MANIFESTAÇÕES ESPIRITUAIS NOS EVANGELHOS

MANIFESTAÇÕES ESPIRITUAIS NOS EVANGELHOS

“Defrontando Mísia, tentaram ir para Bitinia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu.

À noite, sobreveio a Paulo uma visão, na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia, e ajuda-nos”. (Atos, 16:7-9)

Tanto o Antigo como o Novo Testamento são pródigos na demonstração de manifestações espirituais e de aparições. Sem nos determos no trabalho gigantesco dos antigos profetas, que recebiam, de modo reiterado, advertência sobre o que deveria ser feito em Israel, entretanto, em muitos casos, até os próprios reis, quando cometiam desmandos, mencionemos apenas, alguns dos casos narrados no Novo Testamento.

Entre os primitivos cristãos, a comunicação com os Espíritos desencarnados era normal e constante. O intercambio prevalece entre os Espíritos e os seres corpóreos era prática comum, e, se nos séculos subsequentes, foi suspenso, em grande parte se deve aos próprios homens que, querendo fazer prevalecer os interesses de determinada religião, não admitiam jamais a interferência dos Espíritos, que vinham prejudicar os seus planos de hegemonia.

Descreve o livro dos “Atos dos Apóstolos”, que, após a conversação de Paulo na Estrada de Damasco, o Espírito do próprio Jesus apareceu a um ancião chamado Ananias, ordenando-lhe que procurasse Paulo e o instruísse sobre as verdades cristãs.

Surpreso com aquela manifestação, obtemperou Ananias: Senhor, de muito tenho ouvido a respeito desse homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém. O espírito, no entanto, aditou: Vai porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel. Pois eu lhe mostrarei, quando lhe importa sofrer pelo meu nome.

Jesus Cristo havia deixado um grupo de apóstolos que se encarregou da divulgação dos Seus ensinamentos. Como esse núcleo apostólico tivesse grande apreço a algumas tradições inócuas, observadas entre os judeus ortodoxos, surgiu a necessidade de um homem que levasse as palavras dos Evangelhos aos outros povos. Paulo de Tarso era então o vaso escolhido. Ele deveria dali por diante ser um médium dedicado, eleito para dar continuidade ao processo de revelação do Cristianismo.

É indubitável que o Espírito de Jesus, coadjuvado por um pugilo de Espíritos de grande elevação, passou a dirigir os passos de Paulo, mostrando-lhe os lugares mais adequadamente preparados, para que ali fosse levar os ensinamentos. Isso nos é demonstrado pela descrição contida em Atos, 16:7-9, onde vemos que, pretendendo Paulo ir para a Bitinia, foi obstado nesse propósito pelo próprio Espírito de Jesus ou por um seu mensageiro. Não porque Bitinia não o merecesse, mas porque, evidentemente, sua população não estava suficientemente amadurecida para receber a Boa Nova. A Macedônia deveria estar em melhores condições, por isso, logo, a seguir, Paulo presenciou a visão de um varão macedônio que lhe implorou o comparecimento naquela região, a fim de ajudar o seu povo.

Essas e outras passagens evangélicas evidenciam a verdade espírita sobre a comunicabilidade dos Espíritos desencarnados com os seres corpóreos, contrariando arcaicos dogmas que não admitem tal intercâmbio. Se analisamos o Evangelho de ponta a ponta, veremos a cada passo a mais incisiva demonstração dessas relações entre os mundos corpóreo e incorpóreo.

Se os próprios Evangelhos comprovam que os Espíritos desencarnados se comunicam com os encarnados, como podem as teologias negar esse intercâmbio? As leis de Deus não sofrem alterações. Se os Espíritos se comunicavam há dois ou quatro mil anos, é evidente que continuam a comunicar-se em todos os tempos.

Aquilo que sucedia, no tempo de Abrão e de Moisés, ocorreu no tempo de Jesus Cristo e dos apóstolos, continuando a acontecer no decurso de todos os séculos, até os nossos dias, com muito maior intensidade, pois estamos vivendo os tempos preditos, quando o Espírito será derramado sobre toda a carne, conforme vaticínio do profeta Joel.

Registremos, apenas, algumas dessas manifestações ou aparições espirituais, descritas nas páginas dos Evangelhos:

- A aparição do Espírito de Gabriel a Maria, anunciando o nascimento de Jesus;

- A aparição de um Espírito a Zacarias, predizendo que ele seria o pai de João Batista;

- A revelação de um Espírito a Simeão, sustentando que “ele não desencarnaria, sem antes presenciar o nascimento de Jesus Cristo”;

- A comunicação de Jesus com os Espíritos de Moisés e Elias, no cimo do Monte Tabor;

- A aparição do Espírito de Jesus a Maria Madalena e aos apóstolos após a crucificação;

- A aparição do Espírito de Jesus a dois apóstolos, no caminho de Emaús;

- A manifestação coletiva de Espíritos, no dia de Pentecostes;

- A manifestação espiritual na Estrada de Damasco, da qual resultou a conversão do apóstolo Paulo;

- A libertação de Pedro da prisão, por um Espírito;

- A comunicação de um Espírito, que induziu e inspirou Estevão a fazer a sua autodefesa;

- A aparição de um espírito a Cornélio, ordenando que mandasse chamar o apóstolo Pedro, na cidade de Jope;

- A visão tida por Pedro, em Jope, preparando-o para receber os emissários de Cornélio;

- A aparição do Espírito de Jesus a Ananias, ordenando que procurasse Paulo na cidade de Damasco;

- A aparição de um Espírito a Paulo, não permitindo que ele fosse para a Bitinia;

- A manifestação de um Espírito de um varão macedônio, rogando a Paulo que fosse ajudar o seu povo;

- A revelação do Apocalipse, através da mediunidade de João Evangelista, na ilha de Pátamos.

(Transcrito do livro O EVANGELHO POR DENTRO, de Paulo Alves Godoy, FEESP -2ª edição – maio 1992 – pág. 91)

PAULO ALVES GODOY
Enviado por Pedro Prudêncio de Morais em 25/07/2012
Código do texto: T3796243
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