HOMILIA PE. ÂNGELO BUSNARDO- XIV DOMINGO COMUM.

XIV DOMINGO COMUM

08 / 07 / 2012

Ez.2,2-5 / 2Cor.12,7-10 / Mc.6,1-6

Deus chamou o profeta Ezequiel ao ministério profético. Antes de enviá-lo a profetizar o avisou que, apesar de enviado pelo próprio Deus, encontraria grande resistência da parte dos israelitas. Israel conhecia o verdadeiro Deus, tinha sido estabelecido na terra de Canaã pelo próprio Deus, mas a maioria do povo tinha voltado as costas para o verdadeiro Deus e viviam como pagãos. Por isto, Deus avisou Ezequiel que o povo o ignoraria, o criticaria e até o perseguiria: Logo que ele me falou, entrou em mim um espírito e me pôs de pé. Então eu ouvi, quem me falava, 3 dizer-me: “Filho do homem, eu te envio aos israelitas, nação de rebeldes que se revoltaram contra mim. Eles e seus pais se sublevaram contra mim até o dia de hoje (Ez.2,2-3).

A situação não mudou. Hoje os católicos por pertencer a única Igreja verdadeira fundada pelo próprio Jesus são o povo de Deus como Israel era o povo de Deus no Antigo Testamento. Após a ressurreição de Jesus, aqueles que não fazem parte da Igreja Católica não são e nunca serão o povo de Deus na terra como, no Antigo Testamento, aqueles que não faziam parte do povo israelita, apesar de terem sido criados por Deus, não eram povo de Deus. Apesar de ser o povo de Deus, a maioria absoluta dos católicos viraram as costas para Deus, vivem como pagãos e ignoram, criticam e ridicularizam aqueles que lhes anunciam o Evangelho em nome de Deus. Muitos daqueles que a Igreja Católica batizou compram gatos e cachorros e dedicam mais tempo e gastam mais dinheiro com seus bichos de estimação do que com a salvação da própria alma. Apesar disto aqueles que consagraram a vida ao anúncio do Evangelho devem continuar pregando e suportando a indiferença, as críticas e até as perseguições dos ouvintes. O primeiro objetivo daquele que é enviado por Deus deve ser a salvação da própria alma. Se, além de salvar a própria alma, aquele que anuncia o Evangelho conseguir salvar as almas de alguns outros os terá como amigos para sempre no céu. Permanecendo fiel, o enviado de Deus salvará a própria alma e se seus ouvintes forem recalcitrantes e se condenarem não os terá como amigos no céu mas, a partir do céu, poderá contemplá-los amargando a temperatura do inferno após a morte.

A nível humano, supõe-se que, para anunciar o Evangelho, é necessário ter vigor físico e perfeita saúde. São Paulo também pensava assim. Como São Paulo sofria de um mal físico que, na opinião dele, limitava a sua atividade evangelizadora, pediu a Deus que o libertasse daquele mal. Mas Deus lhe respondeu que aquele mal não lhe impunha nenhum obstáculo para o anúncio do Evangelho: 7 E para que a grandeza das revelações não me levasse ao orgulho, foi-me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás, que me esbofeteia e me livra do perigo da vaidade. 8 Três vezes supliquei ao Senhor que o afastasse de mim. 9 Mas ele me respondeu: “Basta minha graça porque é na fraqueza que a força chega à perfeição” (2Cor.12,7-9ª). Se Deus retirasse de São Paulo a sua graça, todo o esforço dele se tornaria inútil. Mas com a graça de Deus, todo obstáculo seria superado. Para contar com a graça de Deus bastava que São Paulo permanecesse fiel.

Jesus morou em Nazaré desde que voltou do Egito. Como a cidade era pequena, todos o conheciam e achavam que Ele era apenas o filho de Maria. É provável que São José tenha morrido antes de Jesus começar a sua vida pública. Somente Maria sabia que Jesus era Deus e o verdadeiro Messias. Jesus começou a vida pública e fez os primeiros milagres em Cafarnaúm. Os habitantes de Nazaré supunham que Ele começou a fazer milagres em Cafarnaúm, porque, não sendo conhecido naquela cidade, podia ter usado truques e enganado o povo. Podia, por exemplo, ter formado um grupo de obreiros que simulavam ser cegos, paralíticos ou surdos e declaravam-se curados após a imposição das mãos de Jesus. Isto não teria funcionado em Nazaré onde todos o conheciam.

Em vez de acreditar, os habitantes de Nazaré desafiaram Jesus a fazer milagres: 1 Jesus saiu dali e foi para sua terra, acompanhado de seus discípulos. 2 Chegado o sábado, pôs-se a ensinar na sinagoga. Muitos que o ouviam se admiravam e diziam: “Donde lhe vem tudo isso? Que sabedoria é essa que lhe foi dada? E estes milagres que se fazem por suas mãos? 3 Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e Simão? E as suas irmãs não vivem aqui entre nós?” E não queriam acreditar nele (Mc.6,1-3). Em vez de aceitar o desafio, Jesus preferiu ir anunciar o Evangelho em outras cidades. Antes, porém, de deixar a cidade lembrou seus conterrâneos que também o profeta Elias e o profeta Eliseu fizeram milagres em favor de estrangeiros por não ter encontrado fé entre os israelitas: 24 E continuou: “Eu vos asseguro: nenhum profeta é bem recebido em sua própria terra. 25 Na verdade, eu vos digo: Muitas viúvas havia em Israel nos dias de Elias, quando o céu se fechou por três anos e seis meses e houve grande fome em todo o país. 26 Mas Elias não foi enviado a nenhuma delas senão a uma viúva em Sarepta de Sidônia. 27 E havia muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi curado senão Naamã, o sírio” (Lc.4,24-27).

Apesar do que aconteceu, os habitantes de Nazaré tiveram algo positivo. Eles prestaram atenção e se entusiasmaram com a pregação de Jesus: 1 Jesus saiu dali e foi para sua terra, acompanhado de seus discípulos. 2 Chegado o sábado, pôs-se a ensinar na sinagoga. Muitos que o ouviam se admiravam e diziam: “Donde lhe vem tudo isso? Que sabedoria é essa que lhe foi dada? E estes milagres que se fazem por suas mãos? (Mc.6,1-2). Hoje, são poucos aqueles que se dispõem a pelo menos ouvir a palavra de Deus.

Código : domin797

Ângelo José Busnardo

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PADRE ÂNGELO BUSNARDO.
Enviado por Joanne em 04/07/2012
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