Deus, criador do universo, sob o prisma filosófico.

“O universo embaraça-me, e não posso imaginar que esse relógio exista e não tenha relojoeiro.” (Voltarie)

Deixando a religiosidade de lado e com ela todo o paradigma e pré-conceito, torna-se perfeitamente possível empreender uma análise sobre a origem da vida e do universo a partir das qualidades que foram concedidas a nós, Homo Sapiens, tais como: raciocínio lógico e abstrato, autoconsciência, racionalidade, introspecção etc. Através do estudo e de uma análise racional acerca da origem do universo, torna-se possível chegar à conclusão de que ele não poderia, de forma alguma, ser obra do acaso devido à harmoniosidade com que é constituído.

A distância entre a terra e o sol e entre a lua. O seu tempo de rotação. A sua densidade atmosférica. Todos esses são fatores criados de forma precisa para a possibilidade da vida. Portanto, seria por demais improvável que a vida e o universo tenham surgido através de uma explosão casual. Tal afirmação, aliás, seria como afirmar que, da explosão em uma gráfica, tenha surgido um livro. Ou que, o mesmo efeito em uma carpintaria, tenha gerado móveis.

Depois de uma análise no pensamento filosófico da antiguidade acerca da origem da vida e do universo, pode-se constatar que muitos pensadores tinham a certeza da existência um Ser superior, causa prima de todas as coisas, por de trás do espetáculo da vida, e não que esta fosse obra de um mero acaso. Citarei alguns fragmentos das obras de grandes filósofos cuja base de pensamento era racional e experimental e, não obstante a isso, compreenderam que tudo que existe deveria ser o efeito de uma causa superior, imútavel e eterna; dotada de inteligência e vida.

1-TALES DE MILETO (624-546 a.C): Primeiro filósofo ocidental. Apontado como um dos sete sábios da Grécia antiga. Certa vez afirmou: "A coisa de maior extensão no mundo é o universo, a mais rápida é o pensamento, a mais sábia é o tempo e mais cara e agradável é realizar a vontade de Deus".

2-PLATÃO (427/347 A.C): Filosófo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, possui as seguintes afirmações sobre a origem do universo: “Explicávamos a causa pela qual o Criador criou a geração e este universo; E, colocando a alma no meio, estendeu-a por todas as partes do mesmo, e com ela envolveu-o completamente;E, assim criado, o corpo do Céu é visível e a alma, invisível, porém sendo partícipe de razão e harmonia, ela é, entre todas as coisas geradas, a melhor obra do melhor dos seres inteligíveis eternos”(Timeu VIII-IX, 34 e 37). “dispondo-se Deus a formar o universo, fê-lo de terra e de fogo; arrredondou o mundo em forma de esfera; e foi gerado com muita arte; pois o Criador pensou que o mundo seria melhor bastando-se a si mesmo do que se tivesse necessidade de outras coisas...”( Timeu VII, 33 e 34).

3-ARISTÓTELES (384/322 A.C): Filosofo grego, aluno de Platão e tutor de Alexandre, o Grande. Seus escritos abrangeram física, metafísica, lógica, retórica, ética etc. Em fragmentos de sua obra sobre metafísica, afirma: “O ser primeiro e sumo deve ser Deus, absolutamente imutável e, se imutável, também eterno”. “É necessário que todas as causas sejam eternas, mas estas sobretudo, porque são as causas do que aparece nas coisas divinas”. “Deus é vivente eterno.Pois isto é Deus;Mas é evidente, também, que é impassível e inalterável”(Capítulo XII) “Se existe algo eterno, imóvel e separado (da matéria), é evidente que compete a uma ciência teórica conhece-lo. Não é a Física, certamente , ( pois esta se ocupa de seres em movimento) nem a Matemática: mas a uma outra superior a ambas. A ciência primeira ocupa-se dos seres separados e imóveis ao mesmo tempo.

4-CÍCERO (106/43 A.C): Filósofo, orador, escritor, advogado e político romano. Em sua obra Tusculan escreve: “E, em verdade, nem o próprio Deus, que é por nós concebido pode conceber-se de outra maneira senão como inteligência ágil e livre, separada de toda composição mortal, que tudo sente e move, sendo ela mesma dotada de movimento eterno” (I, 30-31)

Analisando a estrutura e organização com que o universo é constituido, torna-se ilógica a afirmartiva sobre a inexistência de uma inteligência superior que o tenha criado. Apartir de tal premissa, pode-se concluir que a base para a certeza de que Deus existe não é guiada simplesmente por uma crença emotiva, é antes fruto de um pensamento claro, racional e lógico, pautado na análise, ao qual atribui a Ele o motivo primário e único para a criação de tudo que é visível e invisível.

“Do meu telescópio, eu via Deus caminhar! A maravilha, a harmonia e a organização do universo só pode ter se efetuado conforme um plano de um ser todo-poderoso e onisciente”. (Isaac Newton)

Elizeu Júnior
Enviado por Elizeu Júnior em 08/07/2012
Reeditado em 10/07/2012
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