, que me mandou um recado exatamente na hora em que eu, aos 17 anos, subi no segundo andar da casa aonde vivia, para dar cabo de minha vida. Por ser hábito me sentar na beira da lage, ninguém sabia o que eu faria ali naquela tarde.

Alguém passou na rua minutos antes de eu pular entre dois ônibus - era esta minha intenção - e me disse que ele queria ver com urgência todos os jovens que um dia foram crianças em sua igreja.

Eu tinha ido poucas vezes lá, mas naquele momento lembrei-me de sua força, audácia e camaradagem. Desci e fui ver o que ele queria.

Sentada no quintal de sua casa, ouvindo sua palestra lenta e verdadeira, acabei encontrando Jesus.

Através daquela vida, daquele pastor que as normas humanas negaram-lhe o título por ele não falar línguas algumas, o Senhor Jesus encontrou uma jovem que sabia desfarçar sua dor e intenção, mas a sabedoria daquele homem alcançou meu coração.

Não ergui minha mão, não disse nada, recebi ao final da conversa uma oração que me encheu de paz e ali, quietinha, só eu e Deus, me comprometi a dar outro rumo a minha vida.

E isto aconteceu.

Na outra semana, em uma segunda feira, durante a reunião dos pastores na Sede do Belém, em São Paulo, estavam todos orando para iniciar os trabalhos adminstrativos, quando ele foi tomado de nós e, para quem tinha dúvidas de seu pastorado, ele subiu falando a língua dos anjos. Os irmãos e pastores ali presentes ficaram tão felizes, que não notaram que o Senhor o recolhera.

Sou uma das flores que o Pastor José Vieira semeou em Guaianases e hoje ainda lembro-me de sua voz e oração.

Era uma época em que os irmãos oravam e buscavam a presença de Deus e não se importavam com estes movimentos vazios e sem formas, mas o Senhor usava seus servos para nos falar de forma especial e não usava de subterfúgios malucos. Era uma fé simples e verdadeira.

Ai que saudade!

Elisabeth Lorena Alves
Enviado por Elisabeth Lorena Alves em 24/05/2012
Código do texto: T3685852
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